2007/03/30
Os supremos culpados dos males do Ensino Universitário Privado?...
Os que me conheçam melhor sabem quanto me é legítimo, mas também um dever, começar por perguntar-me a mim mesmo se terei frieza bastante para responder à pergunta em epígrafe, dados os meus estreitíssimos laços com a criação da Universidade Livre, donde tudo o mais arrancou depois, directa ou indirectamente, pelo que respeita ao espantoso desenvolvimento daquele ensino em Portugal.
Sim, “espantoso desenvolvimento”, seja por tantas manifestações incrivelmente negativas dos seus agentes, como aquelas a que vimos assistindo na Universidade Independente; seja pela obra formidavelmente concretizada, nestes trinta anos, de lançamento, implantação e consolidação das Universidades Privadas em Portugal.
A tal ponto que, embora falando em causa própria, não hesitei e continuo a não hesitar nunca em afirmar que essa obra é a maior e a de mais profundas raízes e repercussões, entre todas as muitas obras da sociedade civil nacional, desde 1974.
É e foi uma obra de tal modo consequente e irradiante, com tanto eco no tecido nacional mais remoto da sociedade portuguesa, que hoje, por exemplo aqui à volta, nas Beiras, são frequentes as aldeias de 200 a 1000 moradores com uma ou duas dezenas, e mais, de licenciados muito jovens, todos saídos das universidades privadas criadas desde 1977, o ano da fundação da UL.
Foi,, aliás, o imediato sucesso da UL – que abriu logo com mil alunos – foi esse sucesso, repito, que ditou, poucos anos depois, a sua destruição (é o termo exacto) pela fúria e ciumeira de muitos adversários inesperados que esse êxito suscitou.
Professores incompetentes em matéria de capacidades de organização e de gestão de empresas, passaram a não suportar partilhar o sucesso da sua oferta didáctica e pedagógica – perfeitamente autónoma – com o sucesso dos outros, aqueles que só tinham que ser competentes em matérias de gestão/organização de empresas e de visão estratégica do ensino.
A UL foi, por isso, objecto de assalto – nos vários sentidos exactos da palavra – assalto de um largo grupo de professores que se valeu do apoio e estímulo do ministro da Educação que, como os factos provariam, odiava a UL.
A resistência bem sucedida dos responsáveis da UL, durante quase dez anos, aos esforços para minarem a UL por dentro, conduzidos por alguns professores, em Lisboa e no Porto, parece ter sido tomada pelo ministro como uma provocação à sua própria autoridade.
Passou ele a incitar os professores à guerra contra as estruturas empresariais e dirigentes fiéis da UL.
A ponto de ter prometido a atribuição de novas Universidades a cada grupo de professores que se organizasse para pedir uma.
E ameaçava-os.
Ou abandonavam a UL e requeriam novas Universidades, para si, para os seus grupos; ou ficavam sem qualquer Universidade, e sem emprego, porque a UL ia ele fechá-la imediatamente.
Como de facto cumpriu.
Assim se foram criando aceleradíssimamente várias Universidades privadas – umas sete ou oito - encabeçadas por grupos de “professores” com provas dadas de competência sucessivamente mais débeis e quase todos furiosos por dinheiro.
Mas o ministro precisava era de grupos de professores pseudo-dinâmicos, cheios de falsa iniciativa, suficientemente ambiciosos para esconderem as suas incapacidades, que lhe permitissem “fechar” a UL sem ser acusado de não ter criado lugares para os alunos desta ou que queriam ir frequentar esta.
Duma cajadada, o ministro matava dois coelhos.
Arranjava Universidades para todos os alunos que no País vinham evitando a qualquer custo o ensino público universitário, completamente degradado em consequência do PREC, e, por outro lado, o ministro dava definitivamente cabo da UL, porque lhe retirava qualquer possibilidade de ter alunos, mesmo que a UL continuasse a vencer judicialmente, como a princípio aconteceu, os despachos de Sua Excelência descaradamente contra a mesma UL.
O que ao longo dos anos temos vindo a observar, nas lutas internas das Universidades privadas e na sua estagnação e concentração crescentes, é o resultado das grandes machadadas que o ministro de facto deu no ensino universitário privado, sob a aparência de estimulá-lo e facilitar-lhe a existência e condições de vida.
