2003/12/29
Como fazer melhor que até agora, em matéria de formação profissional? Programas e tarefas à medida dos novos nacionalistas. (V)
Há quem pretenda que este foi o ano dos horrores para o Governo.
Foi bem pior para o País, 2003.
A meu ver, o Governo conseguiu deixar revelar-se cruamente todo o horror a que o País chegou ou chegara.
Repor ordem “nisto”, adiantemos já, seria, será sobre-humano para qualquer Governo.
Hoje sabemos, porém, graças à filosofia governamental, quão grave é o estado do País e de quais e quantos défices sofremos, e não apenas do défice financeiro, que talvez nem seja o mais grave, mas tem sido o mais decisivo revelador de todos os demais “défices” acumulados.
Não deixa de ser um avanço importante, sabê-lo sem ilusões.
Como sempre, há no País “elites” que enfrentam pouco corajosamente as realidades, se desorientam e na melhor hipótese, esbracejam por soluções... não digo teóricas, mas meteóricas e daquelas que só responsabilizam os outros, sempre os outros.
O Governo mostra-se, mais vezes do que seria conveniente, mal servido de pessoal à altura das tarefas colossais que projecta assumir e que, por isso, chega a definir, mas insuficientemente, em vários casos.
Noutros, parece às vezes já prisioneiro de lobbies de interesses instalados meramente negativos.
Tem de deixar-se dessas fraquezas, se quiser provar-nos ser capaz de governar ainda dez anos, o tempo de que o Primeiro-ministro disse carecermos para se vencerem os “demónios” que nos arrastam e arrasam. Foi pelo menos assim que entendi o fundo da questão.
Chamar-lhe-ão outros uma atitude ou uma posição demasiado voluntarista.
Que mais nos resta?
Mas possa e saiba o Governo enfrentar dois ou três testes, imediatamente, e terá a partida ganha.
E se forem áreas em que as oposições dificilmente encontrem motivos para objecções de fundo, mais garantido antecipadamente poderá estar o sucesso que é preciso a todo o custo.
Os testes a que me refiro creio que poderiam ser o da política de salvação e recuperação da floresta e o teste do ensino profissional.
Quanto a este, recordarei que, na 2ª metade do séc. XIX, os principais países europeus — grandes e alguns pequenos, como a Bélgica, a Holanda, a Suíça, a Dinamarca — desenvolveram novos sistemas de aprendizagem. Composta esta de parte teórica, dada em escolas do Estado, e de parte prática, oficinal, dada nas empresas privadas onde os aprendizes estavam empregadas, foi o sistema o responsável pelo grande salto na qualificação dos trabalhadores desses Países.
Foi essa qualificação uma das principais causas responsáveis pelo avanço tecnológico e de competitividade conseguido por tais países, avanço que em grande parte perdura ainda, nas indústrias e serviços.
Se agora perdêssemos o que nos últimos dez anos se tem conseguido com as Escolas Profissionais, na iminência em que estamos de a partir de 2007 perdermos os apoios financeiros da União Europeia para elas, novo passo atrás seria inevitável na qualificação profissional das novas gerações .
O Governo definiu já passos acertados para evitá-lo. Preciso será que mantenha firmemente os propósitos definidos e lhes acrescente um programa claro e ambicioso de alargamento do número de escolas existentes e do número de cursos criados e apoiados.
A avaliar pelo que se passou desde o surto do sub-sistema de ensino que as EP representam, não faltarão reacções positivas da sociedade civil – empresas e instituições privadas as mais diversas — para assumirem as responsabilidades pela criação e gestão de muitas novas escolas e de muitos novos cursos profissionais.
Falarei a seguir da recuperação florestal, domínio em que o Estado está a avançar já com propósitos muito importantes, estimulado pelo ambiente favorável dum País finalmente desperto para o problema.
Lamentável só que tenha sido necessária uma catástrofe como a deste verão, para acordar um sentimento nacional dinâmico e realmente criador de soluções para a floresta.
Assim não se esvazie esse sentimento e antes perdure e se reforce!
