2004/01/07
Imigração: um fenómeno que merece reflexão e acção(II)
(continuação do post de 2003/01/06)
Com o resultado da sondagem surgem as inevitáveis reflexões sobre as vantagens e inconvenientes da imigração. Neste caso, mais sobre as vantagens, que sobre os inconvenientes. E aí surge a tese do benefício que é para a economia portuguesa o fluxo imigratório, parecendo que se quer justificar com isso a imigração massiva e caótica que temos visto nos últimos anos.
Deverá a política de imigração ser guiada por um critério utilitarista de meras vantagens e inconvenientes? Ou deverá submeter-se a um princípio de legalidade à entrada dos imigrantes?
É claro que a sondagem não revelava apenas a apreensão da maioria dos portugueses em relação ao fenómeno da imigração. Nessa consulta, os inquiridos apontam aos que têm a responsabilidade máxima de governar o ponto fulcral da questão. E a solução: o combate às redes mafiosas. Porque a verdade é esta: uma grande parte dos fluxos imigratórios que chegam a Portugal são mediados pelas máfias. O que significa que a imigração massiva e caótica se pode tornar, a breve trecho, num grave problema de segurança.
Nesta avalanche imigratória não é tudo “preto”, nem é tudo “branco”. Há gente que vem procurar honestamente trabalho melhor remunerado e rendimentos; há máfias que exploram o tráfico de pessoas, de droga, falsificam documentos, montam as suas redes de prostituição, enfim, organizam e enraízam a sua actividade criminosa.
E quando, após 2004, a febre da construção civil – necessariamente – abrandar, e eventualmente de outras actividades económicas, que solução para os milhares de imigrantes que ficam por aí? Ou será que vão continuar a construir estádios e auto-estradas em todas as terreolas?
Quando se critica a política de imigração dos últimos anos, o alvo não são os imigrantes ut singuli, mas sim os governantes e as autoridades portuguesas pela forma leviana como têm lidado com o assunto, sobretudo pela falta de vigilância e consequente instalação das máfias, e por terem permitido que nas zonas suburbanas de Lisboa e Setúbal se tenham criado verdadeiros guettos onde a polícia dificilmente entra e a criminalidade campeia. É isto que as pessoas não estão dispostas a suportar.
É duvidosa a forma como têm decorrido os vários processos de legalização massiva: não à entrada do país, como mandam as regras de segurança, mas depois de imigrantes ilegais já cá estarem há algum tempo. Duvidoso porque é, perante todos, inclusivamente os próprios imigrantes, algo feito “às três pancadas”, como que para corrigir o que deveria ter sido feito à entrada e não foi porque os governantes e as autoridades estavam a dormir.
É aqui que reside o problema da segurança: não se controla quem cá entra.
É à “balda”.
Manuel Brás
(continua num próximo post)
Com o resultado da sondagem surgem as inevitáveis reflexões sobre as vantagens e inconvenientes da imigração. Neste caso, mais sobre as vantagens, que sobre os inconvenientes. E aí surge a tese do benefício que é para a economia portuguesa o fluxo imigratório, parecendo que se quer justificar com isso a imigração massiva e caótica que temos visto nos últimos anos.
Deverá a política de imigração ser guiada por um critério utilitarista de meras vantagens e inconvenientes? Ou deverá submeter-se a um princípio de legalidade à entrada dos imigrantes?
É claro que a sondagem não revelava apenas a apreensão da maioria dos portugueses em relação ao fenómeno da imigração. Nessa consulta, os inquiridos apontam aos que têm a responsabilidade máxima de governar o ponto fulcral da questão. E a solução: o combate às redes mafiosas. Porque a verdade é esta: uma grande parte dos fluxos imigratórios que chegam a Portugal são mediados pelas máfias. O que significa que a imigração massiva e caótica se pode tornar, a breve trecho, num grave problema de segurança.
Nesta avalanche imigratória não é tudo “preto”, nem é tudo “branco”. Há gente que vem procurar honestamente trabalho melhor remunerado e rendimentos; há máfias que exploram o tráfico de pessoas, de droga, falsificam documentos, montam as suas redes de prostituição, enfim, organizam e enraízam a sua actividade criminosa.
E quando, após 2004, a febre da construção civil – necessariamente – abrandar, e eventualmente de outras actividades económicas, que solução para os milhares de imigrantes que ficam por aí? Ou será que vão continuar a construir estádios e auto-estradas em todas as terreolas?
Quando se critica a política de imigração dos últimos anos, o alvo não são os imigrantes ut singuli, mas sim os governantes e as autoridades portuguesas pela forma leviana como têm lidado com o assunto, sobretudo pela falta de vigilância e consequente instalação das máfias, e por terem permitido que nas zonas suburbanas de Lisboa e Setúbal se tenham criado verdadeiros guettos onde a polícia dificilmente entra e a criminalidade campeia. É isto que as pessoas não estão dispostas a suportar.
É duvidosa a forma como têm decorrido os vários processos de legalização massiva: não à entrada do país, como mandam as regras de segurança, mas depois de imigrantes ilegais já cá estarem há algum tempo. Duvidoso porque é, perante todos, inclusivamente os próprios imigrantes, algo feito “às três pancadas”, como que para corrigir o que deveria ter sido feito à entrada e não foi porque os governantes e as autoridades estavam a dormir.
É aqui que reside o problema da segurança: não se controla quem cá entra.
É à “balda”.
Manuel Brás
(continua num próximo post)
Etiquetas: Imigração, Manuel Brás