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2003/11/14

"Puro e Duro" 

Os camaradas do “Puro e Duro” honraram-nos com duas referências: ao postPara um NACIONALISMO DE FUTURO” e aos posts com o subtítulo “Um Parêntese para Cunhal”.

Agradecemos a gentileza.

Deixamos ao II Congresso Nacionalista Português a resposta às V/questões sobre a primeira referência.

Quanto às referências a A. Cunhal, não consigo achar que tenhamos gasto tempo demais com ele.

Não vale a pena minimizá-lo, caros camaradas, mas sobretudo era preciso desmascarar os seus novos posicionamentos, tão badalados pelos M.C.S..

Como ninguém, entre os analistas, parece ter compreendido o alcance desses novos posicionamentos, fizemos questão de explicá-los, porque são em si de extrema importância:

1º - Álvaro Cunhal (e portanto o P.C.P.) continua tão marxista-leninista-estalinista como antes, apesar da nova dissimulação;

2º - Álvaro Cunhal quer significar, com os seus novos posicionamentos, que o comunismo continua uma ameaça tão grande como antes da queda da URSS, porque a China, com o seu enorme exército, substituirá a URSS e o Exército Vermelho, desaparecido, na conquista do Mundo para o comunismo.

A ameaça pode não ser tão grande como A.C. nos quererá fazer crer, mas de modo algum é perder tempo tentar explicá-la.

Até para confirmarmos que será dali que um dia poderá vir a grande ameaça.

Com ou sem comunismo, aliás.

A.C.R.

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Qual é o nosso Portugal? Que Portugal é o nosso? Contributos duma grande geração de sacerdotes (VI) 

(continuação do post de 2003/11/12)

A meia derrota dos "progressistas"

Encerrado o Concílio Vaticano II (1962-65), ao contrário do que suporiam tantos, tantos que poderiam supor ser a altura de descansar e cobrar fôlego, de tanta canseira, a esperança revelou-se completamente ilusória. Na verdade, o pior estava para começar.

Derrotados os progressistas no Concílio, foi como se o desespero lhes tivesse sobreexcitado as forças e multiplicado a audácia.

A rede de contactos estabelecida e refinada; a rede mundial de comunicações desenvolvida e posta à prova durante toda a duração do Concílio; o aprofundado conhecimento dos pontos fracos da armadura da Igreja e das fraquezas e vulnerabilidade dos seus agentes, à escala local, nacional e mundial, estavam criadas as condições para que a crise chegasse ao paroxismo.

Havia um comando?

Com certeza.

Mas não necessariamente exterior à Igreja. Era seguramente um comando em rede, como hoje se diria, não centralizado mas aproveitando as próprias estruturas e canais da mesma Igreja.

A ponto de ninguém o ter definido melhor que o Santo Padre, Paulo VI (1959/78), flagelando-se como que em extremo de desespero, ao falar de “autodestruição da Igreja”.

Não sei de Papa algum — ou, pelo menos, não é do meu tempo — que tenha exprimido em grito tão forte e angustiado o seu sofrimento mais profundo, como só talvez o grito do mesmo Cristo, no alto da Cruz, quando exclamou: “Pai! Pai! Porque me abandonas!”

Só pode compreendê-lo, quero crer, quem tenha vivido e acompanhado a Igreja nesses transes supremos.


Uma profunda e alargadíssima vaga de desorientação estendeu-se a todo o Mundo levada nas páginas de milhares de publicações da Igreja ou por ela autorizadas, que outra coisa não faziam senão, principalmente, espalhar as interpretações abusivas e não autorizadas dos textos do Concílio. E essas interpretações encontravam eco nos púlpitos, até, e nas palavras de milhares de microfones e altifalantes humanos que por toda a parte andaram espalhando e multiplicando as dúvidas e os erros, como se fossem a palavra do próprio Concílio, acobertando-se de má fé sob o manto do seu prestígio e da sua autoridade.

Não podia haver desmentidos e esclarecimentos que chegassem a tempo de evitar os males todos de tanta confusão espalhada à velocidade da luz, como se fosse luz.

