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2003/10/03

II Congresso Nacionalista Português - “Sobre a Terra e sobre o Mar” - Informações Úteis 

Local: Hotel Roma (Sala Veneza); Av. de Roma, 33 Lisboa

Acessos: Metro Roma; Autocarros: 7, 33, 35, 67

Preço: 20,00 € / pessoa (o valor do ingresso destina-se exclusivamente a cobrir as despesas de aluguer do espaço, bem como de organização e divulgação).

Importante: Pede-se aos participantes o obséquio de evitar em absoluto a ostentação de símbolos partidários ou de grupos ideológicos, exceptuando, obviamente, os símbolos nacionais consagrados pela História. Nesse sentido - e para garantir o carácter não partidário e independente do Congresso - avisam-se os interessados de que não é permitida a distribuição ou venda de panfletos, autocolantes, revistas, fanzines e demais propaganda partidária ou ideológica.

Formalização da Inscrição: preencher a ficha anexa, recortar e enviar com cheque cruzado de 20,00 € para:
Largo do Carmo, 18 – 1º Esqº
1200-092 Lisboa


_________________________________________________

Ficha de Inscrição

II Congresso Nacionalista Português
Largo do Carmo, 18 – 1º Esqº
1200-092 Lisboa
Tel. 213470096



Nome: ________________________________________________________________

Morada: ______________________________________________________________

Código Postal: _______________________

Telef./TM: __________________________

e-mail/Fax: _____________________________

Profissão: ________________________

Idade: ________________

Envio o cheque nº ____________________

s/ Banco __________________________

Assinatura: ____________________________________________________________

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II Congresso Nacionalista Português - “Sobre a Terra e sobre o Mar” - Programa (actualizado) 

Lisboa, 15 e 16 de Novembro de 2003

Hotel Roma – Sala Veneza

Sábado, 15 de Novembro de 2003

9.00h - Recepção

10.00h - Acto de Abertura

10.15h - Conferências
"Fundamentos inspiradores do Nacionalismo Português"


·"O pensamento nacionalista ao longo do século XX" (Prof. J. Pinharanda Gomes)

·"Nação, Pátria e Reforma do Estado" (Dr. Eduardo Alves)

· "Monarquia versus República: aprofundamento da identidade nacional" (Prof. Dr. Gonçalo Sampaio e Mello-Univ. Lisboa)

12.00h - Intervalo

12.15h - Debate

13.00h - Tempo livre para almoço

14.30h - Painel
"O Nacionalismo e os poderes emergentes"

· "A guerra: será o nacionalismo belicista?" (interveniente a confirmar)

· "Capitalismo e Nacionalismo: a compatibilidade é possível?" (Engº Miguel Lima)

·"O Nacionalismo e as etnias" (Dr. Miguel Jardim)

· "Nacionalismo e totalitarismo: serão sinónimos?" (Dr. Manuel Brás)

16.30h - Intervalo

17.00h - Debate


Domingo, 16 de Novembro de 2003

10.00h - Conferências
"Nação, Arte e Cultura"

· "Correntes artísticas e culturais ao longo do século XX: o Movimento Futurista" (Dr. Manuel Marques José)

· "Portugal e Galiza: uma só nação?" (Prof. Dr. Isaac Estraviz - Univ. Vigo)

· "Cultura Portuguesa hoje: sinais e imagens de Portugal para o século XXI" (Prof. Dr. Miguel Castelo Branco)

12.00h - Intervalo

12.15h - Debate

13.00h - Tempo livre para almoço

14.30h - Painel
"Soberania e Independência: estratégias para o século XXI"

·"Portugal Europeu ou Atlântico?" (Dr. Luís Silveira)

· "Olivença: uma questão menor?" (Prof. Dr. Humberto Nuno de Oliveira - Univ. Lusíada)

· "A constituição europeia" (Prof. Dr. Artur Anselmo - Univ. Nova de Lisboa)

16.00h - Debate

16.45h - Intervalo

17.00h - Sessão de Encerramento - Conferência

·"Ideias de Portugal e sua projecção no século XXI" (Dr. António da Cruz Rodrigues)

17.45h - Debate e Palavras Finais

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II Congresso Nacionalista Português - “Sobre a Terra e sobre o Mar” - Lisboa, 15 e 16 de Novembro de 2003 

Por todos os motivos

Talvez não exista hoje em Portugal uma figura “mediática” do sistema que tenha sido capaz de produzir aquilo que, com propriedade, se costuma designar um pensamento político.