Nós, novos nacionalistas, prometemos vigilância.
A.C.R.
Foi bem pior para o País, 2003.
A meu ver, o Governo conseguiu deixar revelar-se cruamente todo o horror a que o País chegou ou chegara.
Repor ordem “nisto”, adiantemos já, seria, será sobre-humano para qualquer Governo.
Hoje sabemos, porém, graças à filosofia governamental, quão grave é o estado do País e de quais e quantos défices sofremos, e não apenas do défice financeiro, que talvez nem seja o mais grave, mas tem sido o mais decisivo revelador de todos os demais “défices” acumulados.
Não deixa de ser um avanço importante, sabê-lo sem ilusões.
Como sempre, há no País “elites” que enfrentam pouco corajosamente as realidades, se desorientam e na melhor hipótese, esbracejam por soluções... não digo teóricas, mas meteóricas e daquelas que só responsabilizam os outros, sempre os outros.
O Governo mostra-se, mais vezes do que seria conveniente, mal servido de pessoal à altura das tarefas colossais que projecta assumir e que, por isso, chega a definir, mas insuficientemente, em vários casos.
Noutros, parece às vezes já prisioneiro de lobbies de interesses instalados meramente negativos.
Tem de deixar-se dessas fraquezas, se quiser provar-nos ser capaz de governar ainda dez anos, o tempo de que o Primeiro-ministro disse carecermos para se vencerem os “demónios” que nos arrastam e arrasam. Foi pelo menos assim que entendi o fundo da questão.
Chamar-lhe-ão outros uma atitude ou uma posição demasiado voluntarista.
Que mais nos resta?
Mas possa e saiba o Governo enfrentar dois ou três testes, imediatamente, e terá a partida ganha.
E se forem áreas em que as oposições dificilmente encontrem motivos para objecções de fundo, mais garantido antecipadamente poderá estar o sucesso que é preciso a todo o custo.
Os testes a que me refiro creio que poderiam ser o da política de salvação e recuperação da floresta e o teste do ensino profissional.
Quanto a este, recordarei que, na 2ª metade do séc. XIX, os principais países europeus — grandes e alguns pequenos, como a Bélgica, a Holanda, a Suíça, a Dinamarca — desenvolveram novos sistemas de aprendizagem. Composta esta de parte teórica, dada em escolas do Estado, e de parte prática, oficinal, dada nas empresas privadas onde os aprendizes estavam empregadas, foi o sistema o responsável pelo grande salto na qualificação dos trabalhadores desses Países.
Foi essa qualificação uma das principais causas responsáveis pelo avanço tecnológico e de competitividade conseguido por tais países, avanço que em grande parte perdura ainda, nas indústrias e serviços.
Se agora perdêssemos o que nos últimos dez anos se tem conseguido com as Escolas Profissionais, na iminência em que estamos de a partir de 2007 perdermos os apoios financeiros da União Europeia para elas, novo passo atrás seria inevitável na qualificação profissional das novas gerações .
O Governo definiu já passos acertados para evitá-lo. Preciso será que mantenha firmemente os propósitos definidos e lhes acrescente um programa claro e ambicioso de alargamento do número de escolas existentes e do número de cursos criados e apoiados.
A avaliar pelo que se passou desde o surto do sub-sistema de ensino que as EP representam, não faltarão reacções positivas da sociedade civil – empresas e instituições privadas as mais diversas — para assumirem as responsabilidades pela criação e gestão de muitas novas escolas e de muitos novos cursos profissionais.
Falarei a seguir da recuperação florestal, domínio em que o Estado está a avançar já com propósitos muito importantes, estimulado pelo ambiente favorável dum País finalmente desperto para o problema.
Lamentável só que tenha sido necessária uma catástrofe como a deste verão, para acordar um sentimento nacional dinâmico e realmente criador de soluções para a floresta.
Assim não se esvazie esse sentimento e antes perdure e se reforce!
Nós, novos nacionalistas, prometemos vigilância.
A.C.R.
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