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2004/02/12

FÁTIMA, MADRE TERESA E O ABORTO 




Do livro “Em Defesa da Vida”
Editado por Nova Arrancada, S.A.

NUNO SERRAS PEREIRA


O Anjo de Portugal, na primeira aparição, identifica-se como o “Anjo da paz” parecendo assim indicar que ao povo português foi confiada a missão de levar a paz ao mundo. Nossa Senhora parece confirmá-lo logo na primeira aparição: “Rezem o terço todos os dias para alcançarem a paz para o mundo [...]”. Todos estamos cientes de que esta mensagem, embora também dissesse respeito àquele tempo, é dotada de um conteúdo permanente e orientada para o futuro.

Ora, umas palavras de M. Teresa ajudam-nos a entrever nela um alcance inesperado: “Muitas vezes afirmei, e disto estou certa, que o maior destruidor da paz no mundo de hoje é o aborto. Se uma mãe pode matar o seu próprio filho, o que poderá impedir, a mim ou a ti, de nos matarmos um ao outro?” Também Schooyans, grande perito no assunto, escreve: “As guerras tradicionais matam os homens para conquistar territórios, conseguir vantagens comerciais, tutelar interesses, assegurar a livre circulação, aceder aos recursos e ainda por outros motivos. Com a liberalização do aborto, a supressão da criança não nascida é apresentada como condição para que os homens vivam e sejam felizes. Mata-se e faz-se com que a lei diga que é justo matar [...] Aqui o homem é percebido como o obstáculo por excelência à felicidade do homem. Esta guerra é por isso mais cruel do que todas as outras e portanto mais homicida. É a maior guerra da história e a mais injusta”. E João Paulo II conclui falando de uma “objectiva conjura contra a vida”, de uma “guerra dos poderosos contra os débeis”, e de “um massacre permanente de vidas humanas inocentes”.

Parece, pois, que Fátima tem um papel central em: 1º Anunciar, celebrar e servir o Evangelho da Vida; 2º Evitar que seja legalizado o aborto em Portugal — “Atraí [...] sobre a vossa pátria a paz” (2ª aparição do Anjo); 3º Ser ponto de partida para a reenvagelização do mundo para que se reconheça universalmente o carácter sagrado e inviolável de cada vida humana desde a sua concepção.

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