2006/03/01
Memórias da minha Aldeia (De 1 a 24)
Revisões… Confissões… Revelações…
(ver: 1 e 24 da série)
Primeiro, o fantástico prazer de escrever ficção, meu conhecido de há muitos anos mas não com a intensidade seguida, ininterrupta de agora.
Talvez porque tudo ou grande parte já estava escrito dentro de mim e até noutros papeis, embora com mais “literatura”.
Talvez também porque me impus a obrigação de escrever todos os dias, sem interrupção, algum episódio, ou alguns, mas nunca mais de mil palavras cada, detendo-me o menos possível em pormenores de ambiente e com o diálogo estritamente indispensável ou inevitável.
Sentia, com tudo isso, simultaneamente, que estava a reinventar ou recriar um modo de fazer ficção, mais adaptado à blogosfera do que formas correntes de compor ficção literária, porque me parecia e parece mais próprio das possibilidades e exigências da blogosfera.
Sem necessariamente cair no folhetim.
Não estou a dizer que tive êxito, estou apenas a dizer o que penso que teria êxito se lá tivesse chegado completamente.
Como se tivesse conseguido fazer literatura sem nenhuma literatice.
Disse acima que “sem necessariamente cair no folhetim”.
O parentesco principal com o folhetim, creio, está nisto: é que a minha escrita ia diariamente direita para os leitores, sem nada de fundamental mudar ao texto que me saía das mãos para o operador de texto no ordenador.
E, sobretudo, sem ter a ideia certa do que ia escrever no dia seguinte.
É por isso natural que haja nos vinte e quatro textos algumas incoerências e desajustamentos, talvez até contradições.
Como se dizia noutros tempos: só em reedição futura…
Espero – embora sem ansiedade – que esses defeitos não prejudiquem o andamento do relato, que julgo me foi saindo com o carácter cinético que o seu veículo, a blogosfera, me ia impondo.
Dificuldade maior de execução da tarefa que me impus: o cruzamento e intercepção muito frequentes e directas entre História e ficção.
Lendo, talvez relendo o texto, julgo que o leitor encontrará facilmente todas as passagens em que tal me causou maiores dificuldades, que nem sempre terei ultrapassado.
Ressalvado isso, posso dizer que gozei do princípio ao fim, enquanto escrevia.
Gozo feito de prazer, traduzido em alegria constante, de que falei logo ao princípio, prazer que diria inocente e que nada tem a ver com o prazer pouco inocente da polémica e da crítica de outros textos que também aqui tenho escrito.
Comparando, esses poderão às vezes parecer inspirados pelo maligno!
Santo Deus nos perdoe a todos os que os escrevemos e no gozo deles nos refastelamos também!
Em definitivo, tenho de preferir os textos que escrevo com uma continuada alegria ou boa disposição inocente, sejam os episódios, em si, alegres ou tristes.
É claro que, chegado o momento, não conseguirei evitar a polémica e a crítica, como não chegarei sempre a atingir a alegria perfeita dum texto de pura ficção bem conseguido.
A.C.R.
Primeiro, o fantástico prazer de escrever ficção, meu conhecido de há muitos anos mas não com a intensidade seguida, ininterrupta de agora.
Talvez porque tudo ou grande parte já estava escrito dentro de mim e até noutros papeis, embora com mais “literatura”.
Talvez também porque me impus a obrigação de escrever todos os dias, sem interrupção, algum episódio, ou alguns, mas nunca mais de mil palavras cada, detendo-me o menos possível em pormenores de ambiente e com o diálogo estritamente indispensável ou inevitável.
Sentia, com tudo isso, simultaneamente, que estava a reinventar ou recriar um modo de fazer ficção, mais adaptado à blogosfera do que formas correntes de compor ficção literária, porque me parecia e parece mais próprio das possibilidades e exigências da blogosfera.
Sem necessariamente cair no folhetim.
Não estou a dizer que tive êxito, estou apenas a dizer o que penso que teria êxito se lá tivesse chegado completamente.
Como se tivesse conseguido fazer literatura sem nenhuma literatice.
Disse acima que “sem necessariamente cair no folhetim”.
O parentesco principal com o folhetim, creio, está nisto: é que a minha escrita ia diariamente direita para os leitores, sem nada de fundamental mudar ao texto que me saía das mãos para o operador de texto no ordenador.
E, sobretudo, sem ter a ideia certa do que ia escrever no dia seguinte.
É por isso natural que haja nos vinte e quatro textos algumas incoerências e desajustamentos, talvez até contradições.
Como se dizia noutros tempos: só em reedição futura…
Espero – embora sem ansiedade – que esses defeitos não prejudiquem o andamento do relato, que julgo me foi saindo com o carácter cinético que o seu veículo, a blogosfera, me ia impondo.
Dificuldade maior de execução da tarefa que me impus: o cruzamento e intercepção muito frequentes e directas entre História e ficção.
Lendo, talvez relendo o texto, julgo que o leitor encontrará facilmente todas as passagens em que tal me causou maiores dificuldades, que nem sempre terei ultrapassado.
Ressalvado isso, posso dizer que gozei do princípio ao fim, enquanto escrevia.
Gozo feito de prazer, traduzido em alegria constante, de que falei logo ao princípio, prazer que diria inocente e que nada tem a ver com o prazer pouco inocente da polémica e da crítica de outros textos que também aqui tenho escrito.
Comparando, esses poderão às vezes parecer inspirados pelo maligno!
Santo Deus nos perdoe a todos os que os escrevemos e no gozo deles nos refastelamos também!
Em definitivo, tenho de preferir os textos que escrevo com uma continuada alegria ou boa disposição inocente, sejam os episódios, em si, alegres ou tristes.
É claro que, chegado o momento, não conseguirei evitar a polémica e a crítica, como não chegarei sempre a atingir a alegria perfeita dum texto de pura ficção bem conseguido.
A.C.R.
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