2004/02/13
Contributos para um balanço do Nacionalismo Português moderno (VIII).
Outras frentes de combate de Maio a Setembro 1974.
(continuação do post de 2004/02/12)
O carácter frontal e maciço da pública reacção anticomunista do MPP reforça o ineditismo dela e mais torna impossível encontrar-lhe termo de comparação, naquela altura em que o PREC já se anunciava.
De facto, não se tratou apenas do manifesto.
A surpreendente generosidade de militantes, permitiu-nos ir logo muito mais longe.
Fizemos um cartaz impresso que foi largamente colado nas paredes de Lisboa e alguns também no Porto, o qual repetia esta frase do manifesto:
“Não se iluda: COMUNISMO é pior que Fascismo”, sobre fundo negro.
Nos dias seguintes à colagem, pelo menos em Lisboa, os cartazes afixados apareceram em grande parte cortados e arrancados, salvo a palavra COMUNISMO, ... por certo ameaçando Portugal com o triunfo e ditadura do dito...
Em tamanho reduzido, houve igualmente um autocolante tal qual o cartaz, que também foi distribuído aos milhares em Lisboa e no Porto.
Mas talvez a mais importante manifestação impressa da existência do MPP e da sua clara doutrina e posição ideológica, terá sido a brochura “PCP – Um Partido Fascista”, de capa vermelha, da qual foi distribuída praticamente toda a edição de quinze mil exemplares, creio, mas de que, dessa sim, ainda restam algumas brochuras.
Foi a brochura “PCP – Um Partido Fascista” publicada sob o pseudónimo J. V. Claro que, vim depois a descobrir num alfarrabista, já fora usado numa brochura política qualquer, pelo menos, durante a II Grande Guerra (1939-45).
Além destas acções, desenvolveu o MPP outras que, nos planos político e social onde ocorreram, se destinavam a mostrar a nossa capacidade de actuação no terreno, em frente a frente com os agentes políticos ou apresentando-nos directamente à gente anónima.
Na área política, sentimos mais que tudo a necessidade de nos darmos a conhecer ao Primeiro-Ministro, até porque não queríamos que pudesse julgar-se por mais tempo que tínhamos alguma coisa a esconder, em particular o quê e quem se encontrava realmente por trás do MPP – Movimento Popular Português.
No princípio de Setembro conseguiu-se que o Primeiro-Ministro recebesse uma delegação nossa, composta pelos Eng.º Agnelo Galamba de Oliveira, Eng.º Adelino Felgueiras Barreto e Dr. Manuel Braancamp Sobral, delegação que foi por nós todos cuidadosamente escolhida para que, tanto quanto possível, não pudesse haver engulhos da parte de ninguém.
E assim foi de facto.
A audiência, em São Bento, durou uma hora, á vontade, a conversa foi muito aberta e o PM aparentemente muito franco, naquele estilo que depois lhe conheci bem na Universidade Livre, como Reitor convidado também pelo grupo do Vector, estilo sem imprudências mas frontal, poderia dizer sem papas na língua, e até sem esconder a justiça que fazia ao Doutor Salazar, se vinha a propósito.
Também a propósito, mas de Religião, já no fim da audiência, terá o P.M. deixado cair um lamento, olhando um crucifixo que, não se diria como, ainda estava ali, numa parede do gabinete que ocupava.
É que, já a despedirem-se, o Eng.º Galamba de Oliveira disse algo de carácter religioso a que o P.M. reagiu perguntando, com um sorriso, se ele estava a querer convertê-lo.
Galamba respondeu com outro sorriso, como quem diz, naquele estilo “Galamba” que tantos de nós tão bem lhe conhecemos: “Então? Era algo do Outro Mundo?...”
Já sério o P.M. Palma Carlos disse algo como isto, olhando o crucifixo: “Vocês, católicos, são muito felizes nas dificuldades, porque têm sempre a quem recorrer!”
“Eu não!” — acrescentou após uma ligeira pausa.
