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2006/03/01

“Santa Televisão”, chama-lhe Eduardo Cintra Torres 


Isto como título do seu artigo do penúltimo domingo, a propósito das transmissões televisivas da trasladação dos restos mortais da Irmã Lúcia.

Ver-se-á que o título nada tem a ver com o artigo de E.C.T., hábil e inteligente, criativo e culto comentador televisivo do
Público.

Diz ele.

“(…) a religião tem recuperado por novos caminhos o papel de cimento social nas sociedades contemporâneas ocidentais. Mas daí à unanimidade de toda uma sociedade vai um passo demasiado grande. E aquilo a que assistimos no domingo passado (o da trasladação) constitui um facto de grande relevância não só no aparato televisivo português como na sociedade em geral: os três canais generalistas, representando três quartos dos espectadores ou mais, transmitiram a mesma cerimónia, muitas vezes com as mesmas imagens, por período que ocupou mais de nove horas da sua emissão.”

E acrescenta E.C.T..

“Porque é isto tão significativo em termos nacionais? Porque estamos perante um facto novo. A televisão generalista contrariou em absoluto aquilo que a faz viver, a concorrência do dia a dia, por sinal bem dura. (…). Neste caso, os três operadores optaram deliberadamente por dar a mesma coisa (…). A televisão generalista fez, por vontade própria, o seu próprio unanimismo. Esta decisão permite retirar importantes conclusões. (…) O fenómeno de Fátima tem um lugar de destaque nesta recuperação (da religião), em especial pela importância que lhe atribuiu João Paulo II. Apesar de haver muitos católicos não fatimistas, o peso da multidão de Fátima* é determinante para fazer do santuário não só um centro da religiosidade popular e intelectual portuguesa, mas também e ao mesmo tempo e pelas mesmas razões, um fenómeno social transversal em que a sociedade converge, quer dizer, um momento único em que toda a sociedade, crente ou não, fatimista ou não, se comporta como uma comunidade única. (…) Hoje, Fátima impôs-se à televisão: a multidão visível no santuário e a multidão dispersa que se coisifica nas audiências impuseram-se à televisão generalista.”

“Falo – escreve ainda E.C.T. – de representações, de utopias religiosas, políticas ou até comerciais (caso da utopia da TV generalista) de unir todos como um só sob o mesmo manto comunitário. (…) precisamente porque a Televisão, com T grande, ainda pretende apresentar-se, à semelhança da religião e do futebol, como um cimento cultural, ideológico e social da comunidade nacional. (…) esta estratégia da TV generalista como `espelho da nação´ (…)”

Fim das citações.

Estou de acordo.

Mas os que me lêem sabem o que isso de mais profundo tem de traduzir, no meu entendimento: a aliança, a “grande aliança” das principais forças da sociedade nacional e internacional, em defesa do mundo ocidental, contra os perigos de fora e os de dentro.

Estamos no caminho certo.

A.C.R.

*Apesar do mau tempo daquele dia da transladação, por todo o País, chegaram a estar em Fátima mais de 150.000 pessoas, o que encheu de engulhos alguns intelectuais da praça, que até mentiram descaradamente, julgando levar água aos seus moinhos.

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