2011/11/12
Fim do socialismo – 1ª parte
Novembro lembrar-nos-á para sempre duas datas que marcam a derrocada do socialismo “científico”: o derrube do muro de Berlim, em 1989, e da União Soviética, em 1991.
Podemos indagar e discutir as razões da queda de um regime que, no dia anterior, jurava durar para sempre, e talvez sejam várias. Mas, mais importante que isso é questionar a tremenda analogia existente entre a defunta URSS e a UE. A UE está podre, mas todos os políticos agarrados ao sistema garantem que está de boa saúde.
Afinal de contas falta fazer cair a 2ª parte do socialismo, na Europa Ocidental. Será Merckel a perestroika, ou devemos esperar outra?
A UE já tem a troika, só falta a perestroika.
E, tal como aconteceu com a defunta URSS e nações satélites, quando um sistema socialista, mesmo que seja a diesel, é derrubado, o mundo não acaba, a vida continua, com mais liberdade e independência.
Portanto, se acabar o euro e a UE, nem que seja só para alguns países, já sabem... não vale a pena chorar.
The 20th anniversary of the fall of the USSR offers an opportunity both to remember and to look ahead. The reasons for the USSR’s collapse are many, ranging from its mania for top-down economic control, to its oppression of its own people, to its efforts to hold an empire in Eastern Europe and Central Asia, to the courage and leadership of Russian dissidents and Western leaders. But standing above all of these causes was a truth that Ronald Reagan recognized clearly: while the Soviet Union looked strong, it was in reality weak. If the West stood up to it, and forced it to confront its own inability to feed and listen to its people, the flaws inherent in its tyrannical regime would be revealed.
The truth of Reagan’s vision became apparent in 1991. Since then, we have witnessed other tyrannies, seemingly solid, collapse in a matter of days: the sudden failure of the dictatorships of North Africa is only the most recent evidence that these regimes have no enduring strength. But in spite of this, the United States and the West are today enduring another of their periodic moments of concern about their future and worries about decline. The anniversary of the fall of the USSR gives us reason to look back at this triumph for American and Western leadership, and for the now-free peoples of the former Soviet Union. But it also gives us an opportunity to look at the victories of 1991 that have not yet been secured, and which are under threat as the U.S. pursues its ‘reset’ policy with Russia that is back-sliding rapidly into autocracy.
http://www.heritage.org/Events/2011/11/Fall-of-the-USSR
Podemos indagar e discutir as razões da queda de um regime que, no dia anterior, jurava durar para sempre, e talvez sejam várias. Mas, mais importante que isso é questionar a tremenda analogia existente entre a defunta URSS e a UE. A UE está podre, mas todos os políticos agarrados ao sistema garantem que está de boa saúde.
Afinal de contas falta fazer cair a 2ª parte do socialismo, na Europa Ocidental. Será Merckel a perestroika, ou devemos esperar outra?
A UE já tem a troika, só falta a perestroika.
E, tal como aconteceu com a defunta URSS e nações satélites, quando um sistema socialista, mesmo que seja a diesel, é derrubado, o mundo não acaba, a vida continua, com mais liberdade e independência.
Portanto, se acabar o euro e a UE, nem que seja só para alguns países, já sabem... não vale a pena chorar.
Legacies and Lessons from the 20th Anniversary of the Fall of the USSR
The 20th anniversary of the fall of the USSR offers an opportunity both to remember and to look ahead. The reasons for the USSR’s collapse are many, ranging from its mania for top-down economic control, to its oppression of its own people, to its efforts to hold an empire in Eastern Europe and Central Asia, to the courage and leadership of Russian dissidents and Western leaders. But standing above all of these causes was a truth that Ronald Reagan recognized clearly: while the Soviet Union looked strong, it was in reality weak. If the West stood up to it, and forced it to confront its own inability to feed and listen to its people, the flaws inherent in its tyrannical regime would be revealed.
