2004/10/08
Que América vamos ter em Novembro?
A questão da guerra no Iraque dominou o primeiro debate Bush vs Kerry. Já se sabia.
Alguém dizia, com razão, que a vitória nestas eleições vai depender do estado de ânimo dos americanos, relativamente a este conflito, no dia 2 de Novembro. Isto é, depende se a maioria tem esperança, acredita que esta intervenção faz parte de uma missão dos EUA no mundo e está disposta a aguentar uma saída airosa – necessariamente vitoriosa – do conflito, ou, vencida pelo medo, procura a forma mais rápida de sair do Iraque, necessariamente derrotada, enquanto aposta num domínio político mundial através da ONU e da sua ideologia neosocialista.
É aqui que tudo se vai jogar.
De resto, já sabemos que em matéria de economia não deverá haver mais diferenças que aquelas que a manutenção de forças no Iraque ou a sua retirada possam impor.
Haverá diferenças, sim, naquilo que um e outro representam ideologicamente.
Bush representa uma Europa de Nações soberanas, livres e independentes, o respeito pelas instituições multisseculares que o tempo consagrou, como a família e a maternidade, o realismo da condição humana, a recusa da instrumentalização dos primeiros momentos da vida, a recusa do subsídio e do privilégio a estilos de vida alternativos e minorias desfilantes, a recusa das utopias, numa palavra. Kerry representa tudo o contrário.
Os governantes têm o dever de evitar as guerras. Mas não devem ter medo delas. O que tiver medo perde, de imediato. A verdade é que não houve nenhuma época da História em que não houvesse guerras. E talvez nunca venha a haver, pelo menos na situação presente da Humanidade.
Se Bush queria combater pela via militar o terrorismo, talvez não o tenha feito da forma mais inteligente; talvez não tenha acertado em cheio no alvo. Mas, o que Bush fez no Médio Oriente, voluntária ou involuntariamente, pode ter um vasto alcance civilizacional: um muro de contenção estratégico à invasão oriental, em particular chinesa e islâmica, para a Europa.
A Europa comissarial, essa, agoniza entre o medo de uma missão no mundo e a vergonha da sua própria identidade.
Porque a civilização ocidental, greco-latina e judaico-cristã, está encurralada entre dois perigos: a ideologia socialista, totalitária e mundialista da ONU e a invasão sino-islâmica.
Resta saber qual deles é o pior.
É, em boa medida, isto que está em jogo no dia 2 de Novembro.
Manuel Brás
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