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2003/12/19

II Congresso Nacionalista Português: um balanço ainda próximo 

Dr. Manuel Brás

Passadas que estão pouco mais de duas semanas do Congresso, eis o tempo oportuno e suficiente para recolher impressões, sugestões, conselhos... Mas não só recolher. Reflectir e amadurecer.

Uma das impressões em destaque – talvez a mais referida – terá sido o nível intelectual das comunicações. Isso temos de agradecer – nunca é demais reiterar – a cada um dos intervenientes, alguns dos quais docentes universitários.

O objectivo de reencontrar o nacionalismo com a intelectualidade, conferindo-lhe credibilidade histórica e científica, enquanto escola de pensamento e de acção, sempre renovável, foi plenamente conseguido neste Congresso, e tê-lo-á começado a ser na sociedade portuguesa. Bem hajam todos os que disseram SIM a esta iniciativa.

Como era de esperar – não era isso que se pretendia – nem tudo foram unanimidades nas comunicações e debates do Congresso. Os intervenientes e assistentes souberam lidar maravilhosamente – respeitosamente – com as diferenças de sensibilidade que existem – coexistem – no pensamento nacionalista actual. E fizeram-no como nunca o fariam os tolerantes e bem pensantes do regime. De facto, ninguém fala nem ouve com mais clareza e liberdade que os nacionalistas. Não por direito, mas por mérito. Nosso, claro!

Que poderia estar mais gente. Sem dúvida. E estarão, no próximo, se, entretanto, promovermos encontros, debates, grupos de reflexão e doutrinação e núcleos em vários pontos do País. São ocasiões soberanas para ampliar contactos, trocar impressões, abrir as portas a gente nova ou, simplesmente, a pessoas que trabalham em iniciativas próximas. É preciso alargar a base, aceitar diferenças, superar particularidades e incompreensões, salientar o denominador comum e reforçar a unidade.

Talvez comecem a existir, neste momento, condições para criar correntes de opinião e um pensamento nacionalista pós-moderno, através de um movimento intelectual, cultural e político, não partidário.

Ainda é cedo para retirar todas as conclusões do muito e valioso que foi dito no Congresso: talvez os próximos encontros e debates ajudem a sedimentá-las. Esperamos pelas actas, que se desejam para breve. Mas, julgo não errar, ao afirmar que no I Congresso Nacionalista Português se começou a delinear o pensamento que dará origem ao novo nacionalismo, que se quer pós-moderno, para o que neste II Congresso se deram também novos e importantes passos. E é sobre isto que nos temos que entender. Se queremos, de facto, ser uma escola de pensamento e de acção dirigida a pessoas, grupos e, através destes, à Nação.

Alguns lamentaram que a (in)comunicação social não tivesse aparecido. Eu não! Acho que fizeram muito bem! Deixemo-los lá com o seu serviço – escândalos mediáticos, concursos, telenovelas, imbecilização electrovisual – que é (para) isso que eles servem.

Então, nós não queríamos um Congresso de alto nível?

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2003/12/18

Ser Nacionalista hoje. Programas e tarefas à medida dos novos nacionalistas (II). 

O novo nacionalismo (há quem já lhe chame, e parece-me que igualmente bem, nacionalismo pós-moderno) o novo nacionalismo, repito, não tem que realizar-se somente pela política, pela cultura, pela literatura e a arte em geral, ou pelo culto e estudo profundo da História nacional.

A actividade profissional, no sector público, no sector empresarial ou no sector associativo, pode tornar-se no maior e mais profundo agente do nacionalismo, a sua “prova dos noves”.

O novo nacionalismo deve assim ser mais que um programa político, mais que um projecto cultural, mais que uma escola literária e artística, por importante e até fundamental que isso seja.

Tem o novo nacionalismo que apresentar desde já um cariz realizador que imprima velocidade, profundidade e eficácia à transformação social, espiritual e material de Portugal.

Isto deve transformá-lo, torná-lo formidavelmente abrangente e reunir e estimular muitos outros, além de nós, os que somos nacionalistas desde sempre, com vista a um trabalho que exige e exigirá rapidez e sentido do futuro — isto é, numa palavra,

FUTURISMO!

Temos de ter um nacionalismo de acção e realizações.

E assim, principalmente, teremos um nacionalismo de rua, para descer à rua e enfim descido à rua, ou, como me parece preferível dizer, um nacionalismo na rua – vivo, activo e omnipresente.

Ora o Futurismo exige, talvez em primeiro lugar, que saibamos distinguir princípios políticos e acção política.

Dou um exemplo.

Tão bons nacionalistas pode haver entre os Portugueses que foram contra a invasão do Iraque, como entre os Portugueses que a apoiaram.