The truth of Reagan’s vision became apparent in 1991. Since then, we have witnessed other tyrannies, seemingly solid, collapse in a matter of days: the sudden failure of the dictatorships of North Africa is only the most recent evidence that these regimes have no enduring strength. But in spite of this, the United States and the West are today enduring another of their periodic moments of concern about their future and worries about decline. The anniversary of the fall of the USSR gives us reason to look back at this triumph for American and Western leadership, and for the now-free peoples of the former Soviet Union. But it also gives us an opportunity to look at the victories of 1991 that have not yet been secured, and which are under threat as the U.S. pursues its ‘reset’ policy with Russia that is back-sliding rapidly into autocracy.
http://www.heritage.org/Events/2011/11/Fall-of-the-USSR
Etiquetas: Capitalismo, Em defesa do Ocidente, João Paulo II, O mundo não é perfeito, socialismo, União Europeia
2011/10/25
O Estado Social e o capitalismo
Muito se tem falado ultimamente do Estado social, que se julga e deseja perpetuar per omnia secula seculorum, de tão boa saúde que está, e do capitalismo, para proclamar a sua condenação e festejar a sua morte.
Pois é, o Estado social nunca precisou para nada do capitalismo. Os bancos portugueses, como o BCP, o BPI, o BES, nunca financiaram com um tostão o Estado social. E muito menos a falida Grécia, que também tem um grande Estado social. Dito de outra forma, os Estados português e grego não devem um tusto aos bancos, já se vê. Ao ponto da Frau Merckel pretender perdoar cerca de metade da dívida grega, que eles bem merecem.
O Estado social nunca precisou, nem precisa, para nada do capitalismo. O capitalismo morreu.
Agora o Estado social já pode ir para casa descansado.
manuelbras@portugalmail.pt
Pois é, o Estado social nunca precisou para nada do capitalismo. Os bancos portugueses, como o BCP, o BPI, o BES, nunca financiaram com um tostão o Estado social. E muito menos a falida Grécia, que também tem um grande Estado social. Dito de outra forma, os Estados português e grego não devem um tusto aos bancos, já se vê. Ao ponto da Frau Merckel pretender perdoar cerca de metade da dívida grega, que eles bem merecem.
O Estado social nunca precisou, nem precisa, para nada do capitalismo. O capitalismo morreu.
Agora o Estado social já pode ir para casa descansado.
manuelbras@portugalmail.pt
Etiquetas: Capitalismo, O mundo não é perfeito, União Europeia
2011/03/10
Um presente para o PC

O PC faz 90 anos. Temos que lhes dar um presente.
Não, não os vamos chagar com a derrocada da saudosa União Soviética e do “socialismo científico”. Porque aí eles vão dizer que o que falhou foi a prática, mas a teoria está certa, o que, além de transformar a “via para o socialismo” numa matéria de tentativa e erro, nos obriga a argumentar que se a teoria está certa, porque é que não previu os erros da prática e as limitações humanas? A URSS caiu sozinha. Os americanos nem precisaram de dar um tiro.
Vinte anos após a derrocada do muro de Berlim e do socialismo soviético, de que o PC tanto gostava e gosta, o PC consegue resistir com um rating entre 7 a 10%, não obstante considerar que sai sempre vitorioso em qualquer eleição. Isso, a juntar a outro tanto dos primos trotskistas do BE, torna Portugal um caso de estudo patológico no mundo ocidental, no que toca à confiança do eleitorado na extrema-esquerda. Talvez seja por isso que Portugal é um país pobre e não poderá deixar do o ser. Quem quiser viver livre do controle e do aperto do Estado social – do qual muita esquerda vive à conta –, trabalhar e fazer coisas a sério, emigra.
Passados 20 anos sobre a derrocada do comunismo na União Soviética, os marxistas estão mais animados e ganharam mais coragem, de tão deprimidos que estavam, com o advento da crise financeira e económica em 2008, que, segundo eles, é o desmoronamento do capitalismo.
Ora, aqui é que está o erro.
Em primeiro lugar porque o capitalismo não é um regime ou sistema político, mas económico, baseado na economia de mercado livre, em que o Estado tem uma intervenção mínima e reguladora. Em segundo, porque o sistema económico capitalista, que é muito menos rígido e mais flexível que o socialismo, consegue adaptar-se muito melhor, sem rupturas violentas, às inescapáveis crises que periodicamente assolam as economias e finanças.
Em terceiro, porque capitalistas são todos os regimes. A diferença é que no socialismo só há um único e grande capitalista: o Estado. Por isso, quando este cai, cai tudo.