A generalidade dos portugueses tem os políticos do sistema na conta de quem anda aí para orientar os seus interesses, ou seja, a vidinha. Na melhor das hipóteses concede-lhes a ingrata missão de resolver problemas concretos, como o desemprego, o insucesso escolar, a toxicodependência ou a criminalidade, coisas que até hoje não conseguiram fazer. E não só não fizeram, como não deixaram fazer, uma vez que existem outros que estão profissionalmente mais habilitados para o fazer, se tiverem autoridade para tal.

A generalidade dos políticos entretém-se a gerar polémica à volta de problemas concretos, embora importantes, e ignora a necessidade de uma visão geral, completa, nacional, do País. Não são capazes de se elevar e ver Portugal “cá de cima”, para depois actuar e fazer actuar em função disso.

Provavelmente dirão que Portugal já está orientado – para Bruxelas, claro – que é só seguir as directivas e já está. Que não precisamos de pensar, porque para isso lá estão os comissários. Ora bolas, então para que é que andamos a pagar uma classe política inteira?

Pois é, não existe um pensamento nacional fundamentado, sério e credível para Portugal do séc. XXI. Ou seja, faz falta que os nacionalistas se unam, debatam e definam os princípios que devem orientar o seu pensamento e a acção, para conduzir a Nação à unidade, por caminhos de liberdade, responsabilidade e soberania.

O I Congresso Nacionalista Português realizado há dois anos, em 13 e 14 de Outubro de 2001, iniciou um trabalho importante, desbravador, no sentido de um pensamento nacionalista novo para Portugal.
Um considerável avanço se conseguiu.
Queremos continuar esse trabalho com o II Congresso Nacionalista Português.
Eis um objectivo inadiável, que nos deve levar a dar o melhor de nós mesmos – de cada um. E, convenhamos, não é pouco.

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2003/10/02

“Autarcas têm de fazer aposta na Educação” - TRÊS PERGUNTAS A VALADARES TAVARES 

No "Público" de 2003/09/27

Quais são as principais conclusões do seu estudo?
Em todo o país continua a haver níveis de desempenho muito baixos, sobretudo a Matemática. Continuam a verificar-se grandes assimetrias regionais, o que mostra que a qualidade da oferta dentro do mesmo concelho está pouco homogeneizada. E há escolas com desempenhos muito maus em concelhos com nível sócio económico elevado. A dispersão mantém-se elevada.

No que diz respeito aos resultados mais baixos, nas duas disciplinas*, há muitos concelhos que persistem entre os piores...
Estou farto de diagnósticos, porque este é a confirmação do que já todos sabíamos. É necessários criar uma lista prioritária de escolas cujos desempenhos mereçam uma atenção especial por parte do Ministério da Educação. O objectivo é compreender a sua realidade, de maneira a corrigir o que está mal. Se isto já era prioritário no ano passado, é ainda mais este ano porque estamos cada vez mais próximos de uma União Europeia que vai integrar países com melhores desempenhos que o nosso. Este défice estrutural, a Matemática, vai limitar a competitividade e a produtividade de Portugal. Este ano ficaram mais de três mil lugares no ensino superior por preencher nas engenharias e tecnologias, que são áreas prioritárias.

A quem é que cabe intervir?
O problema justifica iniciativas regionais. Por exemplo, os concelhos com piores resultados não devem estar à espera de um despacho milagroso. Os autarcas podem alegar que o ensino secundários não está sob a sua alçada, mas se querem atrair população qualificada e empresas multinacionais, então têm de fazer uma aposta na educação. Porque é que não se criam movimentos que envolvam os municípios, associações regionais de empresários, pais, estudantes, e assim se procura transformar a realidade?
Há ainda um problema de inovação, de ir ao encontro das expectativas dos jovens e inovar o ensino.
Se não forem os próprios concelhos a mexer-se, vão ficando cada vez mais relegados para segundo plano.
Será essa a vontade dos autarcas?

B. W.
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* Matemática e Português.

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Quer o Governo uma grande oportunidade para dar provas da sua ARTE DE GOVERNAR? 

Porque não aplica decididamente o seu Plano de Intervenção para a Beira Interior?
A Beira Interior não pode esperar mais...