Há bons nacionalistas dos dois lados.

A opção aqui deve dizer respeito ao que uns e outros pensam do que melhor serve, no presente e no futuro, os interesses do Povo português e da civilização e História em que se integra.

É uma opção de acção política, não de princípios políticos.

Mas se uns e outros dos Portugueses em causa são realmente nacionalistas, então terão em comum, antes de mais, a fidelidade à sua Nação e aos superiores e supremos interesses dela. Com o possível respeito, naturalmente, pelos interesses das outras. Pelo que lutas e desentendimentos entre nacionalistas são e serão sempre possíveis.

Mas nada, nada desejáveis.

A.C.R.

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2003/12/16

Programas e tarefas à medida dos novos nacionalistas 

Escrevi ontem sobre “nacionalistas do blá-blá esgotado” e sobre como cada vez mais o nacionalismo deve apoiar-se na profissão, isto é, no exercício duma actividade profissional, tanto ou mais que no culto e conhecimento da História nacional.

São talvez afirmações que podem facilmente ser mal interpretadas e que, por isso, tentarei explicar melhor, para não prejudicarem o esforço de renovação do nacionalismo, a que aquelas afirmações pretendem dar um sentido bem preciso e uma das expressões mais claras e do melhor augúrio.

Não podemos limitar-nos a dizer o que o nacionalismo não pode ou não deve ser.

Isto é, não devemos limitar-nos a dizer que não pretendemos, por não ser o nosso papel:

· Restaurar a monarquia;
· Ou restaurar a república jacobina;
· Ou restaurar um regime de partido único;
· Ou instaurar um regime de corporativismo politicamente exclusivo;
. Etc., etc., etc. (v. post de 26/11/2003).

Exige-se-nos que definamos igualmente o nacionalismo pela positiva.

Dou exemplos práticos.

Em Portugal arderam, no último Verão, mais de 300.000ha de matas (foram cerca de 420.000ha, se contarmos também os terrenos de mato):

Se calhar, não encontramos na História de Portugal outra catástrofe natural de tal monta e efeitos tão desastrosos, ressalvados o Terramoto de 1755 e poucas mais.

O Governo tem anunciadas ou mesmo já legisladas providências que se anunciam como da maior projecção e às quais se prometem apoios financeiros e técnicos avultados.

As modalidades de intervenção previsíveis ou previstas serão de grande alcance e oferecerão muitas oportunidades de mobilização de recursos humanos, naturais e financeiros.

A Galiza — repetiu-se no Seminário sobre “A Floresta, o Ambiente e o Fogo”, que já referi — partiu em 1990 de uma situação relativamente ainda mais catastrófica que a nossa e em pouco mais de dez anos não só eliminou praticamente os incêndios florestais, mas também replantou a grande parte dos terrenos desertificados pelos anteriores incêndios.

É uma tarefa colossal que será tanto melhor empreendida e levada a cabo quanto mais esclarecidos forem os interventores e agentes.

As forças que a empreenderem, se movidas por um profundo instinto de solidariedade nacional e pelo empenhamento decidido na realização do progresso social e material do País, partirão com grande vantagem para esta grande corrida por Portugal.

Quase diria que é um programa feito à medida de nacionalistas.

Não, com certeza, de “nacionalistas” que se contentem com blá-blá.

Mas de nacionalistas futuristas.

A.C.R.

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2003/12/15

Congressos em catadupa. Ser nacionalista hoje. 

Foi bom.

Começou-se a 15 e 16 de Novembro com o II Congresso Nacionalista Português.

Depois foram mais dois que, a meus olhos, muito alargaram os horizontes do primeiro: a 9 e 10 de Dezembro, o Congresso Internacional de Educação e Formação, aberto pelo Ministro da Educação e pelo Ministro do Trabalho; e logo em 11 e 12 o Seminário sobre “A Floresta, o Ambiente e o Fogo”, com participação também internacional, neste caso de peritos galegos nessas matérias e abertura pelo Secretário de Estado das Florestas.

Venho desenvolvendo há tempos a ideia de que os novos nacionalistas seremos cada vez menos parecidos com os nacionalistas de há décadas. Sem menosprezo nem para uns nem para outros, mas porque as exigências actuais e as modalidades em que deveremos ter de realizarmo-nos diferentes são também.

Os nacionalistas do blá-blá esgotado, muito generalistas e sem “pontos de aplicação”, à realidade, contarão cada vez menos. Será sempre através duma profissão bem exercida e empenhadamente aperfeiçoada todos os dias , que, penso, nos acreditaremos e que daremos provas autênticas do nosso nacionalismo, pela nossa capacidade de melhorarmos a Nação a que pertencemos.