Foi também por isso que, quando o comunismo se derrubou a si próprio, em 1989, milhares de russos, ucranianos, romenos, moldavos, emigraram para o ocidente com fome à procura de trabalho e de pão. Isto também os camaradas do PC já esqueceram, tal como esqueceram as atrocidades do Estaline, o homem que mandou matar mais comunistas em toda a História.
Se o capitalismo está assim tanto em crise, porque é que os americanos não emigram para a Europa à procura de melhor vida, que só o Estado social pode dar? Pois é…
Para terminar, uma dedicatória ao PC vinda dos camaradas do Laos, esse paraíso na terra que quase não se ouve falar, para se ver como no comunismo há liberdade
http://www.asianews.it/news-en/11-Christians-arrested-in-Laos-for-celebrating-Christmas,-3-remain-in-custody-20477.html
http://barnabasfund.org/US/News/Archives/Laotian-Christians-arrested-at-gunpoint.html
manuelbras@portugalmail.pt
Etiquetas: Capitalismo, O mundo não é perfeito
2009/04/02
Capitalismo e Moral
Manuel Brás
Tem-se discutido, com alguma razão, o futuro do sistema capitalista e da globalização face à actual crise do sistema financeiro e económico. Fala-se na necessidade de regulação. Mais regulação, pretendem alguns. Mas, será que não existe regulação? Então, porque é que a regulação não regulou? Será possível gerar um sistema de regulação perfeito, imparcial e sem falhas? E quem é que regula os reguladores?
São questões difíceis ou até, talvez, impossíveis de responder, que rapidamente deslizam para a casuística e para o atoleiro jurídico.
A tentativa de precisar alguns termos pode lançar alguma luz sobre a realidade, da qual não devemos prescindir sob pena de cair na utopia, que dá resultados muito piores que a pior das realidades.
O primeiro termo a precisar é “globalização”, que não deve ser mais do que a extensão da economia de mercado e do sistema capitalista a um número crescente de países do mundo, entre os quais se destacam a China, a Índia, a Rússia e outros países que abandonaram a economia marxista. A globalização não é um regime político, não é um corpo de ideias, não é uma ideologia. O que não significa que não exista uma ideologia que, criticando a globalização, se pretenda servir desse processo para se instalar, ganhar poder e condicionar, assim, a vida de muitos países. Mas isso é próprio das ideologias, é preciso contar com isso e defender-nos disso. Nessa perspectiva, podemos apontar, pelo menos, 3 globalizações, porque três entendimentos, mais ou menos inconciliáveis, de homem, de vida, de civilização e de mundo.
Outro conceito a precisar é o de capitalismo, que não é um sistema político, nem uma ideologia, nem uma moral, mas sim um sistema económico que assenta na propriedade privada (nos direitos de propriedade), na economia de livre mercado e no investimento de capitais. O capitalismo não é um regime político, nem uma ideologia, nem uma moral: tudo isso já existe antes e cumpre a sua função. Desgraçados de nós se estivéssemos à espera do capitalismo para distinguir o bem do mal. Não, os princípios da ética e da moral já existem e são intangíveis e inalcançáveis pelo capitalismo, ou qualquer outra doutrina económica.
É por isso que não devemos culpar o sistema capitalista pela crise em que mergulhámos no ano passado. Até porque, ao contrário das expectativas do marxismo em relação à economia socialista, os “capitalistas” já sabem que o sistema não é perfeito, tal como os homens não são perfeitos, e, portanto, de quando em quando as crises aí estão. Ao contrário do marxismo, o capitalismo assenta e pressupõe o homem comum, aquele que existe na realidade.
Igualmente, ao contrário do marxismo, o capitalismo, por não ser um sistema rígido, é flexível e adapta-se às circunstâncias e à realidade, e não o contrário. Por isso sobrevive, também nos países que tiveram no passado uma economia colectivizada e que, graças à “globalização” adoptaram um sistema capitalista.
O capitalismo não é uma ética, nem uma moral, per se. O capitalismo submete-se aos princípios da ética e da moral, como qualquer outra actividade ou sistema, e não é, obviamente, origem ou raiz de uma nova ética para além da essência humana.
Temos que encontrar, isso sim, a raiz da crise, no que ela tem de ético, nos actos e na responsabilidade pessoal, no perfil de pessoas que se têm formado nas escolas, nas universidades, nas famílias e não culpem o capitalismo por isso.