Foi a nota final, a confirmar a sensação de desespero com a situação política do País, que ao longo da audiência o Prof. Doutor Adelino da Palma Carlos, o último Primeiro-Ministro do Portugal “imperial”, fora deixando aos seus três interlocutores do MPP.
A.C.R.
NOTA
Voltei agora a pedir ao Eng.º Adelino Felgueiras Barreto que me recordasse estes factos da audiência com o P.M., que ao longo dos anos nos tem várias vezes referido, para que ao repeti-los aqui não fosse a minha memória porventura atraiçoá-los, involuntariamente. Também em relação ao resto confirmei com o Eng.º Felgueiras Barreto muitos dos factos e situações, pelo que lhe estou muito grato.
(continua num próximo post)
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CHAMADAS À SANTIDADE
Do livro “Em Defesa da Vida”
Editado por Nova Arrancada, S.A.
1. “Nós somos filhos dos nossos actos”, dizia S. Gregório de Niza. Isto é, ao agir, faço-me. Se escolho roubar torno-me ladrão, se escolho mentir torno-me mentiroso, se escolho matar um inocente indefeso torno-me assassino. “Ob-jecto próprio de um acto humano não é qualquer coisa que acontece fora de mim, mas a escolha que realizo. [...] Quando ajo escolho algo a propósito de mim mesmo. [...] Quando roubo escolho ser ladrão, quando cometo adultério escolho ser adúltero” (L. Melina), quando coopero com a graça de Deus escolho ser santo. O agir não tem só um carácter transitivo mas também imanente. O fim imediato, ou seja, a finalidade objectiva incorporada na acção, é que dá significado ao agir qualificando a escolha de quem age. “O objecto do agir não é uma coisa mas uma escolha finalizada. Por exemplo, o objecto da escolha (aspecto moral) de roubar um cavalo não é o cavalo, mas o acto de roubá-lo”. (L. Melina).
2. Uma mulher que abortou mas que depois, sob o influxo da graça escolhe arrepender-se, é uma convertida, santificada pelo Espírito de Deus, digna da nossa maior estima e que muito pode amar servindo a vida. O que foi já não é. O que era antigo passou, tudo foi renovado: “Um pensamento especial quereria reservá-lo para vós, mulheres, que recorrestes ao aborto. [...] Não vos deixeis cair no desânimo, nem percais a esperança. [...] Se não o fizeste ainda, abri-vos com humildade e confiança ao arrependimento: o Pai de toda a misericórdia espera-vos para vos oferecer o seu perdão e a sua paz no sacramento da Reconciliação. [...] Ajudadas pelo conselho e solidariedade de pessoas amigas e competentes, podereis contar-vos, com o vosso doloroso testemunho, entre os mais eloquentes defensores do direito de todos à vida”. (João Paulo II).
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2004/02/12
Para o balanço do Nacionalismo Português moderno (VII).
Os breves meses de existência do M.P.P. - Movimento Popular Português.
Outras frentes em que entâo nos batemos.
Voltámos várias vezes ao pinhal de Conímbriga, considerado o melhor local para nos encontrarmos a meio caminho entre Porto e Lisboa, o que facilitava o contacto entre os dois núcleos principais do MPP, até para não abusarmos da utilização de telefones, tornada cada vez mais suspeita, segundo os mais e os menos desconfiados.
Trazido pelo Eng.º Agnelo Galamba de Oliveira, irmão dos então célebres Cónegos Galamba de Oliveira, de Leiria, o Dr. Manuel Braancamp Sobral, pouco depois da 1ª reunião de Conímbriga, passou a fazer parte do órgão dirigente do MPP, se assim se pode dizer dum “partido” que nunca chegou a ter estatutos nem registo oficial e muito menos legalização no sentido estrito da palavra. Aliás, só depois da dissolução do MPP, em Setembro, veio a ser publicada a lei dos partidos.
No dia 3 de Junho, umas três semanas depois da reunião de Olivais – Sul estava nos jornais, rádios e televisão o primeiro texto do MPP: era o manifesto fundador do partido.
