<$BlogRSDUrl$>

2008/03/28

CONTA-ME COMO FOI …(9)
PORQUÊ A ARISTOCRACIA DOS MAIS RICOS 

(<--)

Faço a pergunta porque no texto anterior desta série a que pus esse subtítulo, o n.º 8, nada parece deixar supor que isso tenha a ver, directa ou indirectamente, com a aristocracia de mais ricos ou com aristocracia de menos ricos.

Mas então as principais figuras surgidas no texto não é que vivem todas em solares!

É verdade, sim. Mas isso, só por si, não faz deles necessariamente figuras da chamada aristocracia. Como se sabe, o País está cheio de solares habitados, cujos moradores, em muitos casos, até haveriam de rir às gargalhadas se por isso os considerassem da nobreza…

Quer dizer que, também neste caso, o hábito não faz o monge?

Bem… não… não é só isso. De facto o que conta são os gestos. E tu, leitor, pareces não ter reparado na verdadeira aristocracia deles… isto é, na verdadeira aristocracia dos seus gestos!

Repara só, se tens pachorra… E já tens dado provas de muita!

Não foi de verdadeiros aristocratas o gesto dos Senhores da Bela Vista, pondo o dinheiro produto da venda dos seus quadros, que valiam mais que todo resto dentro do Solar, à disposição incondicional do Senhor do Anjo da Guarda, para acabar de reconstruir o Solar dele, ardido inteiramente no famoso e formidável incêndio florestal de Setembro de três anos antes?

Queres gesto mais nobre do que este, feito sem os seus autores porem quaisquer condições nem exigirem quaisquer garantias para a sua consumação?

E mal sabiam eles em que péssima hora da vida do Senhor do Anjo da Guarda os Senhores da Bela Vista lhe estendiam a mão.

A tal ponto que se pode dizer que, nessa hora, para o Senhor do Anjo da Guarda, reconstruir, acabar de reconstruir ou não acabar de reconstruir era o menos importante de tudo, na vida daquele homem!

O casal da Bela Vista não poderia adivinhar, mas talvez as lágrimas de agradecimento do Senhor do Anjo da Guarda, que tanto os haviam comovido, mais do que causadas pela generosidade deles, poderiam estar ainda mais relacionadas com um drama por que, desde poucas horas antes, o frágil homem do Solar do Anjo da Guarda estava a passar, num sofrimento para lá de toda a imaginação.

Vou contar-lhes e verão, com certeza, que não exagero.

Não porei minimamente tintas da minha paleta literária.

Conto exclusivamente com as tintas naturais e inerentes aos factos apurados.

Julgo que nem saberia fazer doutro modo.

A.C.R.

(-->)

Etiquetas: , ,


This page is powered by Blogger. Isn't yours?

  • Página inicial





  • Google
    Web Aliança Nacional