2007/12/11
Europa Rastejante
Por variadas razões podíamos atribuir este adjectivo, não tanto à Europa em si, mas propriamente à “União Europeia” que, por acaso, tem um dos países, aquele que alberga o seu cérebro, a partir ao meio e há seis meses que não consegue formar governo. Bela união.
A “União Europeia”, o que quer que se entenda por isso, e isso são os interesses de uma classe política instalada, autista, que as faz pela calada, numa pose de estalinismo amaricado, completamente de costas voltadas para a sociedade civil e para os interesses dos povos europeus, rasteja perante tudo, mal vê a ponta do chicote. Rasteja diante de Ahmadinejad – independentemente do Irão ter ou não armas nucleares – de Chavez, da China, da Rússia, da Al-Qaeda, de todas as formas de terrorismo. Só não rasteja diante daqueles que sabe a priori que não brandirão o chicote contra ela. Como um cão rafeiro, só se mete com os amigos e vizinhos, porque dos outros tem medo de apanhar.
O último rastejanço foi diante de Mugabe. Para quê mais palavras?
No meio disto tudo só há dois apontamentos positivos:
1. A firmeza de Gordon Brown e do Reino Unido, que preferiu manter-se coerente, vertical e independente, sem medo às acusações de isolacionismo.
2. A presença do Presidente Museveni, do Uganda, o único país da África, e eventualmente do mundo, que adoptou uma política clara e corajosa em relação à prevenção da epidemia com HIV, que se traduziu numa redução acentuada de portadores de HIV em cerca de 15 anos, de mais de 20% da população infectada, para 5 ou 6% nos últimos anos. Receita? Informação clara sobre os riscos da promiscuidade sexual, dando prioridade à abstinência de relações promíscuas e à fidelidade conjugal – o programa ABC: Abstinence, Be faithful, use Condoms. Isto não significa que alguém ande a espreitar a vida privada de quem quer que seja. Significa a responsabilização pessoal de cada um pelos seus actos: quem assume determinados comportamentos sabe os riscos reais que corre e sabe o que é infalível e o que não é. Só isso.
A verdade é esta. Nenhum outro país adoptou este programa. Nenhum outro país teve a redução de casos de contágio com HIV que teve o Uganda.
Será que as autoridades querem mesmo combater o HIV e a SIDA?
Manuel Brás
manuelbras@portugalmail.pt
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