A Beira Interior abrange os distritos de Viseu, Guarda e Castelo Branco.
É uma zona privilegiada em muitos domínios: ambiente, paisagem, hidrografia, parques naturais, floresta, vinhos, património cultural e histórico, artesanato, tradições locais, recursos humanos.
Os últimos meses foram catastróficos para a Beira Interior.
No caso do ensino secundário e no caso da floresta.


Ensino Secundário na B. I.

Do ranking estabelecido pelo “Público” para os 615 estabelecimentos de ensino secundário do País, públicos e privados, a partir dos dados “brutos” fornecidos pelo Ministério da Educação aos Meios de Comunicação Social, com base nas classificações dos exames nacionais da 1ª fase de 2003, destacamos algumas conclusões:

1ª — São 55 os estabelecimentos de Ensino Secundário na Beira Interior, que se repartem assim por distritos:

Viseu -------------------------------------------- 32 (sendo 2 privados)
Castelo Branco -------------------------------- 10 (sendo 2 privados)
Guarda ------------------------------------------ 13 (sendo 1 privado)

Total --------------------------------------------- 55 (em 615)

2ª — O distrito de Viseu é aquele cujos estabelecimentos de Ensino Secundário se apresentam, ainda assim, menos mal classificados: Do 49º lugar, um estabelecimento de ensino privado, em Resende, ao 578º lugar, uma escola pública, em Cinfães.

3ª — O distrito de Castelo Branco tem as suas escolas secundárias classificadas do 102º ao 597º lugar.

4ª — E o distrito da Guarda tem as suas escolas secundárias classificadas do 86º ao 603º lugar.

5ª — No ranking de conjunto, verificamos que:
· Nos lugares ----------------- 1 a 100, a BI tem 05 escolas;
· Nos lugares -------------- 101 a 200, a BI tem 11 escolas;
· Nos lugares -------------- 201 a 300, a BI tem 07 escolas;
· Nos lugares -------------- 301 a 400, a BI tem 11 escolas;
· Nos lugares -------------- 401 a 500, a BI tem 10 escolas;
· Nos lugares -------------- 501 a 615, a BI tem 11 escolas.

Total ------------------------------------------------ 55 escolas

6ª — Mais: das 55 escolas secundárias da Beira Interior, em questão, 29 (mais de metade) têm uma classificação inferior a 10 valores (escala 1 a 20) como média de notas das provas dos seus alunos nos exames nacionais do secundário na 1ª fase de 2002.

7ª — Isso significa, de certeza, que as notas de Matemática e Física nessas escolas da Beira Interior foram, em geral, muito inferiores a 10. Também houve resultados alarmantes a Português, sobre tudo em cinco concelhos da BI.


Face a isto e ao que tal representa para o futuro do desempenho nacional em matéria de ciências naturais e tecnologias, com um cada vez maior desperdício de capital humano por falta de preparação científica e tecnológica, é oportuno registar aqui o que disse o Prof. Valadares Tavares, catedrático do I. S. Técnico e coordenador dum estudo sobre os dados do ranking, em entrevista ao "Público", que se transcreve à parte.

Entretanto, deixa-se para próximo post a outra catástrofe que assolou nestes meses a Beira Interior, a dos incêndios florestais.

Se é preciso mobilizar já a sociedade civil e o governo contra o insucesso escolar, não é menos urgente mobilizá-los também em defesa da floresta e do ambiente.

A.C.R.

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2003/10/01

Atenção! 

O nosso blogue não é nem nunca quis ser bandeira dum pensamento único.
Verão, cada vez melhor, os que continuem a acompanhar-nos com a sua atenção, que é grande a diversidade de expressões do nacionalismo português.
Isso nunca significará que, ao dar-lhes projecção, pretendamos deitar achas para uma “fogueira” de velhos confrontos ou acirrá-los.
Conhecemos bem esses confrontos, mas estamos convictos de que não é calando-os que iremos a lado algum.
Pelo contrário.
Pensamos ser na confrontação leal de posições que os potenciais militantes apurarão quais aquelas que representam caminhos de actualidade e de futuro.
Sem medo nem recriminações!

A. N.

2003/09/30

Que tem a Inteligência dos Governantes a ver com a “Arte de Governar”?... 

