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2008/05/14

Ameaças de fome generalizada? 


Porque sobem os preços agrícolas dos alimentos?

O presidente da CAP, João Machado, diz que, principalmente, por os especuladores estarem à rédea solta no mercado único, mundial, desses produtos, onde especular é mais fácil que nos antigos mercados regionais dos mesmos.

E felizmente – conclui-se também do que disse – que os consumidores europeus parece não terem que temer a fome, porque os agricultores, na Europa, têm recebido da PAC ou Política Agrícola Comum, apoios que, embora inferiores a um por cento do PIB europeu, vêm permitindo manter os preços agrícolas baixos. Fome, pelo menos, garante o presidente da CAP que não haverá em Portugal.

Não deixa o presidente da CAP, porém, de acusar a Política Agrícola Comum da UE, nos últimos anos, de ter sido prejudicial à produção de cereais, pelo que as “reservas estratégicas” de cereais, que sempre houve na Europa, desapareceram agora em apenas dois anos, ficando desse modo nós e a Europa mais vulneráveis à acção dos especuladores.

De qualquer modo, garante o presidente João Machado, os aumentos de preços dos cereais, que se têm verificado, não são devidos à produção de biocombustíveis a partir de cereais, visto que, no mundo inteiro, pouco passa de 1,6 por cento da produção total de cereais os que vão para combustíveis.

Na Europa, essa percentagem não passa de 1,0 por cento da produção europeia.

E volta o presidente a sublinhar que mesmo isso tem principalmente servido de justificação aos especuladores para a subida dos preços.

Se tudo for assim e continuar assim, poderemos não ter razões para andarmos tão pessimistas como se tem andado.

Em todo o caso, parece-me haver nas declarações do presidente da CAP coisas que suscitam dúvidas ou que foram ditas especialmente para acalmar receios.

Teremos, por isso, creio, de recomendar ou de exigir às instâncias com poderes e responsabilidades, na matéria, que continuem e aumentem a sua vigilância e que não desistam de actuar, onde e como for necessário.

Sem falar do efeito dos aumentos de preços dos produtos alimentares, na criação de condições para atrair à agricultura os que abandonaram a actividade, deixando incultos até bons terrenos.

Não deveriam aquelas instâncias aproveitar a conjuntura, nesse sentido?

Isto é, que muitos dos nossos antigos terrenos agrícolas voltassem a ser cultivados e que muitos antigos agricultores portugueses voltassem ao que de melhor sabiam fazer.

A.C.R.

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