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2004/09/06

O circo continua 

Para que ninguém tenha dúvidas sobre a verdadeira finalidade da operação de marketing à volta do barco do aborto (WoW) veja-se o que o grupo diz no seu website: “Ever since our ship left for Portugal... the papers in Portugal are full of discussion about legal abortion and news about Borndiep”. (...) “Over the last 10 days, abortion has becoming a fashionable topic in Portugal and the pressure from the media on our little organizations is becoming unbearable”. Dizem-se contentes e apontam a razão: “getting the abortion topic on the agenda in Portugal again”. Eis a preocupação deles com as mulheres. Não é gente para levar a sério.

É óbvio o interesse político de uma encenação destas, para além de meter pela enésima vez na agenda o mesmo assunto, verdadeira galinha dos ovos de ouro de uma esquerda que perdeu bandeiras mais credíveis, como criticava Zita Seabra num debate há dias na RTP1. É que com isto pretende-se pôr a coligação governamental de candeias às avessas, PP contra PSD, e o Dr. Sampaio contra o governo, que, supostamente, está de olho neles, à espera que ponham o pé na argola para lhes puxar as orelhas. É isto que os bloqueiros e o resto da malta pretende.

Eles só sabem fazer política com 3 temas: aborto, homossexualismo e droga.

Curiosamente, decorreu na semana passada em Londres uma conferência com ONG’s da ONU, designada Countdown 2015, sobre saúde reprodutiva, quando passaram 10 anos sobre a conferência do Cairo, em que o acesso ao aborto foi considerado um factor crucial para determinar os progressos efectuados à volta dos direitos das mulheres e da saúde reprodutiva, nos últimos 10 anos.

A conferência congratulou-se com 23 países, entre eles a Zâmbia, Bangladesh, Guatemala e Paraguay, que considerou terem feito progressos na área da saúde reprodutiva.

Estados Unidos, Portugal, Koweit, Botswana, Senegal e África do Sul foram criticados por terem pouco ou nenhum progresso nesta matéria.

O que significa que somos um país atrasado, como os Estados Unidos, quando eles queriam que fossemos avançados, como Cuba.

Fonte: www.lifenews.com

Manuel Brás

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