2004/08/27
O imperialismo chinês ... já não é tabu!
(continuação)
Que se seguirá ao teste supostamente vitorioso da China Continental na reconquista de Taiwan?
Tudo se pode imaginar menos a hipótese de que as coisas parem por aí.
Seria a China uma excepção única ao que a História regista do desenvolvimento de todos os imperialismos?
O sucesso do teste de Taiwan, como derrota formidável para os EUA e todo o Ocidente, dificilmente contribuiria para o reforço da unidade do mundo ocidental a que pertencemos.
Como já ontem lembrei, há por aqui gente, muita – a que por comodidade chamei “cabeças rapadas”, mas que largamente os ultrapassa – gente que anseia por uma derrota ocidental e dos EUA e que não perdoa a estes e a Bush não terem sido derrotados no Iraque.
Uma grande vitória da China sobre os EUA renovaria de “fond en comble” as esperanças que vêm alimentando e sempre perdendo desde há mais de cinquenta, sessenta anos.
Portanto, a divisão do Ocidente, pelo menos por esse lado, aprofundar-se-ia, passaríamos a ter todos os dias, todo o dia, a nosso lado, claramente, os agentes activos da ameaça inimiga.
Um dos grandes resultados dos acontecimentos destes últimos anos no Iraque foi terem clarificado definitivamente coisas simples como essas.
Como também não podemos ter ilusões de que essa derrota do Ocidente produziria enormes consequências no Extremo Oriente, onde países – chamemos-lhes médios e
médios-pequenos – tais que a Indonésia, as Filipinas, o Vietname, o Sião, a Birmânia, Singapura, o Bangladesh, rapidamente passariam o seu “coração” para o lado chinês, sem a China precisar sequer de levantar um dedo para isso.
Talvez só o Japão escapasse à tentação: não apenas por serem mais que uma potência média e ter pergaminhos e razões históricas para temer terríveis “vinganças do chinês”, mas também por não se ver que poderia ganhar cedendo sem mais à “invasão” chinesa.
Há por tudo razões fortes para temer-se que o teste seguinte da China ao poder de determinação do ocidentais, após o seu triunfo sobre Taiwan, venha a ser o de provocar um grande conflito com o Japão, para derrotá-lo inequivocamente.
Também poderá, porém, acontecer que a China venha a considerar a jogada de grande risco, mesmo daqui a 20-30 anos, e tente o seu segundo teste anti-ocidental por outra via.
Porque, como sempre, o tempo estratégico é inevitavelmente curto e os verdadeiros estadistas conhecem-lhe, sentem-lhe normalmente os limites.
Depois da eventual vitória em Taiwan, será à China difícil, impossível parar. Em que outra direcção?
Branco é, galinha o põe ...
ACR
(continua)
Que se seguirá ao teste supostamente vitorioso da China Continental na reconquista de Taiwan?
Tudo se pode imaginar menos a hipótese de que as coisas parem por aí.
Seria a China uma excepção única ao que a História regista do desenvolvimento de todos os imperialismos?
O sucesso do teste de Taiwan, como derrota formidável para os EUA e todo o Ocidente, dificilmente contribuiria para o reforço da unidade do mundo ocidental a que pertencemos.
Como já ontem lembrei, há por aqui gente, muita – a que por comodidade chamei “cabeças rapadas”, mas que largamente os ultrapassa – gente que anseia por uma derrota ocidental e dos EUA e que não perdoa a estes e a Bush não terem sido derrotados no Iraque.
Uma grande vitória da China sobre os EUA renovaria de “fond en comble” as esperanças que vêm alimentando e sempre perdendo desde há mais de cinquenta, sessenta anos.
Portanto, a divisão do Ocidente, pelo menos por esse lado, aprofundar-se-ia, passaríamos a ter todos os dias, todo o dia, a nosso lado, claramente, os agentes activos da ameaça inimiga.
Um dos grandes resultados dos acontecimentos destes últimos anos no Iraque foi terem clarificado definitivamente coisas simples como essas.
Como também não podemos ter ilusões de que essa derrota do Ocidente produziria enormes consequências no Extremo Oriente, onde países – chamemos-lhes médios e
médios-pequenos – tais que a Indonésia, as Filipinas, o Vietname, o Sião, a Birmânia, Singapura, o Bangladesh, rapidamente passariam o seu “coração” para o lado chinês, sem a China precisar sequer de levantar um dedo para isso.
Talvez só o Japão escapasse à tentação: não apenas por serem mais que uma potência média e ter pergaminhos e razões históricas para temer terríveis “vinganças do chinês”, mas também por não se ver que poderia ganhar cedendo sem mais à “invasão” chinesa.
Há por tudo razões fortes para temer-se que o teste seguinte da China ao poder de determinação do ocidentais, após o seu triunfo sobre Taiwan, venha a ser o de provocar um grande conflito com o Japão, para derrotá-lo inequivocamente.
Também poderá, porém, acontecer que a China venha a considerar a jogada de grande risco, mesmo daqui a 20-30 anos, e tente o seu segundo teste anti-ocidental por outra via.
Porque, como sempre, o tempo estratégico é inevitavelmente curto e os verdadeiros estadistas conhecem-lhe, sentem-lhe normalmente os limites.
Depois da eventual vitória em Taiwan, será à China difícil, impossível parar. Em que outra direcção?
Branco é, galinha o põe ...
ACR
(continua)
Etiquetas: Em defesa do Ocidente