Todos os sistemas se tornam desonestos e decadentes quando uma parte crítica daqueles que os habitam são desonestos e decadentes.
De resto, já se sabe há muito que o mal só existe no íntimo de cada homem.
Nem a globalização, nem o capitalismo, em si mesmos, têm a importância que a ideologia lhes atribui.
manuelbras@portugalmail.pt
Tem-se discutido, com alguma razão, o futuro do sistema capitalista e da globalização face à actual crise do sistema financeiro e económico. Fala-se na necessidade de regulação. Mais regulação, pretendem alguns. Mas, será que não existe regulação? Então, porque é que a regulação não regulou? Será possível gerar um sistema de regulação perfeito, imparcial e sem falhas? E quem é que regula os reguladores?
São questões difíceis ou até, talvez, impossíveis de responder, que rapidamente deslizam para a casuística e para o atoleiro jurídico.
A tentativa de precisar alguns termos pode lançar alguma luz sobre a realidade, da qual não devemos prescindir sob pena de cair na utopia, que dá resultados muito piores que a pior das realidades.
O primeiro termo a precisar é “globalização”, que não deve ser mais do que a extensão da economia de mercado e do sistema capitalista a um número crescente de países do mundo, entre os quais se destacam a China, a Índia, a Rússia e outros países que abandonaram a economia marxista. A globalização não é um regime político, não é um corpo de ideias, não é uma ideologia. O que não significa que não exista uma ideologia que, criticando a globalização, se pretenda servir desse processo para se instalar, ganhar poder e condicionar, assim, a vida de muitos países. Mas isso é próprio das ideologias, é preciso contar com isso e defender-nos disso. Nessa perspectiva, podemos apontar, pelo menos, 3 globalizações, porque três entendimentos, mais ou menos inconciliáveis, de homem, de vida, de civilização e de mundo.
Outro conceito a precisar é o de capitalismo, que não é um sistema político, nem uma ideologia, nem uma moral, mas sim um sistema económico que assenta na propriedade privada (nos direitos de propriedade), na economia de livre mercado e no investimento de capitais. O capitalismo não é um regime político, nem uma ideologia, nem uma moral: tudo isso já existe antes e cumpre a sua função. Desgraçados de nós se estivéssemos à espera do capitalismo para distinguir o bem do mal. Não, os princípios da ética e da moral já existem e são intangíveis e inalcançáveis pelo capitalismo, ou qualquer outra doutrina económica.
É por isso que não devemos culpar o sistema capitalista pela crise em que mergulhámos no ano passado. Até porque, ao contrário das expectativas do marxismo em relação à economia socialista, os “capitalistas” já sabem que o sistema não é perfeito, tal como os homens não são perfeitos, e, portanto, de quando em quando as crises aí estão. Ao contrário do marxismo, o capitalismo assenta e pressupõe o homem comum, aquele que existe na realidade.
Igualmente, ao contrário do marxismo, o capitalismo, por não ser um sistema rígido, é flexível e adapta-se às circunstâncias e à realidade, e não o contrário. Por isso sobrevive, também nos países que tiveram no passado uma economia colectivizada e que, graças à “globalização” adoptaram um sistema capitalista.
O capitalismo não é uma ética, nem uma moral, per se. O capitalismo submete-se aos princípios da ética e da moral, como qualquer outra actividade ou sistema, e não é, obviamente, origem ou raiz de uma nova ética para além da essência humana.
Temos que encontrar, isso sim, a raiz da crise, no que ela tem de ético, nos actos e na responsabilidade pessoal, no perfil de pessoas que se têm formado nas escolas, nas universidades, nas famílias e não culpem o capitalismo por isso.
Todos os sistemas se tornam desonestos e decadentes quando uma parte crítica daqueles que os habitam são desonestos e decadentes.
De resto, já se sabe há muito que o mal só existe no íntimo de cada homem.
Nem a globalização, nem o capitalismo, em si mesmos, têm a importância que a ideologia lhes atribui.
manuelbras@portugalmail.pt
Etiquetas: Capitalismo, Manuel Brás, O mundo não é perfeito
2008/09/30
O mundo não é perfeito(II)
Manuel Brás
Perante a perplexidade e a aparente contradição, como justificar a eventual intervenção do estado americano – caso se chegue a acordo para tal no Congresso – para debelar a crise financeira num sistema que preconiza o Estado reduzido ao mínimo e indispensável?
