2005/06/28
Outro tabu também caído agora.
(continuação)
Ontem anunciei dois novos mas só falei de um, o tabu do défice financeiro quando instalado num país, que acaba por destruir-lhe a independência e torná-lo, portanto, um inviável país.
Ora essa perspectiva, que eu saiba, não tinha sido posta até agora, pelo menos com a clareza de há uns quinze dias, neste blogue, e, no último sábado, do Ministro da Defesa, nas comemorações em Estremoz do Dia das Forças Armadas.
Repare-se que o Ministro levou tão a sério a sua própria análise que, para não agravar o défice da Defesa, suprimiu à última hora o previsto sobrevôo, por uma esquadrilha aérea, das forças militares que desfilariam durante a cerimónia.
Depois do excelente trabalho feito pelo anterior Ministro da Defesa, Paulo Portas, parece que poderemos esperar vir a ter outro excepcional Ministro da Defesa, em Luís Amado.
Mas vamos ao segundo tabu que anunciei, como caído igualmente estes dias.
Também no “Público”, mas em 11 do corrente, um sábado, veio o director, José Manuel Fernandes, lembrar que aquilo que o Ministro das Finanças fizera, dois dias antes, no debate parlamentar sobre o PEC, ao anunciar que serão criados 260.000 empregos até 2009, não passava no fundo de um logro.
Porque o governo não pode garantir a criação de empregos senão na função pública, a empresa Estado. E essa já não precisa de mais funcionários; precisa, sim, de emagrecer acentuadamente.
E das empresas privadas o Estado nada pode garantir, porque, com o PIB a crescer menos de 2% ao ano, não haverá empregos novos criados. Talvez haja, mas só a partir de 2009, ano em que se admite que o PIB venha a chegar aos 3%, se calhar.
Portanto, em vez de aumento do emprego, até 2009, teremos aumento, sim, mas do desemprego.
E agora é que entra o tabu que faltava tratar, lavar e torcer.
Diz José Manuel Fernandes:
“(…) a passagem de trabalhadores pela situação de desempregados é uma das condições necessárias à reconstrução e evolução de qualquer economia. A função do Estado não é pois impedir de forma artificial que haja despedimentos e falências, mas criar condições para mitigar o sofrimento de quem está desempregado (sem, claro, tornar a vida dos desempregados tão confortável que eles percam a vontade de regressar ao mercado de trabalho!).”
Era este o tabu de que vos falava, queridos leitores.
José Manuel Fernandes nunca aludira a ele, porque todos os comentadores mais conhecidos receavam ser acusados das piores coisas. Bastou porém que neste blogue se tratasse dessa irracionalidade económica (v. poste de 2005/05/25) para que ele falasse e isso se vá rapidamente tornar numa evidência sobre que toda a gente poderá passar a discretear desassombradamente.
Ah! Abençoada blogosfera!
Não há como ela para desemperrar as línguas e desemburrar as mentes!
Já vamos, creio, no quinto tabu desfeito, sem contar com o que o Manuel Brás também desfez (e continua a desfazer) a respeito da ONU, bem como aquele que a … f.n. nos ajudou bastante a desmontar também.
Digo? … Não digo qual? …
Lá vai.
Era o racismo, de que também ninguém queria falar, entre gente bem, o racismo da própria f.n..
Mas não vamos agora voltar a falar dele, sem melhor perspectivar e conferir algumas notícias que estão vindo a público.
Não sei. Teremos de esperar 24 horas, ou alguns dias, talvez mesmo semanas? …
Sofram, caros amigos!
Mas lá virá o tempo …
A.C.R.
Ontem anunciei dois novos mas só falei de um, o tabu do défice financeiro quando instalado num país, que acaba por destruir-lhe a independência e torná-lo, portanto, um inviável país.
Ora essa perspectiva, que eu saiba, não tinha sido posta até agora, pelo menos com a clareza de há uns quinze dias, neste blogue, e, no último sábado, do Ministro da Defesa, nas comemorações em Estremoz do Dia das Forças Armadas.
Repare-se que o Ministro levou tão a sério a sua própria análise que, para não agravar o défice da Defesa, suprimiu à última hora o previsto sobrevôo, por uma esquadrilha aérea, das forças militares que desfilariam durante a cerimónia.
Depois do excelente trabalho feito pelo anterior Ministro da Defesa, Paulo Portas, parece que poderemos esperar vir a ter outro excepcional Ministro da Defesa, em Luís Amado.
Mas vamos ao segundo tabu que anunciei, como caído igualmente estes dias.
Também no “Público”, mas em 11 do corrente, um sábado, veio o director, José Manuel Fernandes, lembrar que aquilo que o Ministro das Finanças fizera, dois dias antes, no debate parlamentar sobre o PEC, ao anunciar que serão criados 260.000 empregos até 2009, não passava no fundo de um logro.
Porque o governo não pode garantir a criação de empregos senão na função pública, a empresa Estado. E essa já não precisa de mais funcionários; precisa, sim, de emagrecer acentuadamente.
E das empresas privadas o Estado nada pode garantir, porque, com o PIB a crescer menos de 2% ao ano, não haverá empregos novos criados. Talvez haja, mas só a partir de 2009, ano em que se admite que o PIB venha a chegar aos 3%, se calhar.
Portanto, em vez de aumento do emprego, até 2009, teremos aumento, sim, mas do desemprego.
E agora é que entra o tabu que faltava tratar, lavar e torcer.
Diz José Manuel Fernandes:
“(…) a passagem de trabalhadores pela situação de desempregados é uma das condições necessárias à reconstrução e evolução de qualquer economia. A função do Estado não é pois impedir de forma artificial que haja despedimentos e falências, mas criar condições para mitigar o sofrimento de quem está desempregado (sem, claro, tornar a vida dos desempregados tão confortável que eles percam a vontade de regressar ao mercado de trabalho!).”
Era este o tabu de que vos falava, queridos leitores.
José Manuel Fernandes nunca aludira a ele, porque todos os comentadores mais conhecidos receavam ser acusados das piores coisas. Bastou porém que neste blogue se tratasse dessa irracionalidade económica (v. poste de 2005/05/25) para que ele falasse e isso se vá rapidamente tornar numa evidência sobre que toda a gente poderá passar a discretear desassombradamente.
Ah! Abençoada blogosfera!
Não há como ela para desemperrar as línguas e desemburrar as mentes!
Já vamos, creio, no quinto tabu desfeito, sem contar com o que o Manuel Brás também desfez (e continua a desfazer) a respeito da ONU, bem como aquele que a … f.n. nos ajudou bastante a desmontar também.
Digo? … Não digo qual? …
Lá vai.
Era o racismo, de que também ninguém queria falar, entre gente bem, o racismo da própria f.n..
Mas não vamos agora voltar a falar dele, sem melhor perspectivar e conferir algumas notícias que estão vindo a público.
Não sei. Teremos de esperar 24 horas, ou alguns dias, talvez mesmo semanas? …
Sofram, caros amigos!
Mas lá virá o tempo …
A.C.R.
Etiquetas: Manuel Brás, racismo e racialismo