Por Lisboa toda, e também no Porto, foram distribuídos nas ruas alguns milhares de exemplares por grupos de mais novos.
A base logística era no andar da Editorial Resistência, na Rua Nova de São Mamede, muito perto da rua da escola Politécnica e quase paredes meias com a própria Igreja de São Mamede.
Não se consegue hoje encontrar um exemplar sequer do manifesto. Socorreu-me a memória dum então garoto de apenas doze anos, o Francisco Felgueiras Barreto, que não tem dúvidas destas palavras do manifesto, as únicas que foi possível reconstituir sem andar pelas hemerotecas:
“Não se iluda. Comunismo é pior que Fascismo. Todos os Países comunistas têm uma polícia igual a PIDE/DGS. Proíbem liberdade de expressão, direito à greve e partidos políticos divergentes.”
Assinado: “MPP – Movimento Popular Português.”
A fidelidade textual dos pormenores não se pode garantir, a não ser pela via da memória do ganapo de então, mas nada me permite duvidar do tema, conhecendo como conheço qual era o essencial da nossa linha de pensamento e de acção.
O MPP foi a primeira das organizações políticas pós-Abril a declarar-se frontalmente anticomunista e a prová-lo por actos, numa altura em que todos os Portugueses sentiam e sofriam — como nunca depois, mesmo entre o 28 de Setembro (1974) e o 25 de Novembro (1975) — a opressão esmagadora do poder comunista em Portugal. Porque ainda não lhe conhecíamos as fraquezas, nem tínhamos ainda avaliação rigorosa das forças e disposições da resistência anticomunista do País, o PCP paralisava mesmo só por existir. Não se avalia hoje o mito assustador que era o PCP. Todos o veneravam ostensivamente, a começar pelos grandes partidos que já então se anunciavam como tal, os socialistas e os sociais-democratas.
Os MCS, em geral, rápida e desassombradamente “ocupados” pelo PCP, contribuíram mais que qualquer outro veículo para a sujeição do País e a instalação e domínio do mito irresistível.
O MPP foi o primeiro e, durante tempo mais que bastante, o único a atacar o mito frontalmente e maciçamente.
É só um facto, mas um facto tão estranho e insuportável, pelo que diz ou pode dizer do carácter colectivo das sociedades, em geral, e da portuguesa, em particular, que quase preferia que o exclusivo histórico do MPP viesse a ser desmentido.
Mas até hoje, não.
A.C.R.
(continua num próximo post)
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FÁTIMA, MADRE TERESA E O ABORTO
Do livro “Em Defesa da Vida”
Editado por Nova Arrancada, S.A.
O Anjo de Portugal, na primeira aparição, identifica-se como o “Anjo da paz” parecendo assim indicar que ao povo português foi confiada a missão de levar a paz ao mundo. Nossa Senhora parece confirmá-lo logo na primeira aparição: “Rezem o terço todos os dias para alcançarem a paz para o mundo [...]”. Todos estamos cientes de que esta mensagem, embora também dissesse respeito àquele tempo, é dotada de um conteúdo permanente e orientada para o futuro.
Ora, umas palavras de M. Teresa ajudam-nos a entrever nela um alcance inesperado: “Muitas vezes afirmei, e disto estou certa, que o maior destruidor da paz no mundo de hoje é o aborto. Se uma mãe pode matar o seu próprio filho, o que poderá impedir, a mim ou a ti, de nos matarmos um ao outro?” Também Schooyans, grande perito no assunto, escreve: “As guerras tradicionais matam os homens para conquistar territórios, conseguir vantagens comerciais, tutelar interesses, assegurar a livre circulação, aceder aos recursos e ainda por outros motivos. Com a liberalização do aborto, a supressão da criança não nascida é apresentada como condição para que os homens vivam e sejam felizes. Mata-se e faz-se com que a lei diga que é justo matar [...] Aqui o homem é percebido como o obstáculo por excelência à felicidade do homem. Esta guerra é por isso mais cruel do que todas as outras e portanto mais homicida. É a maior guerra da história e a mais injusta”. E João Paulo II conclui falando de uma “objectiva conjura contra a vida”, de uma “guerra dos poderosos contra os débeis”, e de “um massacre permanente de vidas humanas inocentes”.
