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2011/04/27

O pluralismo visto da UE 

As recentes eleições na Finlândia deram-nos mais um exemplo daquilo que na UE se entende por pluralismo.

É claro que para caracterizar o conceito que a UE tem de pluralismo podíamos ir buscar diversos exemplos de ideias e convicções que se podem ter e não ter, que vão desde o juízo histórico sobre a Idade Média, passando pelo evolucionismo, pelo clima, até ao conceito e conteúdo dos “direitos humanos”.

A UE, essa espécie de União Soviética sediada em Bruxelas e Estrasburgo, que tenta coartar a liberdade e a soberania dos países europeus – eles sim, não o FMI – mediante a imposição de uma ditadura de leis e regulamentos, frequentemente, tão destruidores quanto absurdos. A UE, essa organização arbitrária e pouco honesta, que, em princípio, não gosta de referendos, mas se não os puder evitar manda fazer quantos forem precisos até que o resultado dê o que pretendem, não queria que os “Verdadeiros Finlandeses” tivessem uma ascensão notável nas eleições legislativas de 17 de Abril.

Os finlandeses, que parece que são mesmo verdadeiros, mandaram-nos passear, coisa que os burocratas de Bruxelas merecem, só com pena que seja à custa dos contribuintes, deram 19% aos “Verdadeiros Finlandeses”, 39 deputados, terceiro maior partido, entrando, possivelmente, na constituição do próximo governo, o que pode lançar mais dificuldades nos intentos de Bruxelas e obrigar a outras soluções, especialmente à modificação dos contornos da ajuda financeira externa a Portugal.

Se queremos discutir isto honestamente temos de começar por reconhecer que os finlandeses não têm culpa da forma leviana e incompetente como os políticos portugueses, nas últimas décadas, trataram o dinheiro dos contribuintes – como se fosse deles, sabendo que não o era – trataram o despesismo e o défice do Estado. Se alguém aqui deve sair de cena é classe política dominante em Portugal, os parlamentares. Seria um acto de patriotismo irem-se embora, depois da porcaria que fizeram.

http://www.reuters.com/article/2011/04/18/finland-election-results-idUSLDE73H0J620110418

http://online.wsj.com/article/SB10001424052748704613504576269200664054290.html

Como em tantas outras coisas, a moral da UE é sempre a mesma: as pessoas podem ter as opiniões e convicções que quiserem, podem fazer aquilo que quiserem, desde que isso seja também aquilo que a UE quer ou, pelo menos, não atrapalhem, porque os iluminados são eles.

A isto chamam pluralismo.

manuelbras@portugalmail.pt

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