A resposta está aí: é pelo facto da intervenção do Estado ter sido mínima na economia e finanças, em especial durante os últimos anos, que, perante a crise actual, pode ser indispensável. Faliram alguns bancos e seguradoras, mas o Estado não faliu. O espanto vem da excepção do Estado intervir pontualmente por uma real necessidade para a sociedade civil. O Estado actuou quando foi preciso.
O princípio é que aquilo que a sociedade civil pode fazer, seja na economia, nas finanças, na educação ou na saúde, não deve o Estado fazer. O Estado mínimo tem uma função supletiva, subsidiária, de regulação, fiscalização e emergência, de correcção de injustiças e promoção do bem comum. E não, por exemplo, como pretende a UE, ditar o que se deve e não deve comer nas escolas, a pretexto da obesidade, e outras coisas do género, pelas quais se vê o que é o Estado a querer dirigir tudo.
Nesta perspectiva, o Estado mínimo não tem que, nem deve, subsidiar empresas financeiras em falência, e ainda menos se voltadas para actividades especulativas, a quem os negócios correram mal após anos a correrem bem. Pelos vistos não é possível os negócios especulativos e lucros crescerem contínua e indefinidamente. São as limitações do sistema que não podemos escamotear. Quem investe de forma duvidosa e/ou com risco tem que assumir as responsabilidades.
Porém, dado que os clientes de seguradoras e outras empresas de prestação de serviços são contribuintes que pagam os seus impostos ao Estado, este tem o dever de os ressarcir em caso de falência ou incumprimento. É a função social do Estado, perante contribuintes que doutra forma seriam lesados. Investir em seguros não é o mesmo que investir em especulações e capitais de risco. O Estado não tem que socorrer empresas ou bancos falidos, mas tem que acudir em favor dos clientes-contribuintes. O Estado não lhes está a dar nada que eles já não lhe tenham dado primeiro. Parece ser esta a cautela que o governo americano tem em mente ao pretender disponibilizar os famosos 700 mil milhões de dólares.
Não parece haver, desta forma, qualquer violação do princípio do Estado mínimo, que intervêm apenas quando os desequilíbrios do mercado o justificam.
Dentro da sua justeza, esta medida do governo americano pode ter as seguintes consequências nefastas, que teimam em repetir-se na História:
1. Aumento de impostos: as despesas estatais são financiadas por impostos e o seu aumento conduz ao aumento de impostos, o que reduz a criação de trabalho, de poupança e de investimento
2. Redução de incentivos: os gastos sociais frequentemente desencorajam a produtividade ao subsidiar o desemprego, a inactividade e obtenção de rendimentos sociais a troco de nada
3. Deslocamento: cada unidade monetária gasta a mais pelos políticos é uma unidade a menos que é atribuída às forças do mercado e do sector privado, que é mais produtivo
4. Ineficiência: os programas governamentais são menos eficientes que os do sector privado.
Ao contrário do que sucede com o sector privado, os desmandos do despesismo estatal resolvem-se arbitrariamente rectificando o orçamento e cobrando mais impostos.
Os defensores do controle estatal da economia – e de tudo o resto – não têm qualquer autoridade moral para condenar a iniciativa privada nem o capitalismo.
Por duas razões: porque em Portugal o Estado é propriedade privada da esquerda, porque é o Estado que vive à custa do sector privado e não o contrário e porque aqueles que condenam o capitalismo e a iniciativa privada são, muitas vezes, aqueles que vivem à custa de subsídios e dinheiros estatais e nunca tiveram que dirigir nem assumir responsabilidades no sector privado. Assim, é fácil.
manuelbras@portugalmail.pt
Perante a perplexidade e a aparente contradição, como justificar a eventual intervenção do estado americano – caso se chegue a acordo para tal no Congresso – para debelar a crise financeira num sistema que preconiza o Estado reduzido ao mínimo e indispensável?
A resposta está aí: é pelo facto da intervenção do Estado ter sido mínima na economia e finanças, em especial durante os últimos anos, que, perante a crise actual, pode ser indispensável. Faliram alguns bancos e seguradoras, mas o Estado não faliu. O espanto vem da excepção do Estado intervir pontualmente por uma real necessidade para a sociedade civil. O Estado actuou quando foi preciso.
