2003/10/17
Salvar a floresta, salvar o ambiente, salvar a paisagem.
Para um programa de “Arte de Governar”:à atenção do governo e da sociedade civil.
Um compromisso para os nacionalistas portugueses.
Temos, os nacionalistas, de dar provas do nosso amor a Portugal, provas concretas.
O que venho dizendo da Beira Interior devo dizê-lo do País.
Mas a Beira Interior é o meu “próximo “ geográfica e humanamente falando.
Como o Alentejo é, no mesmo sentido, o “próximo” do “Manuel Azinhal” que dele fala com paixão e devoção no seu blog.
Que podemos cada um e todos fazer pelas nossas Pátrias mais pequenas?
Este verão, e até 30 de Setembro, arderam nos distritos da Guarda e de Castelo Branco, no conjunto, 93.777 ha de matas e 40.055 ha de matos, num total de 133.832 hectares (Viseu, distrito, pouco significou, por sorte; não terão ardido aí, ao todo, mais de 4.473 ha).
Para termos, porém, uma ideia mais clara da tragédia, é preciso notar que esses 133.832 ha representam mais de 35% da área de floresta e mato que ardeu em todo o País; e talvez mais de 40% de tudo o que havia para arder nos dois distritos (Guarda e Castelo Branco), até os incêndios de 2003 começarem na B.I.
Considerando apenas a área de povoamentos florestais ardidos na B.I. – excluindo, portanto, as áreas dos matos destruídos pelos incêndios – e atribuindo às árvores ardidas o valor médio de 1000 contos por hectare (hipótese pinheiro bravo), podemos estimar o prejuízo, apenas em material lenhoso, nos 93777 ha de floresta perdida na Beira Interior, este verão, em cerca de 94 milhões de contos.
Para recuperar toda a área ardida (133.832 ha), seria necessário – a 300 contos, em média, por ha, para reflorestação racionalmente ordenada e para a melhoria das infra-estruturas (caminhos, aceiros, pontos de água, etc.) – seria necessário, repito, um investimento da ordem dos 51 milhões de contos.
Não se crê possível, para um investimento que não começaria a ser recuperado senão 15 a 20 anos depois da reflorestação!
Há que encontrar soluções complementares.
O Estado poderia contar com a iniciativa privada, local e exterior à B.I., se for capaz de interessá-la com compromissos imaginativos e firmes.
Deveria abrir concurso público para empresas que quisessem comprometer-se a florestar e/ou beneficiar de 1000 a 5000 ha em 3 a 6 anos, trabalho que o Estado comparticiparia de acordo com as suas tabelas. Cada empresa, teria liberdade para gerir e explorar as áreas que reflorestasse ou beneficiasse – pertencentes aos parceiros que conseguisse reunir, por compra ou arrendamento – pelo sistema do uso múltiplo da floresta, nas formas mais amplas, mais racionais e mais avançadas de que fosse capaz.
Os lucros seriam seus e as responsabilidades para com os parceiros seriam também dela.
As associações de proprietários florestais já existentes em grande número, com os seus serviços técnicos e com os serviços técnicos e de investigação do ensino superior regional, poderiam ter um grande papel na promoção e criação destas empresas.
Julga-se que não seria difícil duplicar a actual produtividade do sistema de apoios do Estado aos produtores florestais, por estes meios; e conseguir-se rapidamente o equilíbrio financeiro de cada unidade florestal, através dos proveitos a curto prazo da exploração intensiva das várias modalidades do uso múltiplo da floresta.
Cada empresa criaria entre 50 e 200 postos de trabalho.
A Beira Interior é um campo virgem mas cheio de potencialidades para se colherem plenamente os frutos do sistema, numa aliança talvez inédita, entre a vontade de fomento do Estado, a criatividade e capitais da iniciativa privada, a riqueza de conhecimentos e capacidade técnica das Universidades e centros de investigação e a dinâmica do associativismo florescente.
Com 20 a 30 explorações destas estrategicamente dispersas pelos dois distritos mais vulneráveis, nuns 20 a 30.000 ha, teríamos quadriculado a Beira Interior para uma defesa eficaz contra os incêndios e instalado um sistema produtivo fortemente dinamizador de toda a economia da região e dos seus recursos renováveis, agora perdidos ou sem destino.
Em dez anos, poder-se-iam mudar completamente o panorama e perspectivas das áreas rurais de dois ou três distritos fortemente deprimidos, com uma política decidida e radicalmente inovadora, baseada na multiplicação dos parques florestais ecológicos e de rendimento intensivo, de que falei.
ACR
Outros textos sobre a Beira Interior:
- "Dos Incêndios Florestais";
- "Quer o Governo uma grande oportunidade para dar provas da sua ARTE DE GOVERNAR? Porque ..."
