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2004/07/22

Traidores ... e "traidores" 



Leia isto, publicado por Pedro Mexia no "Diário de Notícias" de 13.07.04, e divirta-se.

"Em Jorge Sampaio a esquerda encontrou o seu Freitas do Amaral. (…..). 'Traindo' os seus, Sampaio e Freitas estão politicamente mortos. Nem um nem outro se sentirão 'traidores': mas o 'povo' de um e de outro sente-se profundamente traído. E isso é que importa."

Importa para quê?

Há diferenças a considerar e algumas precisões a estabelecer.

Freitas não traiu os seus eleitores, que desde o princípio informou não ser de direita mas "rigorosamente ao centro", ou seja nada.

Só foram enganados os eleitores que quiseram ou que não levaram a sérios o seu "esclarecimento".

De facto, "apenas" traíu as suas origens sociais e políticas, e disso, sim, os eleitores deviam ter desconfiado, porque disso nunca ele falou. Essas origens sociais e políticas de Amaral — que nunca as renegou — é que enganaram os eleitores.

Quanto ao Dr. Jorge Sampaio, suponho que Pedro Mexia o considere "traidor" aos seus correligionários por — como vários deles o acusaram — o Presidente não ter decidido de acordo com os interesses políticos desse correligionários.

Não se pode alinhar na falta de senso e inteligência política dos correligionários socialistas, que não foram capazes de compreender que, na sua avaliação, o Presidente achasse em consciência que devia preferir o interesse nacional aos interessezinhos dos correligionários...

Claro que a decisão tomada pelo Presidente foi, apesar de tudo, muito facilitada pelo facto de o Dr. Jorge Sampaio estar já no seu segundo e último mandato como Presidente.

Já não depende em nada dos votos dos correligionários, o que é uma sorte para o País.

Ainda estou em crer.

A.C.R.

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