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2006/03/13

O que foi o Círculo de Estudos Sociais VECTOR? (2) 

(ver poste anterior sobre o assunto)

Os que vivemos os tempos mais angustiantes da Igreja da 2ª metade do séc. XX, digamos entre 1960 e 1980, sentimos ainda hoje que, sem o levantamento das muitas dezenas, talvez centenas de pequenos e médios focos de resistência à subversão eclesial, a nível de todo o Ocidente, como referi no
último poste, não teria sido possível o regresso à ordem criadora e ao equilíbrio dos tempos dos Papas João Paulo II ou Bento XVI, retoma aliás iniciada com os terríveis esforços de Paulo VI que imediatamente os antecedeu.

O Vector e a “Resistência”, na sua modéstia e com as suas limitações de meios materiais e humanos, foram em Portugal dois desses muitos focos visíveis da contra-revolução.

O combate esforçado, empolgado e apaixonante de todos esses focos resistentes fortaleceu grandemente o ânimo de muitas elites católicas no mundo ocidental inteiro, contribuindo não pouco para que, com a eleição daqueles Papas, o progressismo dito cristão cada vez mais passasse a encontrar pela frente uma Igreja totalmente apostada em revitalizar-se mas à luz de interpretações realmente católicas do Vaticano II, em particular do ecumenismo que hoje se pratica.

Podemos acrescentar ainda que essa Igreja, sem as fissuras que a enfraqueciam, aparece hoje e desde então como elemento fundamental da Grande Aliança de tudo o que verdadeiramente conta no Mundo, para a consolidação e recuperação do Ocidente.

Alguns dirão que isto nada tem de religioso e que não passa de simplesmente político?

Não compreenderão que, de facto, é o religioso que nos faz ver toda a dimensão e importância, todo o significado e alcance da Política?

Não compreenderão que, por isso, a Política é, como dizia Pio XII, a mais nobre de todas as actividades do homem?

Não admira, assim, que a muitos militantes do Vector, a partir de 1974, se tivesse apresentado com toda a simplicidade e naturalidade a urgência de se empenharem directamente em actividades sem dúvida da ordem política imediata.

Até porque o Vaticano II nos tinha recordado fortemente que esse era um dever de todo o leigo católico.

E não só isso mas até que, em razão desse dever, o leigo católico tem condições para ser naturalmente o mais lúcido, rigoroso, exigente e cumpridor dos políticos.

Hoje sabemo-lo melhor, mais conscientemente do que então sabíamos ou pressentíamos tudo isto, embora na altura a maioria de nós já agisse como se o soubesse tão bem como hoje.

A atitude de muitos nós, a partir do 25 de Abril, não podia, por isso, deixar de ser de resistência muito activa, fundamentalmente e decididamente contra a ameaça que de imediato se revelara e pusera em marcha contra Portugal: a ameaça do comunismo internacional, totalitário e ateu, representada e expressa pelo PCP, desde o dia seguinte ao sucesso da revolução.

Para além disso, o progressismo cristão/católico fizera-se, havia muito, aliado de facto do comunismo (marxista, leninista e estalinista), por excesso de benevolência, de estupidez ou de ingenuidade, o que os tornava ambos ainda mais ameaçadores, temíveis e repugnantes.

Nesses anos até 1976/78*, os responsáveis do Vector associaram-se a, ou tomaram a iniciativa de organizações políticas que acima de tudo prometessem guerra sem quartel ao comunismo, o qual parecia então a muitos verdadeiramente irresistível, mas que, graças à mobilização extraordinária do povo Português para mais esta resistência, de facto também foi rapidamente derrotado.

O que dele resta é uma sobrevivência que vai durar anos, numa agonia de facto, não obstante alguma vitalidade que às vezes ainda possa exibir.

Entretanto, terá feito o máximo de esforços para aparentar-se com um partido do sistema, tanto quanto a sua capacidade mimética e camaleónica lho possibilitar.

A.C.R.

* Este foi o ano da eleição do Papa João Paulo II.

(continua)

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