Diria que cada vez mais o nacionalismo deve apoiar-se na profissão, tanto ou mais que no culto e conhecimento da História.

Isso é uma doutrina e não apenas uma praxis.

ACR

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“UMA EXCELENTE NOTÍCIA” — disse o Primeiro-Ministro 

Mais do que isso: a notícia duma grande vitória para todos os que apostamos no futuro, na segurança e na clarificação da situação no Médio Oriente.

Alguma coisa estranha parecia estar a passar-se desde há duas semanas: veja-se como as baixas de soldados da Coligação diminuíram muito sensivelmente nestes quinze dias. Como se a resistência iraquiana à ocupação estivesse a desanuviar e a abrandar ou a mudar de estratégia.

O que é mau para a ministra-sombra de Negócios Estrangeiros do PS, Ana Gomes, como, com a sua habitual falta de senso e a sua proverbial maldade, ela deixou entender nas declarações de ontem à noite à SIC, é com certeza bom para todos nós.

A primeira reacção oficial francesa reforça essa convicção. Também o governo francês pareceu limitar-se a exprimir a expectativa de que a captura de Saddam venha permitir que o Iraque recupere rapidamente a soberania.

É de facto triste que a França oficial não mostre compreender que a soberania dum vencido — o Iraque — numa área tão sensível e importante do Mundo, não poderá ser, durante certo tempo, senão uma soberania muito condicionada. Não foi assim que os Aliados, França incluída, o estabeleceram depois de 1945 aquando da vitória sobre a Alemanha e o Japão?

Ou a França oficial é muito cínica ou é muito pouco lúcida.

E não importa que haja ou não haja, que tenham sido descobertas ou não tenham sido descobertas, armas de destruição maciça.

Basta que não se tenham encontrado, e isso só podia ser conseguido com algumas garantias, indo lá os Americanos ver inequivocamente, uma vez que não havia mais ninguém capaz, ou disponível para fazê-lo...

Pudemos respirar! Pelo menos nesse caso.

Mas não foi só para isso ou sequer principalmente para isso que houve guerra.

O primeiro objectivo da guerra, o derrube do regime iraquiano, inimigo contumaz do Ocidente foi atingido e com isso aumentadas as garantias de ordem e paz nessa região-chave do Mundo.

Outro objectivo era o controlo inequívoco das riquezas petrolíferas dessa região, cujo descontrolo em mãos inimigas, terroristas, a partir do 11 de Setembro, era a maior de todas as ameaças para o Ocidente.

Está atingido e não deve voltar a ser arriscado.

Nem sequer se pode falar de guerra preventiva, também neste caso, como cada um pode deduzir.

Por fim outra razão importante que tornava a guerra inevitável, mais tarde ou mais cedo.

Julgo que se trata dum objectivo "inconfessável" de algum modo, mas real: a paz entre Israelitas e Palestinianos.

Os EUA esperariam, com a vitória sobre Saddam, tornar os Israelitas e sobretudo os Palestinianos mais maleáveis nas negociações que, de facto, logo desencadearam, em torno dum chamado Roteiro para a Paz.

Falhou.

Mas terá falhado sobretudo por uma razão: os Palestinianos terão deparado com um interlocutor insuficientemente forte, o Governo israelita, apoiado por uns Americanos relativamente enfraquecidos na altura pela sua apenas meia-vitória no Iraque.

“Agora” – Seria outra coisa. Vai ser?

Só que isso é a parte não confessável.

Diz-se, por vezes, que havia ainda outro objectivo para a invasão e ocupação do Iraque.

Seria a democratização em cascata, a partir do exemplo iraquiano, de todo o Médio Oriente.

Era, a existir de verdade, o objectivo talvez mais ambicioso de todos, mas, por isso, nem sequer se pode dizer que seja tarde demais para vir a efectivar-se.

Ora, com três objectivos plenamente realizados, entre quatro ou cinco, além da vitória militar logo conseguida, com um número de perdas consideradas mínimas, não há que inimizar a grande vitória da Coligação e dos Americanos.

Só por anti-americanismo primário.

Como até acontece entre nacionalistas.

Especialmente entre uma pequena corrente “nacionalista” ultimamente surgida ou revelada, que se proclama de pacifista.

Julgo que por os americanos lhes terem derrotado, em três guerras mundiais sucessivas, os modelos políticos em que se reviam, dizem eles: não poder ressuscitá-los provoca a esses “nacionalistas” arqueológicos sofrimentos atrozes.

Por isso passaram agora de belicistas sempre declarados a pacifistas estrénuos.

Se não tiverem de combater, não voltam a sofrer derrotas...

Nem oito nem oitenta!

A.C.R.

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