Fala-se muito da inteligência dos políticos, sobretudo quando chegam a chefes de Partido ou de Governo.
Que inteligência se discute?
Não vejo que alguém se preocupe com ser rigoroso a esse respeito, ao menos em discussões do tipo conversa “à mesa do café”... ou do tipo daquelas conversas supinamente apaixonadas em que, no mínimo, se conclui negando qualquer inteligência a todos os políticos destes tempos e temporadas.
Salvo a um,
Álvaro Cunhal.
Em relação a esse, muitos são os que regularmente erguem loas à sua enorme inteligência de estratega político.
Particularmente curioso tem sido sempre o caso de louvores quase babados, desencadeados do lado da Direita.
E não é só desde que Cunhal se tornou politicamente inofensivo, porque a Direita faz sempre questão de não parecer que “bate em mortos”. Até pelo contrário: quanto mais “mortos”, mais a Direita parece ébria de exaltar certos inimigos.
Não se pode é saber se esses inimigos apreciam as loas da Direita...
Porque fingem que as não ouvem.
Mas não é essa a questão agora. A questão é que a inteligência que os louvadores ou louvaminhas exaltam em Cunhal não é a inteligência do Cunhal.
Ainda se louvassem a sua inteligência criativa de “romancista”, “desenhador”, “orador arguto”, de tradutor de teatro e comentador literário...
É que a “sua” inteligência de estratega e táctico político não era dele.
Era do Politburo soviético.
Não estranhe, que eu explico.
O Politburo é que tinha uma política própria para África, incluindo as nossas Províncias Ultramarinas, e para a Península Ibérica; como tinha de há muito fixado as regras e definido os interesses para a conquista do Poder na primeira e de como subverter o Poder na segunda, vingando quanto possível a derrota de 1936-39, na Guerra Civil de Espanha.
Cunhal fora um bom aluno, ficou a saber todas as “receitas” ou “mandados”; e foi um bom e entusiasta executor, à letra, dos desígnios políticos do Politburo, na Península e em África, mas nem sequer parece ter advertido os seus Senhores de que o plano deles iria necessariamente falhar, mais tarde ou mais cedo.
Ficou a ser um dos grandes derrotados da Guerra Fria.
Falta de inteligência apropriada?
Falta de fria serenidade, tanto foi o entusiasmo?*
Escolha o leitor/navegador, se concorda com o diagnóstico.
Tudo considerações que hão-de ter-se em conta para o caso de Bush, que as esquerdas e algumas direitas se comprazem teimosamente a chamar “estúpido”.
Como se as políticas que ele executa exigissem um factor apreciável de originalidade pessoal e “jeitinho para divagações e sentimentalidades à margem do assunto”, de que as esquerdas gostam e bastantes direitistas.
Ele não brinca aos políticos ou às políticas: pertence a uma escola de Poder.
O que importa é que Bush tenha compreendido as políticas preconizadas, planeadas e articuladas pelos grandes interesses estratégicos dos EUA, interesses e objectivos que não mudam, que se veja, há uns bons cem anos e que Bush, aliás, assimilou e aplica perfeitamente.
Quando esses interesses e objectivos em grande parte coincidem com os interesses do Ocidente em geral, melhor ainda.
E é isso verdade mais vezes que o contrário.
Mas o factor pessoal tende a ser quase nulo, porventura tão insignificativo quanto, relativamente aos desígnios soviéticos, foram as faculdades de Cunhal, que as esquerdas e uns tantos de Direita incensam como admirável génio político.
Se havia “génio”, aí quem o tinha era o Politburo, não os seus paus mandados.
Primeira conclusão — A inteligência para a Arte de Governar pode não ter nada a ver com a inteligência que se deseja ou se nega aos governantes em apreço;
Segunda conclusão — Funciona mais a “escola” de governar que a “Arte” dos governantes.

A.C.R.
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* Isso não impede que se reconheça “a sua determinação na destruição de Portugal dos anteriores quinhentos anos”.

2003/09/29

NACIONALISMO E DEMOCRACIA: SÍNTESE POSSÍVEL? (IV) 

Comunicação ao I Congresso Nacionalista Português - Lisboa, 13 e 14 de Outubro de 2001