O princípio é que aquilo que a sociedade civil pode fazer, seja na economia, nas finanças, na educação ou na saúde, não deve o Estado fazer. O Estado mínimo tem uma função supletiva, subsidiária, de regulação, fiscalização e emergência, de correcção de injustiças e promoção do bem comum. E não, por exemplo, como pretende a UE, ditar o que se deve e não deve comer nas escolas, a pretexto da obesidade, e outras coisas do género, pelas quais se vê o que é o Estado a querer dirigir tudo.
Nesta perspectiva, o Estado mínimo não tem que, nem deve, subsidiar empresas financeiras em falência, e ainda menos se voltadas para actividades especulativas, a quem os negócios correram mal após anos a correrem bem. Pelos vistos não é possível os negócios especulativos e lucros crescerem contínua e indefinidamente. São as limitações do sistema que não podemos escamotear. Quem investe de forma duvidosa e/ou com risco tem que assumir as responsabilidades.
Porém, dado que os clientes de seguradoras e outras empresas de prestação de serviços são contribuintes que pagam os seus impostos ao Estado, este tem o dever de os ressarcir em caso de falência ou incumprimento. É a função social do Estado, perante contribuintes que doutra forma seriam lesados. Investir em seguros não é o mesmo que investir em especulações e capitais de risco. O Estado não tem que socorrer empresas ou bancos falidos, mas tem que acudir em favor dos clientes-contribuintes. O Estado não lhes está a dar nada que eles já não lhe tenham dado primeiro. Parece ser esta a cautela que o governo americano tem em mente ao pretender disponibilizar os famosos 700 mil milhões de dólares.
Não parece haver, desta forma, qualquer violação do princípio do Estado mínimo, que intervêm apenas quando os desequilíbrios do mercado o justificam.
Dentro da sua justeza, esta medida do governo americano pode ter as seguintes consequências nefastas, que teimam em repetir-se na História:
1. Aumento de impostos: as despesas estatais são financiadas por impostos e o seu aumento conduz ao aumento de impostos, o que reduz a criação de trabalho, de poupança e de investimento
2. Redução de incentivos: os gastos sociais frequentemente desencorajam a produtividade ao subsidiar o desemprego, a inactividade e obtenção de rendimentos sociais a troco de nada
3. Deslocamento: cada unidade monetária gasta a mais pelos políticos é uma unidade a menos que é atribuída às forças do mercado e do sector privado, que é mais produtivo
4. Ineficiência: os programas governamentais são menos eficientes que os do sector privado.
Ao contrário do que sucede com o sector privado, os desmandos do despesismo estatal resolvem-se arbitrariamente rectificando o orçamento e cobrando mais impostos.
Os defensores do controle estatal da economia – e de tudo o resto – não têm qualquer autoridade moral para condenar a iniciativa privada nem o capitalismo.
Por duas razões: porque em Portugal o Estado é propriedade privada da esquerda, porque é o Estado que vive à custa do sector privado e não o contrário e porque aqueles que condenam o capitalismo e a iniciativa privada são, muitas vezes, aqueles que vivem à custa de subsídios e dinheiros estatais e nunca tiveram que dirigir nem assumir responsabilidades no sector privado. Assim, é fácil.
manuelbras@portugalmail.pt
Etiquetas: Capitalismo, Em defesa do Ocidente, Impostos, Manuel Brás, O mundo não é perfeito
2008/09/29
O mundo não é perfeito
Manuel Brás
Questionam-se alguns espíritos sobre a validade dos princípios da economia de mercado, do sistema capitalista, da primazia e anterioridade da iniciativa privada sobre o Estado. Interrogam-se, no fundo, sobre a consistência de alguns princípios básicos do conservadorismo.
Não há razão para isso. Há muito mais razões para questionar a economia socialista, o estatalismo, a propriedade colectiva dos meios de produção, loucuras que levaram, não a uma grande crise, mas à derrocada total, sem sobrevivência, do sistema económico socialista – marxista – que vigorou em alguns países durante décadas. É claro que isto não se pode dizer em voz alta porque é preciso branquear a tela de fundo do PC e do BdE, não vá alguém pensar, devido às suas simpatias e ligações com regimes totalitários, que nunca foram devidamente julgados a par doutros, que essas forças políticas mereciam ser ilegalizadas por isso. Mas adiante.