Até porque por toda a parte grassavam a indisciplina e o laxismo numa grande parte do clero secular (chegando ao nível dos Bispos, com frequência), dos fiéis e mesmo nas Ordens Religiosas, de que se poderá dizer que nenhuma ficou pura de todo e qualquer contágio dissolvente.

A obediência ao Papa, ou sinais disso, chegaram a ser anátema na “opinião pública” alimentada pelos sectores mais minados da Igreja.

Progressistas e seus aliados objectivos esfregavam as mãos em delírios de triunfalismos apressados.

Tudo parecia correr-lhes pelo melhor.

Com muitas dezenas de milhares de sacerdotes, frades e freiras renegando os seus votos e juramentos e abandonando a Igreja; com mil verdades para todos os gostos rasgando e fazendo em migalhas e farripas a doutrina da Igreja, as suas verdades de sempre; com a autoridade eclesial muitas vezes desfeita ou dividida, para não dizer escarnecida, a Igreja parecia pegar fogo por todos os lados.

A Igreja e o Mundo.

Do Império comunista discutia-se com seriedade quantos anos, escassos, levaria a chegar ao domínio total do Mundo, tantas e tão rápidas vinham sendo as suas conquistas.

A aliança objectiva de comunistas e progressistas afigurava-se imparável, aos olhos de homens e mulheres sem fé ou corrompidos pelo medo e pelo espírito de transigência fácil.

A.C.R.

(continua num próximo post)

2003/11/13

Para um NACIONALISMO DE FUTURO - II Congresso Nacionalista Português 

Que nacionalismo sairá do Congresso?

Um nacionalismo restauracionista?

Ou um nacionalismo efectivamente novo, credível aos olhos de qualquer Português que ame a sua Nação, tão profundamente como qualquer patriota de sempre?

O sentimento de pertença a uma Nação e de empenho na sua defesa e crescimento é o único que hoje tem de exigir-se a um nacionalista, em Portugal.

Essa a fidelidade decisiva.

Outras fidelidades, por mais respeitáveis que sejam, podem ser absolutamente secundárias para os efeitos de definição e mobilização do novo nacionalismo.

Que tem de ser construído por nós, para a conjuntura em que vivemos e para o século que começa, com os enormes problemas específicos que desde já lhe podemos atribuir.

É isso compatível com a UE?

Ou teremos de pôr claramente a hipótese de nos retirarmos, se não vier a apresentar o quadro adequado?

O Congresso deve discutir tudo isso.

A.C.R.

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2003/11/12

Qual é o nosso Portugal? Que Portugal é o nosso? Contributos duma grande geração de sacerdotes (V) 

(continuação do post de 2003/11/11)

(Um Parêntese para Álvaro Cunhal - II)

Já agora deixem-me terminar o parêntese relativo a Cunhal. Prolongo-o com isto, e já o prolonguei, mais do que pensava fazê-lo quando comecei. Também os blogues são como as cerejas?... Mas o tema é importante igualmente, e oportuno como poucos.

Como insinuei ou julgo ter explicado (v. IV), Cunhal não mudou nada, apesar da sua já muito longa vida de noventa anos.

E não se penitencia, reincide até.

Como beirão que é, por nascimento e origens familiares (entre Coimbra e Seia), aplicar-se-lhe-à o que escreveu há dias “Manuel Azinhal” no seu blogue, “O Sexo dos Anjos”, a respeito dos Beirões em geral?

Autênticos, activos, rijos e teimosos?

Talvez.

Julgo ter desmontado a falácia das “novas” forças de esquerda por ele alinhadas para a futura “revolução mundial”, à cabeça a China, o que a meu ver se explica pelo que de grande Cunhal espera do “exército vermelho” chinês, para a recuperação da superpotência mundial pelo comunismo.


Na verdade, não há aí nada de novo ou inédito; são apenas as forças de sempre à luz dum certo realismo de Cunhal, de facto a sua velha idiossincrasia para o delírio aparentemente controlado, contido e subreptício, à mistura com o que eram as “certezas” e objectivos fixados pelo Kremlin.

Agora o Kremlin passou-se-lhe para o Politburo do PC chinês.