Parece, pois, que Fátima tem um papel central em: 1º Anunciar, celebrar e servir o Evangelho da Vida; 2º Evitar que seja legalizado o aborto em Portugal — “Atraí [...] sobre a vossa pátria a paz” (2ª aparição do Anjo); 3º Ser ponto de partida para a reenvagelização do mundo para que se reconheça universalmente o carácter sagrado e inviolável de cada vida humana desde a sua concepção.
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2004/02/11
Ainda para um Balanço do Nacionalismo Português moderno (VI). Como nasceu e viveu o MPP – Movimento Popular Português.
Prometi num post anterior explicar isso.
Numa reunião em minha casa, em Olivais-Sul, Lisboa, nos primeiros dias de Maio de 1974, juntou-se o então núcleo duro do grupo VECTOR para apreciarmos os últimos acontecimentos políticos do País.
Pediu-se a presença de alguns elementos de fora deste núcleo, de modo que, por volta das nove da noite, nos juntámos ali umas doze a quinze pessoas, de que se recordam com segurança as seguintes: Agnelo Galamba de Oliveira, José Rebelo Vaz Pinto, José Luís Pechirra, Adelino Felgueiras Barreto, um jovem de apelido Craveiro Lopes, António da Cruz Rodrigues, José Bayolo Pacheco de Amorim, Nuno Abecassis, Fernando Meira Ramos, António Paulo Rückert Moreira e Pedro Garcia Rocha.
Foi unânime a opinião de que era preciso reagir, constituindo-nos em força política, eventualmente um partido, pois que os partidos já estavam então previstos pelos órgãos decisores da Revolução, mas não regulamentados, o que, porém, não impedia que desde logo pudessem apresentar-se publicamente e passar a funcionar sem embargos nem outros embaraços (até ver).
Para dar expressão ao estado de espírito constatado entre os participantes da reunião, os mais activos marcámos pouco depois uma reunião para um sítio à beira da estrada de Conímbriga, perto da via Lisboa – Porto, num pinhal ao ar livre e céu aberto.
Para que não se dissesse que conspirávamos escondidos...
Estiveram presentes: Agnelo Galamba de Oliveira, Adelino Felgueiras Barreto, João Manuel Cortez Pinto, António Paulo Rückert Moreira, Pedro Garcia Rocha, o signatário, o jovem Craveiro Lopes com outro rapaz e uma rapariga da sua idade, e quatro elementos idos do Porto, Fernando Meira Ramos, António Sousa Machado, Joaquim Mendes de Vasconcelos e Nuno Bigotte Chorão.
Tenho uma dúvida: não sei se foi desta segunda reunião, se depois ou, até, se de conversas anteriores entre nós, que saiu o nome Movimento Popular Português.
Que ele surgiu muito cedo, não pode haver dúvida porque logo se começou a trabalhar em publicidade vária que obrigava a ter o nome pronto a imprimir-se.
Tudo isto demonstra quão seguramente vivíamos entre todos uma excepcional disposição de espírito, que se traduziu num estado de completo optimismo e tranquilidade, sem lugar para quaisquer dúvidas quanto a valer a pena arriscar sem reservas, porque em qualquer caso Portugal ganharia.
Tivemos depois, a maioria, momentos de muito menos optimismo; outros de inquietação e insegurança; activistas houve que sofremos o saneamento, a prisão ou ameaças disso; uns tantos sofremos perseguições e assaltos mas, que eu saiba, nunca a qualquer destes militantes faltou determinação de lutarem para vencer.
Vinham, aliás, aí tempos em que iria ser preciso jogar tudo por tudo, mas parecia que todos nos preparávamos alegremente para eles.
A.C.R.