Quem achar que o capitalismo não é sistema e que é preciso voltar ao socialismo, à estatização da economia e da propriedade, que veja os resultados das estatizações de empresas em Portugal durante o PREC e o que daí resultou de prejuízo para o País ou no que deu a Reforma Agrária: foi tão boa que hoje não temos agricultura.
O sistema capitalista tem fraquezas? Com certeza. E o socialismo ainda tem mais. O Estado português, em concreto, não é pessoa de bem: deve imenso e durante muito tempo a fornecedores, especialmente do sector da saúde, gozando arbitrariamente de privilégios que não concede aos seus devedores. Há mais razões para desconfiar do Estado socialista que da iniciativa privada e da economia de mercado, porque consegue esconder e ampliar as fraquezas e vícios das primeiras.
Quem quiser julgar o capitalismo, verá como nos últimos anos têm fugido imensos americanos para a Rússia, a Venezuela, a Bolívia, Cuba, Irão e outros paraísos que tais, em busca de melhor vida.
Porque é que a economia socialista ruiu e a capitalista não? Porque o capitalismo, apesar de não ser um sistema perfeito – não existe nenhum – é aquele que mais e melhor se adequa à realidade da condição humana, é mais refractário às utopias, é o mais flexível e adaptável às novas circunstâncias e, nessa medida, o que mais e melhor sobrevive, se regenera e corrige.
É em boa medida, por isso, que o sistema económico dos EUA sobrevive há mais de 230 anos, enquanto a URSS e outros sistemas socialistas ruíram ao fim de algumas décadas de manutenção forçada.
Quem é que tem saudades?
manuelbras@portugalmail.pt
Questionam-se alguns espíritos sobre a validade dos princípios da economia de mercado, do sistema capitalista, da primazia e anterioridade da iniciativa privada sobre o Estado. Interrogam-se, no fundo, sobre a consistência de alguns princípios básicos do conservadorismo.
Não há razão para isso. Há muito mais razões para questionar a economia socialista, o estatalismo, a propriedade colectiva dos meios de produção, loucuras que levaram, não a uma grande crise, mas à derrocada total, sem sobrevivência, do sistema económico socialista – marxista – que vigorou em alguns países durante décadas. É claro que isto não se pode dizer em voz alta porque é preciso branquear a tela de fundo do PC e do BdE, não vá alguém pensar, devido às suas simpatias e ligações com regimes totalitários, que nunca foram devidamente julgados a par doutros, que essas forças políticas mereciam ser ilegalizadas por isso. Mas adiante.
Quem achar que o capitalismo não é sistema e que é preciso voltar ao socialismo, à estatização da economia e da propriedade, que veja os resultados das estatizações de empresas em Portugal durante o PREC e o que daí resultou de prejuízo para o País ou no que deu a Reforma Agrária: foi tão boa que hoje não temos agricultura.
O sistema capitalista tem fraquezas? Com certeza. E o socialismo ainda tem mais. O Estado português, em concreto, não é pessoa de bem: deve imenso e durante muito tempo a fornecedores, especialmente do sector da saúde, gozando arbitrariamente de privilégios que não concede aos seus devedores. Há mais razões para desconfiar do Estado socialista que da iniciativa privada e da economia de mercado, porque consegue esconder e ampliar as fraquezas e vícios das primeiras.
Quem quiser julgar o capitalismo, verá como nos últimos anos têm fugido imensos americanos para a Rússia, a Venezuela, a Bolívia, Cuba, Irão e outros paraísos que tais, em busca de melhor vida.
Porque é que a economia socialista ruiu e a capitalista não? Porque o capitalismo, apesar de não ser um sistema perfeito – não existe nenhum – é aquele que mais e melhor se adequa à realidade da condição humana, é mais refractário às utopias, é o mais flexível e adaptável às novas circunstâncias e, nessa medida, o que mais e melhor sobrevive, se regenera e corrige.
É em boa medida, por isso, que o sistema económico dos EUA sobrevive há mais de 230 anos, enquanto a URSS e outros sistemas socialistas ruíram ao fim de algumas décadas de manutenção forçada.
Quem é que tem saudades?
manuelbras@portugalmail.pt
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