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2008/01/16

Uma noite assim! 

Noite tempestuosa esta, de frio, chuva e vento…

Em mais de duzentos e cinquenta anos de “memórias das minhas aldeias” não houve uma noite assim…

Não me ficou pelo menos memória nenhuma de noites como esta, que eu registasse ou as memórias e documentos alheios registem…

Nenhuma teve importância, para assim se deixarem esquecer?...

Talvez não, como tanta outra coisa que não deixo registada, possivelmente também como tantas outras que as “memórias” registam.

Saio de casa depois de jantar, para ir tomar o café, como é hábito, a meia dúzia de quilómetros daqui, ao balcão dum posto de gasolina; noite cerradíssima de Janeiro ainda que hesitante, ruas e estradas desertas, mesmo assim cruzando-me devagar, à ida e à volta, com meia dúzia de outros automóveis circulando muito cautelosos.

Um encanto!

Palavra que não exagero!

Será de mim e do tempo e da noite moderadamente tempestuosa, suave e doce como a serenidade que vai comigo, dentro de mim?

Será do dia calmo que atravessei, sem picos nem pontas, nem desconfianças ou desconfiados, nem surpresas e contrariedades por aí além?

Será?... Sei lá…

No mínimo, em todo o caso, aquela surpresa de que ainda não me refiz, a duma certa espécie de plenitude que sinto, depois que, ao fim de dois anos tramadamente intensos, dia a dia, acabei de despejar no papel as memórias dum passado inverosimilmente longo, que evoquei, saboreei e reconstruí, nas suas lacunas e espaços em branco…

Dolorosamente às vezes, mas sempre com o mais puro deleite e entusiasmo.

Experimentem e abusem da imaginação, se querem avaliar desse reino tão temível como temido.

E desacreditado, inacreditavelmente desacreditado.

A.C.R.

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