Na verdade, ao enchê-lo, com raras excepções, de grupos de medíocres e gananciosos, por ele incentivados, o ministro criou os ninhos de víboras que de pressa se revelaram exímios, afinal, na auto-destruição do ensino universitário privado em Portugal.
A.C.R.
Sim, “espantoso desenvolvimento”, seja por tantas manifestações incrivelmente negativas dos seus agentes, como aquelas a que vimos assistindo na Universidade Independente; seja pela obra formidavelmente concretizada, nestes trinta anos, de lançamento, implantação e consolidação das Universidades Privadas em Portugal.
A tal ponto que, embora falando em causa própria, não hesitei e continuo a não hesitar nunca em afirmar que essa obra é a maior e a de mais profundas raízes e repercussões, entre todas as muitas obras da sociedade civil nacional, desde 1974.
É e foi uma obra de tal modo consequente e irradiante, com tanto eco no tecido nacional mais remoto da sociedade portuguesa, que hoje, por exemplo aqui à volta, nas Beiras, são frequentes as aldeias de 200 a 1000 moradores com uma ou duas dezenas, e mais, de licenciados muito jovens, todos saídos das universidades privadas criadas desde 1977, o ano da fundação da UL.
Foi,, aliás, o imediato sucesso da UL – que abriu logo com mil alunos – foi esse sucesso, repito, que ditou, poucos anos depois, a sua destruição (é o termo exacto) pela fúria e ciumeira de muitos adversários inesperados que esse êxito suscitou.
Professores incompetentes em matéria de capacidades de organização e de gestão de empresas, passaram a não suportar partilhar o sucesso da sua oferta didáctica e pedagógica – perfeitamente autónoma – com o sucesso dos outros, aqueles que só tinham que ser competentes em matérias de gestão/organização de empresas e de visão estratégica do ensino.
A UL foi, por isso, objecto de assalto – nos vários sentidos exactos da palavra – assalto de um largo grupo de professores que se valeu do apoio e estímulo do ministro da Educação que, como os factos provariam, odiava a UL.
A resistência bem sucedida dos responsáveis da UL, durante quase dez anos, aos esforços para minarem a UL por dentro, conduzidos por alguns professores, em Lisboa e no Porto, parece ter sido tomada pelo ministro como uma provocação à sua própria autoridade.
Passou ele a incitar os professores à guerra contra as estruturas empresariais e dirigentes fiéis da UL.
A ponto de ter prometido a atribuição de novas Universidades a cada grupo de professores que se organizasse para pedir uma.
E ameaçava-os.
Ou abandonavam a UL e requeriam novas Universidades, para si, para os seus grupos; ou ficavam sem qualquer Universidade, e sem emprego, porque a UL ia ele fechá-la imediatamente.
Como de facto cumpriu.
Assim se foram criando aceleradíssimamente várias Universidades privadas – umas sete ou oito - encabeçadas por grupos de “professores” com provas dadas de competência sucessivamente mais débeis e quase todos furiosos por dinheiro.
Mas o ministro precisava era de grupos de professores pseudo-dinâmicos, cheios de falsa iniciativa, suficientemente ambiciosos para esconderem as suas incapacidades, que lhe permitissem “fechar” a UL sem ser acusado de não ter criado lugares para os alunos desta ou que queriam ir frequentar esta.
Duma cajadada, o ministro matava dois coelhos.
Arranjava Universidades para todos os alunos que no País vinham evitando a qualquer custo o ensino público universitário, completamente degradado em consequência do PREC, e, por outro lado, o ministro dava definitivamente cabo da UL, porque lhe retirava qualquer possibilidade de ter alunos, mesmo que a UL continuasse a vencer judicialmente, como a princípio aconteceu, os despachos de Sua Excelência descaradamente contra a mesma UL.
O que ao longo dos anos temos vindo a observar, nas lutas internas das Universidades privadas e na sua estagnação e concentração crescentes, é o resultado das grandes machadadas que o ministro de facto deu no ensino universitário privado, sob a aparência de estimulá-lo e facilitar-lhe a existência e condições de vida.
Na verdade, ao enchê-lo, com raras excepções, de grupos de medíocres e gananciosos, por ele incentivados, o ministro criou os ninhos de víboras que de pressa se revelaram exímios, afinal, na auto-destruição do ensino universitário privado em Portugal.
A.C.R.
Etiquetas: Ensino, PREC, Universidade Livre