2004/09/03
Aos meus Amigos e Conhecidos Senenses, dentro e fora do Concelho de Seia, e aos Outros todos
Morreu há já mais de oito anos o Comendador Joaquim Fernandes Ferreira Simões, que foi o maior industrial de lanifícios do País.
O concelho de Seia teve no séc. XX alguns grandes realizadores, homens de acção e de projecto, a quem Seia e o Concelho muito devem sem dúvida, mesmo não falando daquilo que , directa ou indirectamente, lhes devem também os concelhos limítrofes, como reflexo e efeito do desenvolvimento imprimido ao concelho de Seia, vizinho deles.
Penso em António Marques da Silva, originário de Gouveia, e impulsionador principal da Hidroeléctrica da Serra da Estrela e, portanto, do integral aproveitamento dos recursos hidráulicos da Serra; penso no grupo de pessoas ligadas à fundação do Colégio Dr. Simões Pereira, a começar pelo irrequieto audacioso Dr. Joaquim Sousa Félix, originário de Moimenta da Beira, que fundou o ... futuro colégio de Seia em ... Paranhos da Beira, donde o mudou um ou dois anos depois para a Ponte de Santiago e, apenas um ano mais tarde, em 1938, para Seia, onde alguns são ainda os vivos que se lembram de o Colégio ter funcionado numa casa da família Pau Preto, até em 1940 passar para instalações construídas de raiz, julgo que com o apoio material de António Marques da Silva, pai da viúva do Dr. Simões Pereira que veio a dar o nome ao Colégio; penso ainda, como grandes modeladores da Seia do séc. XX e contemporânea, na figura do Pe. Doutor José Quelhas Bigotte, originário do concelho da Guarda, que aqui foi reitor da Matriz (Pároco) durante cinquenta anos, e nas figuras de alguns grandes presidentes da Câmara, falecidos também, como o Dr. António Borges Pires e o médico Dr. António Melo Sena Mota Veiga, que visionou e concretizou o arranque decisivo de Seia para os lados de São Romão, havendo sucedido em 1961 na Câmara ao Dr. José Nunes Pereira, originário do concelho de Fornos de Algodres.*
Todos ou a maioria destes senenses, de origem ou adoptivos — e outros que foram menos ilustres — têm porventura um monumento, pequeno que seja, ou uma rua ou largo com os seus nomes, em Seia.
Mas o Comendador Joaquim Fernandes Ferreira Simões, nada!
Porém, ele foi seguramente o homem que no séc. XX, como empresário da industria de lanifícios, mais longe e mais fundo lançou as bases imparáveis do crescimento da grande Terra que Seia hoje é.
Porque parece querer-se esquecê-lo?
É uma grande injustiça, Senenses!
António da Cruz Rodrigues
______________________________________________
* Este advogado, originário do concelho de Fornos de Algodres, casara com a Dr.ª Ester Barata, professora do colégio Dr. Simões Pereira, de que ela foi aliás a figura emblemática desde 1938 até ao encerramento do Colégio e sua transformação em Escola Secundária de Seia, pela acção do ministro da Educação de Marcelo Caetano, Prof. Veiga Simão.
Foi ela também, a Drª Ester Barata, o grande apoio pedagógico e organizativo do grupo de notáveis senenses que, em 1937 ou 38, comprou ao Dr. Joaquim Sousa Félix o alvará do Colégio que este fizera funcionar em Paranhos, primeiro, e na Ponte de Santiago depois, quase episodicamente. Eram eles os notários senenses Dr. António Rocha Cabral e Dr. Vergílio Calixto Pires e o farmacêutico Senhor Adriano Melo, que pelo menos no 1º ano do Colégio em Seia tiveram ainda o Dr. Sousa Félix como director do mesmo. Todos figuras muito activas ao serviço do desenvolvimento de Seia, a quem o Concelho também não prestou ainda o devido preito de justiça e gratidão.
A.C.R.
O concelho de Seia teve no séc. XX alguns grandes realizadores, homens de acção e de projecto, a quem Seia e o Concelho muito devem sem dúvida, mesmo não falando daquilo que , directa ou indirectamente, lhes devem também os concelhos limítrofes, como reflexo e efeito do desenvolvimento imprimido ao concelho de Seia, vizinho deles.
Penso em António Marques da Silva, originário de Gouveia, e impulsionador principal da Hidroeléctrica da Serra da Estrela e, portanto, do integral aproveitamento dos recursos hidráulicos da Serra; penso no grupo de pessoas ligadas à fundação do Colégio Dr. Simões Pereira, a começar pelo irrequieto audacioso Dr. Joaquim Sousa Félix, originário de Moimenta da Beira, que fundou o ... futuro colégio de Seia em ... Paranhos da Beira, donde o mudou um ou dois anos depois para a Ponte de Santiago e, apenas um ano mais tarde, em 1938, para Seia, onde alguns são ainda os vivos que se lembram de o Colégio ter funcionado numa casa da família Pau Preto, até em 1940 passar para instalações construídas de raiz, julgo que com o apoio material de António Marques da Silva, pai da viúva do Dr. Simões Pereira que veio a dar o nome ao Colégio; penso ainda, como grandes modeladores da Seia do séc. XX e contemporânea, na figura do Pe. Doutor José Quelhas Bigotte, originário do concelho da Guarda, que aqui foi reitor da Matriz (Pároco) durante cinquenta anos, e nas figuras de alguns grandes presidentes da Câmara, falecidos também, como o Dr. António Borges Pires e o médico Dr. António Melo Sena Mota Veiga, que visionou e concretizou o arranque decisivo de Seia para os lados de São Romão, havendo sucedido em 1961 na Câmara ao Dr. José Nunes Pereira, originário do concelho de Fornos de Algodres.*
Todos ou a maioria destes senenses, de origem ou adoptivos — e outros que foram menos ilustres — têm porventura um monumento, pequeno que seja, ou uma rua ou largo com os seus nomes, em Seia.
Mas o Comendador Joaquim Fernandes Ferreira Simões, nada!
Porém, ele foi seguramente o homem que no séc. XX, como empresário da industria de lanifícios, mais longe e mais fundo lançou as bases imparáveis do crescimento da grande Terra que Seia hoje é.
Porque parece querer-se esquecê-lo?
É uma grande injustiça, Senenses!
António da Cruz Rodrigues
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* Este advogado, originário do concelho de Fornos de Algodres, casara com a Dr.ª Ester Barata, professora do colégio Dr. Simões Pereira, de que ela foi aliás a figura emblemática desde 1938 até ao encerramento do Colégio e sua transformação em Escola Secundária de Seia, pela acção do ministro da Educação de Marcelo Caetano, Prof. Veiga Simão.
Foi ela também, a Drª Ester Barata, o grande apoio pedagógico e organizativo do grupo de notáveis senenses que, em 1937 ou 38, comprou ao Dr. Joaquim Sousa Félix o alvará do Colégio que este fizera funcionar em Paranhos, primeiro, e na Ponte de Santiago depois, quase episodicamente. Eram eles os notários senenses Dr. António Rocha Cabral e Dr. Vergílio Calixto Pires e o farmacêutico Senhor Adriano Melo, que pelo menos no 1º ano do Colégio em Seia tiveram ainda o Dr. Sousa Félix como director do mesmo. Todos figuras muito activas ao serviço do desenvolvimento de Seia, a quem o Concelho também não prestou ainda o devido preito de justiça e gratidão.
A.C.R.
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