2008/01/18
VOLTARÁ O BCP
A PARECER INSTITUIÇÃO CREDÍVEL?
Não se trata de ficção…
Na assembleia-geral de 3ª feira do BCP, para eleição dos novos corpos sociais, a lista do vencedor, Carlos Santos Ferreira, recebeu o apoio de 283 accionistas; e a lista do derrotado, Miguel Cadilhe, recebeu o apoio de 560 accionistas, num total de 843.
Mas os 283 accionistas do vencedor corresponderam a 97,76 por cento dos votos; ao passo que os 560 accionistas do vencido corresponderam a 2,24 por cento dos votos.
Isto é, vitória esmagadora dos grandes e maiores accionistas; derrota humilhante dos pequenos.
Humilhante, porque derotados nas suas razões, que eram as melhores...
É que quem verdadeiramente parecia defender os interesses do Banco eram os pequenos accionistas; ao passo que os outros trabalhavam para uma lista dirigida por ex-mandatados do Governo na CGD, banco concorrente do BCP, a cujos “segredos” passaram a ter acesso indiscriminado, que poderão evidentemente utilizar a favor da Caixa, diz-se e receia-se, com aparente credibilidade.
Mais grosseiro ainda, sabe-se que alguns desses “grandes” obtiveram antes, da própria CGD, avultados empréstimos para compra de “fortes lotes de acções” do BCP.
Afigura-se que o novo conselho de administração do Banco vai ter de fazer brutais esforços de rigor na gestão em geral e no respeito pelos “pequenos”, para voltar a ser o que era (ou parecia ser).
As condições conhecidas tornam difícil acreditar na eventualidade desses esforços.
Mas isso é lá com eles. E com isso não temos nada os que não somos “grandes” nem sequer “pequenos”.
Objectivamente, porém, em “coisa” de tal modo grande e de interesse público, temos todo o direito de nos pronunciarmos sobre se o caso foi “bonito” ou “feio”.
A.C.R.