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2003/12/15

“UMA EXCELENTE NOTÍCIA” — disse o Primeiro-Ministro 

Mais do que isso: a notícia duma grande vitória para todos os que apostamos no futuro, na segurança e na clarificação da situação no Médio Oriente.

Alguma coisa estranha parecia estar a passar-se desde há duas semanas: veja-se como as baixas de soldados da Coligação diminuíram muito sensivelmente nestes quinze dias. Como se a resistência iraquiana à ocupação estivesse a desanuviar e a abrandar ou a mudar de estratégia.

O que é mau para a ministra-sombra de Negócios Estrangeiros do PS, Ana Gomes, como, com a sua habitual falta de senso e a sua proverbial maldade, ela deixou entender nas declarações de ontem à noite à SIC, é com certeza bom para todos nós.

A primeira reacção oficial francesa reforça essa convicção. Também o governo francês pareceu limitar-se a exprimir a expectativa de que a captura de Saddam venha permitir que o Iraque recupere rapidamente a soberania.

É de facto triste que a França oficial não mostre compreender que a soberania dum vencido — o Iraque — numa área tão sensível e importante do Mundo, não poderá ser, durante certo tempo, senão uma soberania muito condicionada. Não foi assim que os Aliados, França incluída, o estabeleceram depois de 1945 aquando da vitória sobre a Alemanha e o Japão?

Ou a França oficial é muito cínica ou é muito pouco lúcida.

E não importa que haja ou não haja, que tenham sido descobertas ou não tenham sido descobertas, armas de destruição maciça.

Basta que não se tenham encontrado, e isso só podia ser conseguido com algumas garantias, indo lá os Americanos ver inequivocamente, uma vez que não havia mais ninguém capaz, ou disponível para fazê-lo...

Pudemos respirar! Pelo menos nesse caso.

Mas não foi só para isso ou sequer principalmente para isso que houve guerra.

O primeiro objectivo da guerra, o derrube do regime iraquiano, inimigo contumaz do Ocidente foi atingido e com isso aumentadas as garantias de ordem e paz nessa região-chave do Mundo.

Outro objectivo era o controlo inequívoco das riquezas petrolíferas dessa região, cujo descontrolo em mãos inimigas, terroristas, a partir do 11 de Setembro, era a maior de todas as ameaças para o Ocidente.

Está atingido e não deve voltar a ser arriscado.

Nem sequer se pode falar de guerra preventiva, também neste caso, como cada um pode deduzir.

Por fim outra razão importante que tornava a guerra inevitável, mais tarde ou mais cedo.

Julgo que se trata dum objectivo "inconfessável" de algum modo, mas real: a paz entre Israelitas e Palestinianos.

Os EUA esperariam, com a vitória sobre Saddam, tornar os Israelitas e sobretudo os Palestinianos mais maleáveis nas negociações que, de facto, logo desencadearam, em torno dum chamado Roteiro para a Paz.

Falhou.

Mas terá falhado sobretudo por uma razão: os Palestinianos terão deparado com um interlocutor insuficientemente forte, o Governo israelita, apoiado por uns Americanos relativamente enfraquecidos na altura pela sua apenas meia-vitória no Iraque.

“Agora” – Seria outra coisa. Vai ser?

Só que isso é a parte não confessável.

Diz-se, por vezes, que havia ainda outro objectivo para a invasão e ocupação do Iraque.

Seria a democratização em cascata, a partir do exemplo iraquiano, de todo o Médio Oriente.

Era, a existir de verdade, o objectivo talvez mais ambicioso de todos, mas, por isso, nem sequer se pode dizer que seja tarde demais para vir a efectivar-se.

Ora, com três objectivos plenamente realizados, entre quatro ou cinco, além da vitória militar logo conseguida, com um número de perdas consideradas mínimas, não há que inimizar a grande vitória da Coligação e dos Americanos.

Só por anti-americanismo primário.

Como até acontece entre nacionalistas.

Especialmente entre uma pequena corrente “nacionalista” ultimamente surgida ou revelada, que se proclama de pacifista.

Julgo que por os americanos lhes terem derrotado, em três guerras mundiais sucessivas, os modelos políticos em que se reviam, dizem eles: não poder ressuscitá-los provoca a esses “nacionalistas” arqueológicos sofrimentos atrozes.

Por isso passaram agora de belicistas sempre declarados a pacifistas estrénuos.

Se não tiverem de combater, não voltam a sofrer derrotas...

Nem oito nem oitenta!

A.C.R.

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