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2006/03/06

State of the Union 

Há pouco mais de um mês, a 31 de Janeiro, George W. Bush pronunciou o seu discurso à Nação. Sugerem-se alguns destaques, para os que gostam mais e para os que gostam menos. De qualquer forma, talvez possamos contar pelos dedos de uma mão, a quantidade de presidentes europeus com a coragem de falar com esta clareza. Em desespero de causa, sempre ficamos a saber o que pensa, e o que pensa fazer, a potência do outro lado do Atlântico. É claro que eles não revelam o que vão fazer amanhã ou nas próximas semanas, em termos de acções militares, no que toca ao Médio Oriente.

1. Liderança: “A única forma de proteger o nosso povo, a única forma de assegurar a paz, a única forma de dominar o nosso destino é através da nossa liderança, pelo que os EUA continuarão a liderar”. Quem sabe se daqui a umas semanas não poderemos vislumbrar com mais propriedade razões mais profundas da ocupação do Iraque?

2. Revalidação do “Patriot Act, extensivo ao tráfico de droga e ao crime organizado.


3. Economia e emprego: Nos últimos dois anos e meio a economia americana cresceu mais que as outras nações industrializadas. A América criou 4,6 milhões de empregos, mais que o Japão e a UE juntos, apesar da subida dos combustíveis e dos desastres naturais.

4. Política energética: O reconhecimento explícito de que a dependência do petróleo, frequentemente importado de regiões e países instáveis, e até hostis, do mundo, como o Médio Oriente ou a Venezuela, é um problema sério e uma limitação para um país que requer provisões de energia para manter a economia e a competitividade. Desde 2001 que a América gastou $10 000 milhões para apurar recursos energéticos alternativos, mais limpos e baratos, reconhecendo-se estar no limiar de significativos avanços. Foi anunciado o “Advance Energy Initiative”, que representa um aumento de 22% em investigação nas chamadas energias limpas, sobretudo em duas áreas: mudanças nos abastecimentos doméstico e escritórios, investindo-se mais na utilização de carvão com emissão zero, tecnologias solar e eólica, e energia nuclear, segura e limpa; mudanças nos combustíveis para transportes, aumentando a investigação em carros híbridos, eléctricos e a hidrogénio, bem como o aumento da utilização de álcool (etanol), tornando-a efectiva dentro de 6 anos. O grande objectivo traçado nesta matéria é diminuir as importações de petróleo do Médio Oriente em 75% próximo de 2025, deixando de ser uma economia baseada no petróleo e dependente do Médio Oriente.

5. Educação: Prioridade para as Ciências e Matemática; formação de 70 000 professores de ciências e matemática, a requisição de 30 000 profissionais de ciências e matemática para ensino em aula e proporcionar meios de ajuda precoce a alunos com dificuldades em matemática.


6. Questões sociais: O crime violento caiu para os mais baixos valores desde os anos 70; o uso de drogas entre jovens diminuiu 19% desde 2001; há menos abortos do que em qualquer dos últimos 30 anos; o número de mães adolescentes tem vindo a diminuir nos últimos 12 anos. Estes resultados são tidos como uma silenciosa revolução das consciências, pela qual uma nova geração entende que uma vida de responsabilidade pessoal é uma vida de plenitude. O governo fez o seu papel: reforma da segurança social, a prevenção educativa das drogas, o apoio a programas de abstinência para jovens e adopção, terão feito a diferença. Ainda assim, permanecem preocupações, como o comportamento reprovável de funcionários públicos ou as acções de activistas junto dos tribunais tentando redefinir o casamento.

7. Supremo e vida humana: O destaque para as nomeações de John Roberts e Samuel Alito e a promessa de continuar a nomear pessoas que entendem o trabalho do juiz como um serviço à lei e não como legislador. Preconiza-se a aprovação de legislação no sentido de proibir abusos na investigação médica, como a clonagem humana em todas as suas formas, a criação ou implantação de embriões para experimentação, a criação de híbridos humano-animais, bem como a compra, venda e patenteamento de embriões humanos.

Manuel Brás

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