- "A segunda das catástrofes que assolaram a Beira Interior. E um teste ..."
Um compromisso para os nacionalistas portugueses.
Temos, os nacionalistas, de dar provas do nosso amor a Portugal, provas concretas.
O que venho dizendo da Beira Interior devo dizê-lo do País.
Mas a Beira Interior é o meu “próximo “ geográfica e humanamente falando.
Como o Alentejo é, no mesmo sentido, o “próximo” do “Manuel Azinhal” que dele fala com paixão e devoção no seu blog.
Que podemos cada um e todos fazer pelas nossas Pátrias mais pequenas?
Este verão, e até 30 de Setembro, arderam nos distritos da Guarda e de Castelo Branco, no conjunto, 93.777 ha de matas e 40.055 ha de matos, num total de 133.832 hectares (Viseu, distrito, pouco significou, por sorte; não terão ardido aí, ao todo, mais de 4.473 ha).
Para termos, porém, uma ideia mais clara da tragédia, é preciso notar que esses 133.832 ha representam mais de 35% da área de floresta e mato que ardeu em todo o País; e talvez mais de 40% de tudo o que havia para arder nos dois distritos (Guarda e Castelo Branco), até os incêndios de 2003 começarem na B.I.
Considerando apenas a área de povoamentos florestais ardidos na B.I. – excluindo, portanto, as áreas dos matos destruídos pelos incêndios – e atribuindo às árvores ardidas o valor médio de 1000 contos por hectare (hipótese pinheiro bravo), podemos estimar o prejuízo, apenas em material lenhoso, nos 93777 ha de floresta perdida na Beira Interior, este verão, em cerca de 94 milhões de contos.
Para recuperar toda a área ardida (133.832 ha), seria necessário – a 300 contos, em média, por ha, para reflorestação racionalmente ordenada e para a melhoria das infra-estruturas (caminhos, aceiros, pontos de água, etc.) – seria necessário, repito, um investimento da ordem dos 51 milhões de contos.
Não se crê possível, para um investimento que não começaria a ser recuperado senão 15 a 20 anos depois da reflorestação!
Há que encontrar soluções complementares.
O Estado poderia contar com a iniciativa privada, local e exterior à B.I., se for capaz de interessá-la com compromissos imaginativos e firmes.
Deveria abrir concurso público para empresas que quisessem comprometer-se a florestar e/ou beneficiar de 1000 a 5000 ha em 3 a 6 anos, trabalho que o Estado comparticiparia de acordo com as suas tabelas. Cada empresa, teria liberdade para gerir e explorar as áreas que reflorestasse ou beneficiasse – pertencentes aos parceiros que conseguisse reunir, por compra ou arrendamento – pelo sistema do uso múltiplo da floresta, nas formas mais amplas, mais racionais e mais avançadas de que fosse capaz.
Os lucros seriam seus e as responsabilidades para com os parceiros seriam também dela.
As associações de proprietários florestais já existentes em grande número, com os seus serviços técnicos e com os serviços técnicos e de investigação do ensino superior regional, poderiam ter um grande papel na promoção e criação destas empresas.
Julga-se que não seria difícil duplicar a actual produtividade do sistema de apoios do Estado aos produtores florestais, por estes meios; e conseguir-se rapidamente o equilíbrio financeiro de cada unidade florestal, através dos proveitos a curto prazo da exploração intensiva das várias modalidades do uso múltiplo da floresta.
Cada empresa criaria entre 50 e 200 postos de trabalho.
A Beira Interior é um campo virgem mas cheio de potencialidades para se colherem plenamente os frutos do sistema, numa aliança talvez inédita, entre a vontade de fomento do Estado, a criatividade e capitais da iniciativa privada, a riqueza de conhecimentos e capacidade técnica das Universidades e centros de investigação e a dinâmica do associativismo florescente.
Com 20 a 30 explorações destas estrategicamente dispersas pelos dois distritos mais vulneráveis, nuns 20 a 30.000 ha, teríamos quadriculado a Beira Interior para uma defesa eficaz contra os incêndios e instalado um sistema produtivo fortemente dinamizador de toda a economia da região e dos seus recursos renováveis, agora perdidos ou sem destino.
Em dez anos, poder-se-iam mudar completamente o panorama e perspectivas das áreas rurais de dois ou três distritos fortemente deprimidos, com uma política decidida e radicalmente inovadora, baseada na multiplicação dos parques florestais ecológicos e de rendimento intensivo, de que falei.
ACR
Outros textos sobre a Beira Interior:
- "Dos Incêndios Florestais";
- "Quer o Governo uma grande oportunidade para dar provas da sua ARTE DE GOVERNAR? Porque ..."
- "A segunda das catástrofes que assolaram a Beira Interior. E um teste ..."
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