Eng.º Francisco Ferro

4. Apontamentos finais

Caracterizada a Democracia e definido o Nacionalismo, julgo estarmos de posse dos elementos necessários para responder à pergunta decisiva: é possível uma aliança entre os dois conceitos? A resposta é não. Pouco importa que alguns considerem o sufrágio universal a única fonte de legitimidade do poder, o que é falso, porque a maioria não tem a capacidade de criar verdade e não é o número de votos, qualquer que seja a sua expressão, que torna o poder legítimo mas sim o seu exercício, respeitador do interesse nacional, ou desenvolvido no sentido da sua negação; nem importa sequer que outros defendam, aliás com argumentos pouco convincentes, essa aliança espúria como indispensável: os democratas, a nosso ver, devem sim aliar-se aos comunistas, com quem mantêm laços familiares muito fortes; por isso é que vemos o Dr. Mário Soares dar palmadinhas nas costas de Fidel Castro; por isso é que o General Eanes se curvou, comovido, diante dos restos mortais de Josip Broz, mais conhecido por marechal Tito; por isso é que a democracia americana, conduzida por Kennedy, se juntou à União Soviética para nos expulsar das nossa posições africanas; por isso é que o inefável Ceausescu se viu condecorado pelos dirigentes de Abril.
A verdade, a nossa verdade (em política não há uma única verdade, mas há verdades que devemos ter em conta), é outra. A democracia tem no sufrágio universal um pilar insubstituível e o Nacionalismo rejeita-o porque não tem em conta a diferenciação humana; a democracia grita-nos que a soberania reside no povo, considerado como mera soma aritmética dos eleitores inscritos, e o Nacionalismo defende a soberania da Nação, entendida como identidade de destino no plano universal; a democracia é liberal e o Nacionalismo condena sem apelo o liberalismo, cujo culto da liberdade permite, afinal, atitudes e acções dirigidas contra a Nação; a democracia é individualista e o Nacionalismo submete o interesse individual ao interesse colectivo, ou seja, ao interesse da comunidade que representa a Nação; a democracia não pode viver sem os partidos e o Nacionalismo combate-os, porque “a Nação tende irresistivelmente para a unidade e os partidos para a divisão”; finalmente, como já foi dito, o Nacionalismo é, por tudo isto, resolutamente anti-democrático. As contradições entre democracia e Nacionalismo são insanáveis e nenhuma moda, por natureza transitória e efémera, as pode resolver; por outro lado democracia e Portugal não se dão bem: será necessário falar no período 1910-1926 e da política democrática de Afonso Costa? Será necessário escalpelizar aqui as “conquistas” de Abril, a posição subserviente perante Bruxelas, a degradação moral da sociedade, o crescimento galopante da corrupção partidocrática, o desrespeito pela dignidade das Forças Armadas, a descolonização exemplar e outras atitudes de incontroversa gravidade? Julgamos que não; não há sínteses possíveis entre conceitos radicalmente opostos.
Sinto que fui demasiado longo e até me admiro por não me terem já mandado calar, mas não posso concluir esta intervenção sem fazer referência a duas personalidades: Alfredo Pimenta, meu mestre da juventude longínqua a que permaneço fiel, e Salazar, o “criminoso” na linguagem mesquinha dos abrilaicos, a quem devo, em grande parte, o meu orgulho de português. Escreveu Alfredo Pimenta: “A Democracia afoga-nos, subverte-nos, arruina-nos, envenena-nos. Diante dela, a sociedade portuguesa está vencida, sucumbida e morta para toda a energia sã, para toda a acção salvadora. (...) A sociedade portuguesa sofre do uso e abuso da Democracia. Deixaram-se corromper por ela todas as classes, todos os partidos, todas as categorias. A onda democrática bate o seu pleno – desde as mais altas esferas intelectuais até às mais baixas camadas populares. Por isso, a sociedade portuguesa se encontra na fase mais crítica da sua existência, fugindo do poço de lama para que a Democracia arrasta para ir cair no lago de sangue para que a Democracia a atrai”2.
Escreveu Salazar: “Não discutimos a Pátria, quer dizer, a Nação na sua integridade territorial e moral, na sua plena independência, na sua vocação histórica. (...) Deixemos aos filósofos e aos historiadores o entretenimento de alguns devaneios acerca da possibilidade de diferente aglomeração de povos e até das vantagens materiais de outras combinações que a História não criou ou desfez; no terreno político ou social, para nós portugueses que somos de hoje e velhos de oito séculos, não há processo que possa ser revisto, pedaço de soberania ou de terra que nos pese e estejamos dispostos a alijar de cansados ou de cépticos”3.
Tinha de acabar assim, neste momento em que tudo se compra e tudo se vende, menos a nossa alma. Muito obrigado aos que tiveram a paciência de me ouvir.

VIVA PORTUGAL!
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2. Acabemos com isto, "A Época", 1924
3. Salazar, Discursos

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