2004/08/26
Os novos tabus que vão caindo.
Era mal visto falar duma prevista ou previsível futura ameaça chinesa.
Até há muito pouco, mesmo veladamente.
Era um tabu?
Era inconsciência?
Na passada segunda-feira, o general José Loureiro dos Santos, pela primeira vez, que eu saiba, falou disso sem papas na língua no seu artigo “O novo dispositivo militar dos EUA no mundo”.
Para quê?
Para defender esse novo dispositivo, em nome de argumentos que ainda não ousa chamar seus, porque os atribui às concepções do Presidente Bush e dos mais altos estados-maiores americanos, na sua analise do rescaldo do triunfo americano na Guerra Fria e da necessidade de reordenar forças para melhorar a segurança dos EUA e do Ocidente na Ásia Central, em particular no Afeganistão, Iraque e Irão.
Isso – aí já parece o General a tirar conclusões sua – ao ter principalmente em conta a cada vez mais evidente impotência militar e de segurança da Europa.
Segundo os estados-maiores americano, nas palavras do general, quase adocicadamente:
“Os elementos cruciais da ordem internacional que emergiram com o fim da guerra fria são: 1) a China perfila-se como o actor internacional susceptível de, no futuro, vir a competir com a super-potência americana; 2) o petróleo ... (...).”
Entre parênteses: isto deve encher de esperanças os “cabeças rapadas” de todo o mundo, capazes de aderir a qualquer preço à “esperança” chinesa de vingança contra a Coligação, nem que seja pelo preço de servirem e se submeterem ao cada vez mais puro e duro capitalismo do regime político chinês de partido único ...
Depois o general continua, citando ainda indirectamente: “Daqui se deduzam os principais objectivos que os Estados Unidos poderão ter de atribuir às suas forças armadas: 1) estarem em condições de conter a China e de derrotá-la, se necessário; 2) controlar os fluxos de petróleo; (...)”
O general é um homem lúcido, como as suas leituras em geral demonstram, bem como as lições que delas regularmente retira.
Até nos admiramos, porque são cada vez menos os que gastam a lucidez em coisas úteis e em abrir os olhos fechados dos outros.
Mas parece-me excessivamente prudente.
Trata tudo como se fossem perigos mais ou menos remotos.
Ora, os sinais próximos são cada vez mais inequívocos.
Terá o general Loureiro dos Santos dúvidas de que as constantes ameaças da China a Taiwan se irão agravando, talvez aceleradamente, até ao assalto decisivo? E que esse será muito mais que uma simples reconquista duma antiga dependência do Continente, mas sim um verdadeiro e importantíssimo teste à vontade e capacidade americanas e ocidentais de lhe fazer frente?
Duvidará o general Loureiro dos Santos? ...
Bem, o resto, o pior, fica para logo ou amanhã.
Até lá, o caro leitor pense também pela sua cabeça, a ver se chegamos às mesmas ou aproximadas conclusões.
Vão chamar-nos alarmistas e o Bispo Dom ... Ora que não me lembra o nome dele! ... Bem, é os das Forças Armadas. E não é que não consigo mesmo assim lembrar-me?! Também não vale a pena, que de qualquer modo, condenados por ele ao Inferno já fomos todos há muito e nem rogando-lhe pelo nome se adregaria evitá-lo.
A.C.R.
(continua)
Até há muito pouco, mesmo veladamente.
Era um tabu?
Era inconsciência?
Na passada segunda-feira, o general José Loureiro dos Santos, pela primeira vez, que eu saiba, falou disso sem papas na língua no seu artigo “O novo dispositivo militar dos EUA no mundo”.
Para quê?
Para defender esse novo dispositivo, em nome de argumentos que ainda não ousa chamar seus, porque os atribui às concepções do Presidente Bush e dos mais altos estados-maiores americanos, na sua analise do rescaldo do triunfo americano na Guerra Fria e da necessidade de reordenar forças para melhorar a segurança dos EUA e do Ocidente na Ásia Central, em particular no Afeganistão, Iraque e Irão.
Isso – aí já parece o General a tirar conclusões sua – ao ter principalmente em conta a cada vez mais evidente impotência militar e de segurança da Europa.
Segundo os estados-maiores americano, nas palavras do general, quase adocicadamente:
“Os elementos cruciais da ordem internacional que emergiram com o fim da guerra fria são: 1) a China perfila-se como o actor internacional susceptível de, no futuro, vir a competir com a super-potência americana; 2) o petróleo ... (...).”
Entre parênteses: isto deve encher de esperanças os “cabeças rapadas” de todo o mundo, capazes de aderir a qualquer preço à “esperança” chinesa de vingança contra a Coligação, nem que seja pelo preço de servirem e se submeterem ao cada vez mais puro e duro capitalismo do regime político chinês de partido único ...
Depois o general continua, citando ainda indirectamente: “Daqui se deduzam os principais objectivos que os Estados Unidos poderão ter de atribuir às suas forças armadas: 1) estarem em condições de conter a China e de derrotá-la, se necessário; 2) controlar os fluxos de petróleo; (...)”
O general é um homem lúcido, como as suas leituras em geral demonstram, bem como as lições que delas regularmente retira.
Até nos admiramos, porque são cada vez menos os que gastam a lucidez em coisas úteis e em abrir os olhos fechados dos outros.
Mas parece-me excessivamente prudente.
Trata tudo como se fossem perigos mais ou menos remotos.
Ora, os sinais próximos são cada vez mais inequívocos.
Terá o general Loureiro dos Santos dúvidas de que as constantes ameaças da China a Taiwan se irão agravando, talvez aceleradamente, até ao assalto decisivo? E que esse será muito mais que uma simples reconquista duma antiga dependência do Continente, mas sim um verdadeiro e importantíssimo teste à vontade e capacidade americanas e ocidentais de lhe fazer frente?
Duvidará o general Loureiro dos Santos? ...
Bem, o resto, o pior, fica para logo ou amanhã.
Até lá, o caro leitor pense também pela sua cabeça, a ver se chegamos às mesmas ou aproximadas conclusões.
Vão chamar-nos alarmistas e o Bispo Dom ... Ora que não me lembra o nome dele! ... Bem, é os das Forças Armadas. E não é que não consigo mesmo assim lembrar-me?! Também não vale a pena, que de qualquer modo, condenados por ele ao Inferno já fomos todos há muito e nem rogando-lhe pelo nome se adregaria evitá-lo.
A.C.R.
(continua)
Etiquetas: Capitalismo