2008/01/24
A FORÇA MAIOR DA CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL…
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… Talvez seja exactamente a maior convicção da sua própria universalidade, por parte de todos os que somos ou nos sentimos em verdade ocidentais.
Não é uma “verdade de La Palisse”, esta, creio, seja qual for o sentido em que tomemos a expressão corrente.
Acresce que não foi apenas o Cristianismo que deu à nossa civilização esse sentido universalista, raiz do seu expansionismo característico evidente.
O pensamento grego, como a literatura grega, foram com certeza, e como se sabe, universalistas, universalizáveis, tanto quanto se pode sê-lo nesses planos.
Não se discute se conquistaram, “contagiaram”, a inteligência de todos os povos. Foi isso claro com os muçulmanos e árabes, mas também com o pensamento do Indostão, mesmo que ajudando a força das armas imperiais gregas de Filipe II da Macedónia, e Alexandre Magno, que chegaram até às fronteiras ocidentais da Índia e por lá se demoraram o suficiente para deixarem traços indeléveis da cultura grega.
Também não se discutem as tendências universais da expansão e conquistas do Império Romano, congregador duma enorme diversidade de povos, mestre na difusão da sua própria cultura e mestre igualmente na assimilação das culturas dos povos conquistados.
Mas, porventura acima de tudo, mestre foi o Império Romano na arte de organizar politicamente os territórios conquistados e as suas populações, difundindo e praticando noções políticas, de governo e de Estado, que não mais foram esquecidas, mas que, ao contrário, directa ou indirectamente, permaneceram para sempre como modelos inspiradores de estudos teóricos e de progressos práticos.
Nada disso impede se reconheça que o universalismo explícito da Civilização Ocidental é contributo original do Cristianismo católico, já ela, a Civilização Ocidental, se vinha desenhando e desenvolvendo por todo o último milénio antes de Cristo.
Isto é, nas asas do Cristianismo, pregado a todos os povos, chegou a civilização Ocidental ao mundo inteiro, juntamente com a mensagem de Cristo e com toda a ocidentalidade que a acompanhava, compunha e completava, incluindo os soldados e as suas armas, como os comerciantes e as mercadorias europeias.
Mas chegaram também certas negações da mensagem de Cristo e do universalismo ocidental, temos de concordar.
Talvez, porém, a mais grave dessas negações tenha sido o racismo.
Até quase ao séc. XX, o racismo não tomou formas sistematicamente doutrinárias e militantes, mas assumiu-as depois, logo a seguir, com o mais despudorado e virulento proselitismo.
O racismo torna-se, assim, no séc. XX, para muitos “ocidentais”, a mais radical e organizada recusa do universalismo, ocidental e cristão.
Ninguém, creio, ousará considerar-se racista e ocidental de civilização, simultaneamente, nem, também ao mesmo tempo, racista e cristão.
Intelectuais, escritores, estadistas, propagandistas, divulgadores, governantes, artistas, homens de acção com talento ou mesmo génio, tiveram-nos porventura todos os movimentos racistas do séc. XX.
Alguns desses talentos e mesmo génios julgar-se-iam, até, grandes expoentes e expressões da ocidentalidade greco-romana-judaica-cristã.
Só por absurda confusão ou falta de sentimento profundo do universalismo da civilização ocidental e europeia.
Só por uma profunda degradação de certas correntes de pensamento, ainda que praticadas no Ocidente e por supostos ocidentais de tradição.
Penso, até, que haverá, entre esses, quem recuse considerar-se como pertencendo à civilização ocidental, se lhes for rejeitado o racismo de que porventura se orgulhem ou que porventura pratiquem, não menos orgulhosamente.
Porque não vejam, nem queiram ver a incompatibilidade?
Não é o caso, evidentemente, do nacionalismo e nacionalistas em geral, de que nos honramos e orgulhamos.
É, porém, o caso do “nacionalismo” dos nazis e neo-nazis, que consabidamente se declaram racistas e acima de tudo racistas, com efeito. A ponto de colocarem a própria nação abaixo da raça, a não ser que a nação cultive a exclusão de qualquer raça que não seja uma raça considerada por eles uma raça superior.
Para eles, a “impureza racial” é incompatível com o nacionalismo verdadeiro, que é apenas o seu “nacionalismo” das raças puras e superiores, naturalmente.
Mas tal “nacionalismo”, assente no racismo, é evidentemente uma negação do ocidentalismo europeu e cristão, de raízes greco-romanas-judaicas.
Pelo que, de facto, os seus adeptos não são ocidentais de civilização, mas ocidentais apenas por geografia dos pontos cardiais.
