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2008/05/21

Ficção Científica 


Manuel Brás

Nos últimos anos têm-se feito lamentáveis confusões entre ciência e política, de fazer lembrar as pretensões científicas da velha URSS. A pretexto de “salvar o planeta”, vale tudo e todos os argumentos são bons. O que é preciso é meter medo para dirigir.

Serão os políticos competentes para definir e determinar de forma inequívoca teorias e explicações para a variabilidade climática, sobre as quais os próprios cientistas discutem e têm dúvidas?

É óbvio que as certezas científicas podem esperar – têm que esperar –, as políticas é que não. Têm que ser para já, porque a política é já, não daqui a uns anos.

A solução é simples: a política comanda, enviesa e, obviamente, abrevia as conclusões ditas científicas.

Já sei: dirão alguns que o Al Gore não é um cientista, apenas um divulgador de uma causa – um político, desde logo –, mas muito preocupado com o planeta. Ora, isso não é mais do que fundamentação política.

A nenhuma corrente política pertence definir o maior ou menor acerto de explicações ou teses científicas, no respeito pela legítima autonomia das ciências, sob pena de enviesar os seus resultados e conclusões para aquilo que interessa a priori, e entrar na arbitrariedade.

A questão permanece: terão as suas previsões, alarmistas e catastróficas, fundamento científico à luz dos conhecimentos da Física e da Climatologia? Será que as catástrofes que prevê vão mesmo acontecer? A coisa está montada de maneira a, qualquer que seja o desfecho, ter sempre razão. Todos os argumentos são bons. Se as previsões se cumprirem: “lá está, tinha razão”. Se não se verificarem foi porque ele nos avisou e ainda fomos a tempo. Bolas para esta ciência.

Num livro pioneiro entre nós e publicado recentemente, Marlo Lewis Jr. identifica no livro/filme "Uma Verdade Inconveniente" 26 afirmações distorcidas, 17 enganosas, 10 exageradas, 28 especulativas e 19 erradas. O livro de Marlo Lewis Jr. – “A Ficção Científica de Al Gore”; Booknomics – está dividido nos seguintes capítulos:Efeito de Estufa Básico; Glaciares de Montanha; Reconstrução do Clima com Dados Proxy; Projecções do Aquecimento Global; Calor; Furacões; Tornados, Inundações, Fogos e Secas; O Clima do Árctico; Corrente do Golfo; Pássaros, Escaravelhos, Extinções; Recifes de Coral; Algas, Carraças, Mosquitos e Germes; Antárctico e Subida do Nível do Mar; Gronelândia e Subida do Nível do Mar; A Humanidade e a Natureza; A América e as Alterações Climáticas; Consenso, Ciência e Grupos de Interesses; Bush e o Aquecimento Global; Política Climática; Moralidade.

Aqui se discute até que ponto é razoável ou não atribuir as contínuas variações climáticas à influência do homem, como se não fizesse parte da natureza. E até que ponto, ou não, estamos a ser alvo de uma poderosa corrente alarmista que tenta condicionar as consciências de cidadãos, jornalistas, cientistas e políticos, chegando a ser quase proibido e socialmente segregante pôr em questão as teses alarmistas.

Ao leitor e a todos quantos se interessam por este assunto fica o árduo desafio de aprofundar um pouco mais na complexa ciência da climatologia, que talvez só tenha par com a economia. Quem é que há um ano atrás previa que os preços de certos bens alimentares de primeira necessidade aumentariam da forma que se viu nos últimos meses?

manuelbras@portugalmail.pt

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