2004/09/07
Que futuro para o Sindicalismo?
A pergunta não só é pertinente, mas parece em especial oportuna, tendo em conta certas tendências reveladas ultimamente.
Todos — salvo os menos atentos — terão tomado conhecimento de acordos negociados ou já celebrados de há meses para cá, na Alemanha, entre as maiores empresas do País e os respectivos colectivos laborais.
As novidades absolutas são estas: à margem terão ficado os Sindicatos nacionais e, por outro lado, é inédito o objecto do acordo, mais horas de trabalho semanal, pelo mesmo salário.
O último de que tive conhecimento foi noticiado na penúltima semana, entre a Siemens da Alemanha e os seus trabalhadores.
Tudo consequência — outro motivo de espanto —, não da concorrência dos Países emergentes do 2º e 3º Mundos, como a China e a Índia, mas, em primeira linha, da temida invasão de produtos de elevada tecnologia vindos dos Países do Leste acabados de entrar na União Europeia sem fronteiras.
Porém, mais que a invasão dos produtos, parece que sobremodo temida é a deslocalização das fábricas alemãs para esses Países.
Isto é, as próprias fábricas ameaçam — é o termo — ir instalar-se ali ao lado, nos Países recém-integrados na UE, e passar a produzir aí em condições mais competitivas, no mercado mundial, do que produzem na Alemanha.
Nesta consequência não sei se alguém tinha pensado antes da adesão!
Mas os efeitos estão a senti-los os trabalhadores alemães.
É que os trabalhadores daqueles Países do Leste europeu não só são tão bem formados profissionalmente quanto os alemães, como acabam por ter maior produtividade e ser menos exigentes em matéria salarial e de garantias sociais.
Acresce seguramente que os seus governos também estarão de braços abertos para receber nos seus territórios empresários tão empreendedores como os investidores alemães e, portanto, mais que dispostos a facilitar-lhes a vida.
Claro que os sindicatos desses Países do Leste não verão com bons olhos todas as facilidades que os respectivos governos estejam predispostos a conceder aos empresários bem-idos da Alemanha.
Mas que hão-de fazer?...
Tal como os sindicatos alemães não vêem com bons olhos os acordos dos trabalhadores de muitas das grandes empresas da Alemanha com os patrões, acordos que ameaçam o futuro deles com a deslocalização das fábricas.
Mas, como os sindicatos do Leste, que hão-de fazer?...
Poderá vir a ser a crise sem retorno nos maiores sindicatos de toda aquela zona da Europa, praticantes ainda dum sindicalismo à base do marxismo da “luta de classes”.
Será este suicídio sindicalista uma fatalidade inexorável?
A.C.R.
Todos — salvo os menos atentos — terão tomado conhecimento de acordos negociados ou já celebrados de há meses para cá, na Alemanha, entre as maiores empresas do País e os respectivos colectivos laborais.
As novidades absolutas são estas: à margem terão ficado os Sindicatos nacionais e, por outro lado, é inédito o objecto do acordo, mais horas de trabalho semanal, pelo mesmo salário.
O último de que tive conhecimento foi noticiado na penúltima semana, entre a Siemens da Alemanha e os seus trabalhadores.
Tudo consequência — outro motivo de espanto —, não da concorrência dos Países emergentes do 2º e 3º Mundos, como a China e a Índia, mas, em primeira linha, da temida invasão de produtos de elevada tecnologia vindos dos Países do Leste acabados de entrar na União Europeia sem fronteiras.
Porém, mais que a invasão dos produtos, parece que sobremodo temida é a deslocalização das fábricas alemãs para esses Países.
Isto é, as próprias fábricas ameaçam — é o termo — ir instalar-se ali ao lado, nos Países recém-integrados na UE, e passar a produzir aí em condições mais competitivas, no mercado mundial, do que produzem na Alemanha.
Nesta consequência não sei se alguém tinha pensado antes da adesão!
Mas os efeitos estão a senti-los os trabalhadores alemães.
É que os trabalhadores daqueles Países do Leste europeu não só são tão bem formados profissionalmente quanto os alemães, como acabam por ter maior produtividade e ser menos exigentes em matéria salarial e de garantias sociais.
Acresce seguramente que os seus governos também estarão de braços abertos para receber nos seus territórios empresários tão empreendedores como os investidores alemães e, portanto, mais que dispostos a facilitar-lhes a vida.
Claro que os sindicatos desses Países do Leste não verão com bons olhos todas as facilidades que os respectivos governos estejam predispostos a conceder aos empresários bem-idos da Alemanha.
Mas que hão-de fazer?...
Tal como os sindicatos alemães não vêem com bons olhos os acordos dos trabalhadores de muitas das grandes empresas da Alemanha com os patrões, acordos que ameaçam o futuro deles com a deslocalização das fábricas.
Mas, como os sindicatos do Leste, que hão-de fazer?...
Poderá vir a ser a crise sem retorno nos maiores sindicatos de toda aquela zona da Europa, praticantes ainda dum sindicalismo à base do marxismo da “luta de classes”.
Será este suicídio sindicalista uma fatalidade inexorável?
A.C.R.
Etiquetas: Sindicatos