(continua num próximo post)
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ELES SABEM
Do livro “Em Defesa da Vida”
Editado por Nova Arrancada, S.A.
1. A dissimulação faz parte da estratégia abortista. Negam perante os outros aquilo que lhes é evidente: “Não lhes chameis bebés. Fazei de conta que o não são. Uma vez admitido que o sejam, as vossas argumentações poderiam ser vistas por aquilo que realmente são: razões para o infanticídio”. (Regra principal dos abortistas nos USA, in Alcorn). No entanto às vezes escapa-lhes, publicamente, a boca para a verdade. De um editorial pró-aborto no “California Medicine”: “Dado que a antiga ética não foi inteiramente varrida, foi necessário separar a ideia de aborto da de morticínio, pois esta continua a ser socialmente detestável. O resultado é uma singular negação do dado científico, patente a todos, de que a vida humana se inicia na concepção”. Noutro editorial o New Republic declara: “Não há claramente nenhuma distinção lógica ou moral entre um feto e um pequeno bebé; a possibilidade livre de abortar não pode ser racionalmente distinguida da eutanásia. Apesar disso nós somos a seu favor”. Finalmente, a psicóloga abortista M. Denes escreveu: “Penso verdadeiramente que o aborto seja um homicídio de uma qualidade muito especial [...]. E nenhum médico nele envolvido se pode enganar a si mesmo a esse respeito”.
2. Os abortistas semelham os esclavagistas: em 1857 a Corte Suprema dos USA decretou por uma maioria de 7 contra 2 que os escravos legalmente não eram pessoas e portanto estavam privados de protecção Constitucional. Em 1973 a Corte Suprema com igual maioria (7-2) decidiu o mesmo em relação aos bebés, não nascidos. (Cf Alcorn).
3. A criminalização do aborto reduz a barbaridade: “A moral não pode ser promulgada como uma lei (civil), mas o comportamento pode ser regulado. Os decretos [...] não podem mudar o coração, mas podem limitar a crueldade”. (M. Luther King).
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2004/02/10
A SUBJUGADA
Do livro “Em Defesa da Vida”
Editado por Nova Arrancada, S.A.
1. A reivindicação do aborto livre pelas mulheres mostra que estas se tornam cúmplices dos homens que procuram explorá-las. Estes de modo insidioso relevam pretensos “direitos” da mulher quando, na realidade, o seu objectivo é o de mantê-las sob domínio. Pois, com a legalização do aborto, os homens criam condições que lhes permitem dispor de qualquer mulher a seu bel-prazer e quando lhes dá jeito; subtraem-se desde o início a qualquer responsabilidade diante da criatura que possa ser concebida; abstêm-se de promover iniciativas capazes de melhorar a situação da mulher na sociedade; nestas agudiza-se um conflito, largamente sustentado pelos media, entre trabalho, divertimento e maternidade. De modo que a legalização significa uma regressão no esforço que as mulheres têm feito para que se reconheça a sua dignidade. (Até aqui cf Schooyans).
2. A mulher é dilacerada pelo aborto. Eis algumas das possíveis consequências: desprezo por si próprias, pensamentos suicidas, pesadelos, fobias, comportamentos compulsivos, dificuldades sexuais e no relacionamento com pessoas do outro sexo, agressividade, problemas de relação com as crianças, sensação de vazio, quedas no alcoolismo, na droga e na promiscuidade sexual, esterilidade, abortos espontâneos, gravidezes ectópicas, hemorragias e infecções, perfuração dos úteros, insónias, exaustão, nervosismo, peritonites, febres e suor frios, etc. (Cf Szentmártoni, Peteer, Pavone — estudos onde o aborto é legal).
3. Mesmo que fosse (fantasiemos) socialmente vantajoso ou permitisse à mulher reapropriar-se da sua feminilidade o aborto era ainda mais execrável pois seria um gesto análogo ao de quem pela violação ou escravatura instrumentalizasse outra pessoa para seu próprio prazer ou interesse. (Cf Gindro S.).
