2004/09/27
A Crise do Sindicalismo (I)
Outro tabu que começa a cair
Não se falava da crise do sindicalismo e, em particular, do reflexo da crise no sindicalismo português.
Falámos dela aqui em 2004/09/07 e 2004/09/09.
De raspão, falou também há poucos dias dela José Pacheco Pereira, nos seguintes termos, no seu "Abrupto" de 21 do corrente: “Um efeito da crise das colocações vai ser o reforço dos Sindicatos dos Professores, contrariando as tendências para a crise genérica do sindicalismo em Portugal.”
JPP, não há dúvida, pelo que diz, já se tinha apercebido da crise em Portugal; não sei se sim ou não se apercebera de que a crise é, no mínimo, europeia, com raízes e manifestações que parecem mais profundas e mais maduras, por enquanto, no Centro e Leste da UE.
Essas causas têm, evidentemente, a sua repercussão política — com a crise dos partidos políticos mais importantes — como demonstram mais uma vez, e cada vez mais acentuadamente, as recentes eleições em dois Estados da antiga R.D.A., o Brandeburgo e a Saxónia.
Parece-me certo e seguro, em todo o caso, que esta crise, simultaneamente sindical e política, pouco terá de semelhante, nos efeitos, à crise do Estado nos anos vinte e trinta do séc. XX.
É por isso que as vitórias recentes de partidos anti-sistema, à esquerda e à direita dos partidos do sistema, não se me afiguram como realmente ameaças muito profundas ao status quo político actual. É que muitas são as condicionantes diferentes das de então.
Serão pois pouco realistas, julgo, os que se precipitam na expectativa de vitórias decisivas e “subversivas” do sistema, por parte dos partidos anti-sistema, quaisquer que sejam e onde quer que estejam, na Europa.
A.C.R.
(continua)
Não se falava da crise do sindicalismo e, em particular, do reflexo da crise no sindicalismo português.
Falámos dela aqui em 2004/09/07 e 2004/09/09.
De raspão, falou também há poucos dias dela José Pacheco Pereira, nos seguintes termos, no seu "Abrupto" de 21 do corrente: “Um efeito da crise das colocações vai ser o reforço dos Sindicatos dos Professores, contrariando as tendências para a crise genérica do sindicalismo em Portugal.”
JPP, não há dúvida, pelo que diz, já se tinha apercebido da crise em Portugal; não sei se sim ou não se apercebera de que a crise é, no mínimo, europeia, com raízes e manifestações que parecem mais profundas e mais maduras, por enquanto, no Centro e Leste da UE.
Essas causas têm, evidentemente, a sua repercussão política — com a crise dos partidos políticos mais importantes — como demonstram mais uma vez, e cada vez mais acentuadamente, as recentes eleições em dois Estados da antiga R.D.A., o Brandeburgo e a Saxónia.
Parece-me certo e seguro, em todo o caso, que esta crise, simultaneamente sindical e política, pouco terá de semelhante, nos efeitos, à crise do Estado nos anos vinte e trinta do séc. XX.
É por isso que as vitórias recentes de partidos anti-sistema, à esquerda e à direita dos partidos do sistema, não se me afiguram como realmente ameaças muito profundas ao status quo político actual. É que muitas são as condicionantes diferentes das de então.
Serão pois pouco realistas, julgo, os que se precipitam na expectativa de vitórias decisivas e “subversivas” do sistema, por parte dos partidos anti-sistema, quaisquer que sejam e onde quer que estejam, na Europa.
A.C.R.
(continua)
Etiquetas: Sindicatos