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2004/07/30

Não vale a pena 

Os políticos são a espécie de gente que maior capacidade tem de diversificar os argumentos que utiliza na tentativa de persuadir. Também acontece assim em relação ao controverso tema do aborto, sobretudo por parte daqueles que pretendem a sua liberalização.

A apologia do aborto já se valeu de tudo um pouco – é provável que ao ler os argumentos utilizados há 30 ou 40 anos nos escangalhemos a rir: da coerência ideológica, de ser uma conquista de um regime político, de ser uma questão de saúde das mulheres, em que o aborto clandestino é que faz mal à saúde, o legal é um mar de rosas. Mais recentemente surgiu como um problema da lei que, por hipótese, pode levar as mulheres passivas de abortamento a tribunal e à cadeia.

Algumas pessoas acreditaram mesmo que os apologistas do aborto estavam preocupados com o “transe” das mulheres que vão a tribunal , ainda que nem uma esteja presa. Ao ponto de pretenderem criar legislação no sentido das mulheres vítimas de aborto serem integradas e acompanhadas por uma Comissão que as ajude a recuperar de tão má experiência. É um passo notável, se for conseguido.

O que não vale a pena é pretender que o aborto deixe de ser crime, aceitando como pretexto que as mulheres podem ir presas ou que há pessoas que não consideram o nascituro um ser humano. No fundo, estamos aqui a falar de mulheres grávidas que solicitam os “serviços” de terceiros para eliminar o seu filho ou filha. Ora, se uma mulher grávida pode passar por momentos de solidão, de escuridão e de pressão, os terceiros sabem sempre o que fazem. A lei actual consigna atenuantes e, de facto, nenhuma dessas mulheres está presa.

Quando eles falam em mulheres, é preciso saber que mulheres são essas. É a estratégia de meter tudo no mesmo saco. Convém que as pessoas não se iludam quanto a este pretexto, porque no dia em que houver cedências por esse flanco, a máquina abortista desloca o seu poder de fogo para os “médicos” e demais “profissionais de saúde” envolvidos na “arte”, perorando que não há direito de serem presos, coitadinhos...

A provar que a grande preocupação desta gente não são as mulheres que sofrem o aborto, mas sim o exercício dessa prática em si, estão as palavras de uma activista pró-aborto, que recentemente esteve em Portugal, ao ser confrontada com a posição daqueles – falava a propósito do Dr. José Barroso – que são contra a liberalização do aborto, mas não querem ver as mulheres na prisão: Ah, sim? Mas os médicos e os enfermeiros que fazem abortos devem ir para a prisão, não? É uma estratégia muito inteligente, essa de dizer que as mulheres não devem ir para a prisão, os médicos sim.

Não se deixem iludir.

Manuel Brás
BI nº 6916704
R. José Relvas, 42 – 1º Dtº
1900-284 Lisboa
218685203
manuelbras@portugalmail.pt

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