2007/10/11
Memórias das minhas Aldeias
Esquecimentos da História
Parte VII – nº 09 – CONSTRUÇÃO DUM “IMPÉRIO”
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Rufino seria o caso mais raro, conhecido entre os Portugueses do séc. XX, do homem que em toda a vida nunca fugiu das responsabilidades inerentes às iniciativas que criou, fossem elas colossais, apenas grandes ou até só “pela honra do convento”.
Ele foi sempre o primeiro a assumir, exaustivamente, as responsabilidades pelo desenvolvimento de tudo o que criou, bem como as responsabilidades surgidas de cada novo passo em frente.
Há um delirium tremens, doentio, mas Rufino estava possuído pelo delírio de criar, um delírio profundamente são e que espalha a saúde à sua volta, embora possa chegar a ser inquietante para os que querem acompanhar a passada do chefe e de todo não adregam.
Nesse ponto, o responsável tem de parar para refazer propósitos, revitalizar e reorganizar as tropas e, se puder, pô-las de novo em marcha, para continuar a caminhada com fôlego renovado.
O leitor poderá perguntar-se se começa aqui o endeusamento dum homem, dando-se finalmente sentido e um objectivo a estas “memórias das minhas aldeias”.
Sossegue, leitor, não haverá endeusamento, que poderia tornar-se caricatura, haverá apenas, prevê-se, algumas pinceladas de “quanto baste (q.b.)”.
Também – sossegue! – não haverá tentativa de criar “o maior português de sempre”, que o lugar já está ocupado e não haverá interesse em disputar-lho, até porque os portugueses para o efeito “votantes” não no-lo mereceriam, além de que justificam o nosso maior respeito pela coragem, determinação e espírito guerreiro que os fez esmagar a “concorrência”.
Olé!
Sim, um olé toureiro.
Melhor, um olé de aficionados de touradas.
Para não deixarmos sem o prémio dos mais arriscados aplausos e estímulos o expoente, porventura maior e paradigmático, destas gerações de Beirões que nos propusemos recordar e – assim Deus quisesse – eternizar, na memória das gerações, actuais e futuras.
Pois já que demos esse privilégio ao privilegiado Rufino – privilegiado em tudo, até nisto! – que…
Que entre Rufino em cena e que seja digno das honras que lhe damos. Mas que os nossos leitores possam corroborá-las no fim e ao longo da caminhada, sentados ou em pé, como estiverem ou como queiram ficar.
Ele foi sempre o primeiro a assumir, exaustivamente, as responsabilidades pelo desenvolvimento de tudo o que criou, bem como as responsabilidades surgidas de cada novo passo em frente.
Há um delirium tremens, doentio, mas Rufino estava possuído pelo delírio de criar, um delírio profundamente são e que espalha a saúde à sua volta, embora possa chegar a ser inquietante para os que querem acompanhar a passada do chefe e de todo não adregam.
Nesse ponto, o responsável tem de parar para refazer propósitos, revitalizar e reorganizar as tropas e, se puder, pô-las de novo em marcha, para continuar a caminhada com fôlego renovado.
O leitor poderá perguntar-se se começa aqui o endeusamento dum homem, dando-se finalmente sentido e um objectivo a estas “memórias das minhas aldeias”.
Sossegue, leitor, não haverá endeusamento, que poderia tornar-se caricatura, haverá apenas, prevê-se, algumas pinceladas de “quanto baste (q.b.)”.
Também – sossegue! – não haverá tentativa de criar “o maior português de sempre”, que o lugar já está ocupado e não haverá interesse em disputar-lho, até porque os portugueses para o efeito “votantes” não no-lo mereceriam, além de que justificam o nosso maior respeito pela coragem, determinação e espírito guerreiro que os fez esmagar a “concorrência”.
Olé!
Sim, um olé toureiro.
Melhor, um olé de aficionados de touradas.
Para não deixarmos sem o prémio dos mais arriscados aplausos e estímulos o expoente, porventura maior e paradigmático, destas gerações de Beirões que nos propusemos recordar e – assim Deus quisesse – eternizar, na memória das gerações, actuais e futuras.
Pois já que demos esse privilégio ao privilegiado Rufino – privilegiado em tudo, até nisto! – que…
Que entre Rufino em cena e que seja digno das honras que lhe damos. Mas que os nossos leitores possam corroborá-las no fim e ao longo da caminhada, sentados ou em pé, como estiverem ou como queiram ficar.
Os resultados dos primeiros anos lectivosn da UL, o primeiro e o segundo, em Lisboa e no Porto, foram desde logo espectaculares, como se o corpo docente tivesse sido escolhido a dedo para a missão de impor rapidamente a qualidade e nível de exigência do ensino.
O secretário-geral Rufino não se cansava de proclamar que mérito era que todos os alunos tivessem sucesso escolar e não “chumbá-los”, sem proveito para ninguém.
Preocupou-se também, desde logo, com premiar os melhores, distinguindo-os através de prémios de mérito escolar chorudos e não apenas honoríficos.
E tudo isso os MCS espalhavam aos quatro ventos, porque Rufino nomeara seu “adido de Imprensa” o chefe de fila dos jovens tigres, os professores mais novos, que já vos apresentámos, mas então não ainda no seu gabinete novo, com telefones, “mails”, faxes e computadores à sua disposição, além da secretária, moça muito apresentável, que completava o recheio daquela preciosa e bem organizada máquina de assalto, donde diariamente passou a partir o assédio aos jornalistas e órgãos de comunicação social mais sequiosos de novidades.
O secretário-geral pusera à disposição do gabinete de Imprensa uma lauta verba para almoços e passeios, com os jornalistas, aos destinos que mais interessassem à política da UL.
Foram os jornalistas que criaram a lenda ou fama de que na “Livre” é que o ensino era bom, se não o melhor, e os resultados óptimos, como nenhuns outros, de modo que todos os licenciados, por ali, viriam um dia a encontrar facilmente trabalho, apesar da crise de emprego que já começava a notar-se entre licenciados.
As Universidades estatais estavam profundamente desarticuladas por dentro e entre si, de modo que não souberam como reagir a esta campanha publicitária, caladas “como patos mudos”.
Já havia gente a espalhar que, por este caminho, a Universidade pública estaria condenada, se não a desaparecer, pelo menos a ser larga e rapidamente ultrapassada, secundarizada sem remédio.
Eram os descrentes da estatização do ensino?... Ou os defensores da iniciativa privada como motor privilegiado do desenvolvimento?... Ou os porta-bandeiras a qualquer preço da sociedade civil?...
Não, não eram; mas, em geral, simplesmente as más línguas ciumentas do sucesso anunciado da UL e procurando acirrar contra ela os zelos e pruridos das Universidades estatais, desafiando-as no fim de contas a que se enchessem de brios e acabassem, pela concorrência das propinas, por matar o Ensino Livre universitário.
Em vão.
Apesar de as propinas na UL serem moderadas, como toda a gente concordava, eram ainda assim algumas dez vezes as propinas da Universidade pública.
Eram, na verdade, apenas um pouco superiores às dos melhores colégios.
Nesse plano a pública seria imbatível.
Só no plano da audácia, do profissionalismo e da ambição, a pública seria batida.
Rufino descobriu-o cedo…
Ou “inventou-o” cedo?
Creio que foi isto, de facto.
Mas acreditou apaixonadamente na “sua invenção” e soube convencer a roda dos seus homens de toda a confiança que, por tal caminho, a UL seria imbatível e o seu triunfo inexorável.
A.C.R.
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