2004/01/08
Imigração: um fenómeno que merece reflexão e acção (III)
(continuação do post de 2004/01/07)
Parece claro que o principal motivo que leva muitos portugueses a desejar uma diminuição e um controle do fluxo imigratório é a segurança. E podemos questionar: não haverão outras razões?
Para alguns talvez possa ser o medo da competição laboral, sobretudo quando se tem pela frente mão de obra mais barata, indiferenciada e resignada à precariedade do trabalho, que actualmente interessa a muitas empresas.
Outros poderão ver, a mais longo prazo, ameaçada a identidade nacional, o fim dos nossos quase 900 anos de Nação soberana e independente. Se, como pretendem alguns, entrassem anualmente em Portugal 200 mil imigrantes, daqui por 10 anos existiriam, pelo menos, 2.500.000 imigrantes, ou seja, 25% da população. Isto ainda seria Portugal? E quando forem 50%?
É claro que a continuação da identidade nacional depende exclusivamente dos portugueses. Se a identidade nacional fraqueja, se dilui ou desvirtua, a culpa é dos portugueses, não é dos imigrantes.
A identidade nacional só poderá desaparecer se, por um lado, a natalidade não aumentar e, por outro, se não se cultivar – sobretudo entre as camadas mais jovens e outras capazes de assimilação – o conhecimento da História Pátria, a leitura de escritores e poetas portugueses, o convívio com os maiores da nossa Arte, o sentido e a responsabilidade de continuar uma Nação que tem quase 900 anos.
Mas, tão mau ou pior que isto, é o peso – o lastro – de sermos da “casa”. É uma sensação estranha, que denuncia uma terrível vergonha de nós mesmos e um nefasto complexo de inferioridade. Parece que certos políticos e governantes, pela maneira como falam e actuam, preferem conceder à imigração certos benefícios, honras e homenagens que não concedem aos portugueses. O Dr. Sampaio parece, por vezes, ser mais o Presidente da Ucrânia ou de qualquer PALOP, que de Portugal.
É conhecido o papel emergente que têm tido certas ONG’s e associações no apoio às minorias, em geral, e aos imigrantes, em particular. Tudo bem. Não há é quem defenda a maioria – que são os portugueses – nas suas dificuldades e apuros: nem governantes, nem políticos, nem ONG’s, nem associações.
No actual momento histórico é sempre mais fácil castigar a maioria sem custos eleitorais. A maioria é a verdadeira excluída da sociedade.
Manuel Brás
Parece claro que o principal motivo que leva muitos portugueses a desejar uma diminuição e um controle do fluxo imigratório é a segurança. E podemos questionar: não haverão outras razões?
Para alguns talvez possa ser o medo da competição laboral, sobretudo quando se tem pela frente mão de obra mais barata, indiferenciada e resignada à precariedade do trabalho, que actualmente interessa a muitas empresas.
Outros poderão ver, a mais longo prazo, ameaçada a identidade nacional, o fim dos nossos quase 900 anos de Nação soberana e independente. Se, como pretendem alguns, entrassem anualmente em Portugal 200 mil imigrantes, daqui por 10 anos existiriam, pelo menos, 2.500.000 imigrantes, ou seja, 25% da população. Isto ainda seria Portugal? E quando forem 50%?
É claro que a continuação da identidade nacional depende exclusivamente dos portugueses. Se a identidade nacional fraqueja, se dilui ou desvirtua, a culpa é dos portugueses, não é dos imigrantes.
A identidade nacional só poderá desaparecer se, por um lado, a natalidade não aumentar e, por outro, se não se cultivar – sobretudo entre as camadas mais jovens e outras capazes de assimilação – o conhecimento da História Pátria, a leitura de escritores e poetas portugueses, o convívio com os maiores da nossa Arte, o sentido e a responsabilidade de continuar uma Nação que tem quase 900 anos.
Mas, tão mau ou pior que isto, é o peso – o lastro – de sermos da “casa”. É uma sensação estranha, que denuncia uma terrível vergonha de nós mesmos e um nefasto complexo de inferioridade. Parece que certos políticos e governantes, pela maneira como falam e actuam, preferem conceder à imigração certos benefícios, honras e homenagens que não concedem aos portugueses. O Dr. Sampaio parece, por vezes, ser mais o Presidente da Ucrânia ou de qualquer PALOP, que de Portugal.
É conhecido o papel emergente que têm tido certas ONG’s e associações no apoio às minorias, em geral, e aos imigrantes, em particular. Tudo bem. Não há é quem defenda a maioria – que são os portugueses – nas suas dificuldades e apuros: nem governantes, nem políticos, nem ONG’s, nem associações.
No actual momento histórico é sempre mais fácil castigar a maioria sem custos eleitorais. A maioria é a verdadeira excluída da sociedade.
Manuel Brás
Etiquetas: Imigração, Manuel Brás