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2006/03/07

A direita partidária morreu há um ano 

Precisamente a 20 de Fevereiro, com a bebida letal – ou não estivesse para chegar aí a eutanásia – servida pela mão de Sócrates.

Não é que antes pudéssemos consignar grandes ideais, com as devidas excepções, à generalidade dos deputados do PSD e CDS, mas a verdade é que, desde há um ano, “não dão uma para a caixa”.

Pensam o mesmo que a maioria de esquerda nas questões mais transcendentes e civilizacionais, como o aborto, a educação sexual estatal compulsiva, o casamento e adopção para homossexuais, o regabofe embrionário (quantos não aprovarão as propostas de PMA do PS, do PC e do BE?), a eutanásia, o eclipse da soberania, da independência e de um destino autónomo – da autodeterminação – para Portugal.

É a erosão do pensamento político e a evaporação da oposição.

Ninguém arrisca o assento por uma ideia.

Ainda bem que essa direita morreu. Talvez com ela morra também a esquerda. Perguntem aos deputados do PSD e do CDS se são de direita.

Há uma direita de sempre, cultural e antropológica, escola de pensamento e de acção, que não precisa de partidos. Que é bom nem chamar direita, para não se confundir com a indigência mental que vagueia na AR, porque nada tem a ver com isso.

É a lucidez que prefere a coluna vertebral direita a ser marreco, o right em vez do wrong, e a dextra à sinistra.

Mas isto é um entendimento e uma atitude perante a vida: precisamente o repúdio e a negação de tudo o que idealiza a miséria humana.

Manuel Brás

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