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2005/06/27

Por um salazarismo democrático (VII)
Mais tabus caídos! 

(continuação)

Alguns se lembrarão da nossa campanha dos tabus políticos que, como
assinalámos há alguns meses, foram caindo depois dos piparotes que lhes havíamos dado.

Parece-me terem surgido mais dois … que deixaram de o ser.

De um falava nas comemorações do Dia da Forças Armadas, em Estremoz, anteontem, o próprio Ministro da Defesa, Luís Amado.

O jornal (
“Público” de 2005.06.26) chama premonitório ao ministro, que teria “sentenciado” – diz o periódico – pura e simplesmente estas barbaridades, certíssimas mas ainda há pouco inimagináveis, depois de alguns lugares comuns inevitáveis.

“(…) no curto e médio prazo a vida nacional será condicionada pela gravidade da crise orçamental.”

“(…” a crise – disse logo a seguir, indo mais fundo e derrubando tabus como elefante em loja de louças – a crise tem raízes profundas ao nível do Estado e da economia e põe em causa a governabilidade do país e a própria independência nacional.”

Que estoiro!

Mas logo prosseguiu explicando que o cenário referido “colocará em causa valores essenciais da nossa identidade e da nossa própria personalidade política.”

E não hesitou em explicar ainda melhor como a independência se perde: se não houver uma inversão “na linha de declínio em que o País vem caindo ao longo dos últimos anos”, a economia definha e as empresas portuguesas “são adquiridas por empresas de economias mais poderosas.”

E lá se vai a independência nacional, permite-nos concluir ou quer o Ministro que concluamos.

Lembram-se de há poucos dias termos
aqui escrito que a nossa independência, a nossa soberania, antes de perder-se gradualmente com a entrada na UE já vinha a perder-se e continuou até agora, com a insustentabilidade do défice?

Foi no poste de 16 do corrente, que recordámos como a independência nacional se perde inevitavelmente se não tivermos finanças solidamente equilibradas.

O Ministro tem seguramente ouvido excelente e uma lucidez de primeira apanha, sem complexos.

Amanhã continuo.

A.C.R.


Continua em:

- Outro tabu também caído agora

- Para um salazarismo democrático (VIII)

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