Mas é preciso desmontar também aquela da “queda do hífen”, como lhe chamou um jornalista não sei se superficial, se distraído, se ilusionista.

O hífen do “marxismo-leninismo”.

Realmente, como se lembram, o que Cunhal fez no seu texto rectificativo, aparentemente, de toda uma vida, não foi apenas fazer cair o hífen; foi mais, reduziu a expressão ao “marxismo”, como se não tivesse havido leninismo nem estalinismo, que esse foi o primeiro a cair, a ser saneado, logo com a queda do Muro de Berlim, em parte, e da URSS depois, então de todo.


É preciso, essencial, esclarecer porém que a redução da doutrina fundadora e directora ao marxismo é uma falácia mais e mais radical ainda que a listagem cunhalista das novas forças disponíveis para a reconquista do Mundo pelo comunismo.

A meu ver, há três teses no estalinismo que já estavam explícitas ou implícitas no leninismo, como já o estavam antes no marxismo. O leninismo e o estalinismo apenas, quando muito, as explicitaram, aplicaram e explicaram melhor, tirando delas todo o partido possível para o lançamento do movimento comunista, para a revolução e para a construção do estado soviético, como para o controlo das massas e das nações vizinhas e das mais ou menos longínquas.

Fundamentos filosóficos à parte, que esses vêm directamente do Hegel e mesmo do idealismo Kantiano, como dos filósofos da “religião – ópio do povo”, as três teses a que me refiro são: a “exploração do homem pelo homem”, a “luta de classes” e o “centralismo democrático”.

São elas o fundamento ou explicação para o ódio que o comunismo acendeu sistematicamente entre os homens e fonte principal das guerras que dominaram o Mundo ao longo de todo o séc. XX. Considerada a luta de classes como a luta entre elas, até à morte de todas, menos uma, do que se tratou foi, na verdade, da tentativa de holocausto, “solução final”, aplicada às classes sociais.

Não esperemos sossego nenhum, por isso, da concessão que “magnanimamente” Cunhal faz à Humanidade e a Portugal, deixando cair o estalinismo e o leninismo da doutrinação comunista.

Tudo o que nestes havia de mais repugnante, já estava e continua, intrinsecamente, no marxismo. É a mesma cultura de morte e ódio.

Não ganhamos nada.

Só a necessidade de abrirmos mais os olhos.

A.C.R.

(continua num próximo post)

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2003/11/11

Qual é o nosso Portugal? Que Portugal é o nosso? Contributos duma grande geração de sacerdotes (IV) 

(continuação do post de 2003/11/07)

Dei a entender no último post deste título (III) que o progressismo e o marxismo (marxismo-leninismo-estalinismo, para dizer tudo) não desistiram, apesar de derrotados no resultado final das votações dos textos saídos do Concílio Vaticano II, que em tudo o que fosse importante confirmaram a doutrina tradicional da Igreja, embora numa linguagem frequentemente renovada e actualizada.

Releiam-se os dois últimos parágrafos.

Porquê, antes de mais, o parêntese para Álvaro Cunhal?

A propósito dos noventa anos que os jornais ontem lhe festejaram?

Só indirectamente.

Mas porque me pareceu que, para festejar-se e marcar a diferença, aos noventa anos, quis Cunhal apresentar-se renovado, renegando parte substancial, ainda que enganosa, do seu longo currículo.

Conclui-se do que os MCS contaram que, num texto destinado a ser lido num “encontro internacional”, Cunhal terá deixado cair o leninismo como base de orientação para a acção futura do seu partido e de toda a luta da esquerda contra a ordem capitalista mundial. Terá passado, de facto, a considerar como tal apenas o marxismo, cujos princípios, “respondendo criativamente às mudanças no mundo, mantêm inteira validade.”

A verdade é que, até há muito poucos anos, Cunhal nos seus textos e nas decisões das direcções do PCP, desde a queda da URSS, continuou sempre a impor o marxismo-leninismo como doutrina do partido.

Será, de facto, uma revolução de fundo do pensamento de A. Cunhal aquilo a que assistimos ou apenas uma caiadela?