São eles próprios, afinal, que se excluem da nossa civilização, a civilização ocidental.
A.C.R.
Não é uma “verdade de La Palisse”, esta, creio, seja qual for o sentido em que tomemos a expressão corrente.
Acresce que não foi apenas o Cristianismo que deu à nossa civilização esse sentido universalista, raiz do seu expansionismo característico evidente.
O pensamento grego, como a literatura grega, foram com certeza, e como se sabe, universalistas, universalizáveis, tanto quanto se pode sê-lo nesses planos.
Não se discute se conquistaram, “contagiaram”, a inteligência de todos os povos. Foi isso claro com os muçulmanos e árabes, mas também com o pensamento do Indostão, mesmo que ajudando a força das armas imperiais gregas de Filipe II da Macedónia, e Alexandre Magno, que chegaram até às fronteiras ocidentais da Índia e por lá se demoraram o suficiente para deixarem traços indeléveis da cultura grega.
Também não se discutem as tendências universais da expansão e conquistas do Império Romano, congregador duma enorme diversidade de povos, mestre na difusão da sua própria cultura e mestre igualmente na assimilação das culturas dos povos conquistados.
Mas, porventura acima de tudo, mestre foi o Império Romano na arte de organizar politicamente os territórios conquistados e as suas populações, difundindo e praticando noções políticas, de governo e de Estado, que não mais foram esquecidas, mas que, ao contrário, directa ou indirectamente, permaneceram para sempre como modelos inspiradores de estudos teóricos e de progressos práticos.
Nada disso impede se reconheça que o universalismo explícito da Civilização Ocidental é contributo original do Cristianismo católico, já ela, a Civilização Ocidental, se vinha desenhando e desenvolvendo por todo o último milénio antes de Cristo.
Isto é, nas asas do Cristianismo, pregado a todos os povos, chegou a civilização Ocidental ao mundo inteiro, juntamente com a mensagem de Cristo e com toda a ocidentalidade que a acompanhava, compunha e completava, incluindo os soldados e as suas armas, como os comerciantes e as mercadorias europeias.
Mas chegaram também certas negações da mensagem de Cristo e do universalismo ocidental, temos de concordar.
Talvez, porém, a mais grave dessas negações tenha sido o racismo.
Até quase ao séc. XX, o racismo não tomou formas sistematicamente doutrinárias e militantes, mas assumiu-as depois, logo a seguir, com o mais despudorado e virulento proselitismo.
O racismo torna-se, assim, no séc. XX, para muitos “ocidentais”, a mais radical e organizada recusa do universalismo, ocidental e cristão.
Ninguém, creio, ousará considerar-se racista e ocidental de civilização, simultaneamente, nem, também ao mesmo tempo, racista e cristão.
Intelectuais, escritores, estadistas, propagandistas, divulgadores, governantes, artistas, homens de acção com talento ou mesmo génio, tiveram-nos porventura todos os movimentos racistas do séc. XX.
Alguns desses talentos e mesmo génios julgar-se-iam, até, grandes expoentes e expressões da ocidentalidade greco-romana-judaica-cristã.
Só por absurda confusão ou falta de sentimento profundo do universalismo da civilização ocidental e europeia.
Só por uma profunda degradação de certas correntes de pensamento, ainda que praticadas no Ocidente e por supostos ocidentais de tradição.
Penso, até, que haverá, entre esses, quem recuse considerar-se como pertencendo à civilização ocidental, se lhes for rejeitado o racismo de que porventura se orgulhem ou que porventura pratiquem, não menos orgulhosamente.
Porque não vejam, nem queiram ver a incompatibilidade?
Não é o caso, evidentemente, do nacionalismo e nacionalistas em geral, de que nos honramos e orgulhamos.
É, porém, o caso do “nacionalismo” dos nazis e neo-nazis, que consabidamente se declaram racistas e acima de tudo racistas, com efeito. A ponto de colocarem a própria nação abaixo da raça, a não ser que a nação cultive a exclusão de qualquer raça que não seja uma raça considerada por eles uma raça superior.
Para eles, a “impureza racial” é incompatível com o nacionalismo verdadeiro, que é apenas o seu “nacionalismo” das raças puras e superiores, naturalmente.
Mas tal “nacionalismo”, assente no racismo, é evidentemente uma negação do ocidentalismo europeu e cristão, de raízes greco-romanas-judaicas.
Pelo que, de facto, os seus adeptos não são ocidentais de civilização, mas ocidentais apenas por geografia dos pontos cardiais.
São eles próprios, afinal, que se excluem da nossa civilização, a civilização ocidental.
A.C.R.
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Etiquetas: Em defesa do Ocidente, racismo e racialismo