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2004/02/09
Já chega de balanço do Nacionalismo português moderno? E que podemos esperar do futuro, ou o futuro esperar de nós?
Falámos nos últimos posts do eco dado nestes sete meses, na blogosfera nacional, consciente ou inconscientemente, às acções e organizações promovidas pelo grupo neo-nacionalista português de inspiração católica, ao longo dos últimos quase quarenta anos, para falar só do seu período de visibilidade pública.
Dei aí por referências mais ou menos desenvolvidas ao Círculo de Estudos Sociais Vector, à revista “Resistência”, ao MPP – Movimento Popular Português, à Universidade Livre.
Podem ler-se elas no “Sexo dos Anjos”, no “Último Reduto” (aqui e aqui), no "Cataláxia", no "Bloguítica" ...
Falam só de uma parte, embora a mais importante, creio, das acções do grupo. Chamemos-lhe grupo do “Vector”, por ser a designação talvez mais abrangente e, seguramente, a mais próxima das suas origens e da génese das suas diversas manifestações.
As acções que foram referidas parecem, porém, bastantes e de suficiente importância para por elas só o grupo neo-nacionalista se dever orgulhar de uma das poucas obras persistentes e coerentes do nacionalismo português na 2ª metade do séc. XX, exclusivamente a dever-se directamente à sociedade civil e sem subsídios de ninguém, senão dos seus próprios animadores e militantes.
Poderia dizer-se que nós, os do grupo, só haveremos de ter “inveja”, em matéria de realizações, por não termos conseguido, em certa medida, desenvolver uma acção política e cultural tão profunda como a de.... Como a de uma só organização dos nacionalistas portugueses, no mesmo período, uma organização que aliás nada tem de político no sentido corrente... Vejam lá! Vejam só!... Estou a pensar na Editorial Verbo. É um caso único...
Mas, por isso. Fiquei com a impressão de que o Caro “Manuel Azinhal”, do “Sexo dos Anjos”, não me levou a sério quando escrevi no último poste que o MPP – Movimento Popular Português foi uma criação também do grupo do Vector.
Mas foi, hei-de contar.
Não hoje, que já não me sobra tempo.
A.C.R.
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A PRESSÃO DA LEGALIZAÇÃO
Do livro “Em Defesa da Vida”
Editado por Nova Arrancada, S.A.
Sintetiza-se o que Randy Alcorn diz do ambiente que rodeia as grávidas num país onde o aborto está legalizado (USA).
Os abortistas, pintando o aborto como a escolha preferível, têm convencido muitas mulheres de que não têm outro “remédio” senão fazê-lo. Tendo sido mentalizados de que o aborto é o modo mais fácil para escapar a uma dificuldade, pais, mães, noivos, maridos, professores, assistentes sociais, médicos, enfermeiros e meios de comunicação social constrangem frequentemente as mulheres a uma decisão que é mais deles do que delas. O aborto é apresentado como o modo mais adequado e veloz para fugir a um dilema.
Ora, dever-se-ia apresentar às mulheres várias alternativas em vez de “vender” o aborto. Um ex-consultor de uma clínica confessou: “o meu trabalho consistia em consolar as mulheres e assegurar que decidiriam abortar”. Com este tipo de conselhos quem escolheria outra solução? Ex-proprietários e empregados de clínicas, algumas das quais contratam especialistas de marketing para treinarem o pessoal, declararam que a sua tarefa consistia em “vender abortos” às grávidas. De facto, como esperar que estas clínicas que ganham milhões de dólares por ano proponham alternativas leais e objectivas às mulheres grávidas e necessitadas de ajuda?
Apresentar as coisas dizendo “ou aborto ou miséria”, como se no aborto não houvesse miséria, é uma armadilha que impede as mulheres de procurarem e a sociedade de providenciar alternativas positivas, tais como a adopção (propriamente dita ou à distância ou da grávida) melhoria dos serviços à infância, enfim, todas as medidas familiares, culturais, morais e sociais adequadas à resolução do problema.
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