Parecendo acreditar na revolução de fundo, os comentadores/noticiaristas do referido texto assinalam um outro ponto “importante” do mesmo, talvez glosando apenas o serviço que a Lusa lhes terá distribuído, a avaliar pela unanimidade.

Esse outro ponto é o seguinte:

Ao enumerar as forças que, segundo ele, serão “capazes de impedir que o imperialismo alcance o seu supremo objectivo” (o domínio mundial, naturalmente), Cunhal assinala: 1º) “os países nos quais os comunistas no poder (China, Cuba, Vietname, Laos, Correia do Norte) insistem em que o seu objectivo é a construção de uma sociedade socialista”; 2º) “os movimentos e organizações sindicais de classe”; 3º) “os partidos comunistas e outros partidos revolucionários, firmes, corajosos e confiantes”; 4º) “os movimentos patrióticos”; 5º) “os movimentos pacifistas, ecologistas e outros movimentos de massas”.

Os tais comentadores/noticiaristas, por obra e graça muito provavelmente da Lusa, acham isto revolucionário, por ser “uma clara inversão de hierarquia do papel dos partidos comunistas, colocados depois dos Sindicatos.”

Claro que essa intervenção nada tem de revolucionário, é apenas algum realismo a trair o que Cunhal realmente pensa de partidos comunistas sem poder, sem um estado como instrumento de expansão e conservação do poder.

Daqui a dez anos, Cunhal talvez deixasse cair mesmo a alusão aos “partidos comunistas”, porque talvez já não exista nenhum.

Como deixou cair o “Exército Vermelho”, instrumento supremo que foi de conquista e consolidação do império soviético.

Mas já não existe.

À cabeça de todas as forças “capazes de impedir que o imperialismo alcance o seu objectivo”, lá está, porém, qual delas?

A China.

Mas a China parece evidentemente ter renunciado à “construção de uma sociedade socialista”!

Que há na China então em que Cunhal possa confiar?

Não tenho dúvidas.

É no Exército popular chinês, o único “exército vermelho” que verdadeiramente resta, capaz de impor um dia o poder da China, sob a capa do socialismo comunista, a muitos e fracos povos e depois aos grandes de todo o Ocidente.

O exército dum Estado de 1600 milhões de habitantes, fora os muitos milhões de Chineses que andam por todo o Mundo, do Ocidente Asiático aos EUA!

Os velhos sonhos delirantes de Cunhal não desarmam, nem aos noventa anos.


Parecem mesmo mais delirantes que nunca.

A.C.R.

(continua num próximo post)

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2003/11/10

II Congresso Nacionalista Português - “Sobre a Terra e sobre o Mar” - Nota à Imprensa 

II Congresso Nacionalista Português
Largo do Carmo, 18 – 1º Esqº
1200-092 Lisboa
Tel. 21 347 00 96
Fax nº 21 347 22 20


Lisboa, 06 de Novembro de 2003

NOTA À IMPRENSA

Vai realizar-se nos dias 15 e 16 de Novembro de 2003, em Lisboa, o II Congresso Nacionalista Português, com carácter não partidário.

O Congresso enquadra-se dentro daquilo que, na generalidade, se tem designado por Movimento Nacionalista – um movimento intelectual, cultural e político, de criação de correntes de opinião e de pensamento nacional – com os seguintes objectivos:

- Apurar e debater o que pensam os nacionalistas sobre o presente e o futuro da Nação.
- Definir os princípios capazes de recriar ideias de Portugal e de unir os portugueses.
- Despertar os espíritos para os eventuais perigos que correm a nossa soberania, liberdade e independência, perante ameaças como o centralismo europeu, entre outras.

É absolutamente assumido pelo Congresso, como espaço de debate que é, que cada participante – orador ou assistente – pensa pela sua cabeça e diz com liberdade e responsabilidade pessoal, razão pela qual a organização do Congresso não se compromete com comentários, opiniões e conteúdos emitidos nas comunicações e nos debates.

Local: Hotel Roma (Sala Veneza).

Mais informações podem ser obtidas em: www.nacionalismo-de-futuro.blogspot.com

Com os melhores cumprimentos

Pela Comissão Impulsionadora

(Manuel Brás)

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