2011/04/19
A prudência como virtude política
A sucessão de revoltas que ocorreram nos últimos meses, e ainda estão a decorrer, no norte de África e no Médio Oriente, conhecidas como a “primavera árabe” ainda não permite vislumbrar o sentido político que tomarão os poderes que ficarem de pé quando as águas acalmarem, nem sequer intuir com exactidão quem serão esses poderes, isto é, as revoluções ainda não aterraram, o que significa que, para o Ocidente, Europa, EUA e países da NATO, tudo ainda está muiti incerto quanto ao futuro destas regiões fronteiriças da Europa.
Não sabemos ao certo que regimes saírão das revoltas e revoluções em curso no Egipto, na Tunísia, no Iémene, na Síria, ou o que sairá da guerra civil na Líbia. Não se sabe ao certo que poderes, mais ou menos organizados, estão por trás destas, revoltas, revoluções e guerras no mundo árabe.
A intervenção militar da NATO, Reino Unido e EUA na Líbia é, para quem está a ver de fora, confusa, hesitante e aparentemente descoordenada. Resta saber se essas hesitações e descoordenações correspondem a limitações reais ou são fingidas e intencionais para lançar a confusão nos meios militares afectos a Khadafi e talvez também entre os rebeldes. Por vezes dá a sensação de que um ameaça mas o outro é que dá. Foi anunciado de início que a NATO tomaria o comando das operações e que os EUA ficariam "ao largo", mas de imediato os EUA lançaram sobre alvos de Khadafi 110 mísseis Tomhawack. Quando os ingleses ameaçam, entra a NATO. Quando a NATO ameaça, entram os EUA. Quando os EUA ameaçam, entra o Reino Unido.
Seja como for, e porque não se sabe ao certo o que está realmente por trás destas revoltas e revoluções, manda a prudência que o Ocidente lide cuidadosamente com as forças em parada, de modo a não se comprometer excessivamente com divisões e guerras internas destes países e destas regiões, procurando ser um agente de pacificação possível em regiões onde a vida humana pouco ou nada vale e as armas de fogo circulam como a poeira no ar, actuando de forma a garantir que os regimes que dali saírem, por um lado, não caiam nas mãos do Irão nem da Al-Qaeda, e, por outro, se identifiquem com as expectativas dos seus povos e prezem a liberdade. Neste momento, nada disto está garantido.
É necessário preparar os cenários possíveis e a forma de actuar de actuar do Ocidente em cada um deles. Como vê a UE esses cenários, quais são os seus interesses, como vai actuar em função disso? Ninguém sabe, talvez nem eles mesmo.
Do pulmão americano do Ocidente vão saindo algumas sugestões, deste ponto de vista, sobre a forma como lidar com a situação. Talvez possa ajudar os europeus.
http://www.heritage.org/Research/Reports/2011/04/The-Arab-Spring-Heritage-Foundation-Recommendations
manuelbras@portugalmail.pt
Não sabemos ao certo que regimes saírão das revoltas e revoluções em curso no Egipto, na Tunísia, no Iémene, na Síria, ou o que sairá da guerra civil na Líbia. Não se sabe ao certo que poderes, mais ou menos organizados, estão por trás destas, revoltas, revoluções e guerras no mundo árabe.
A intervenção militar da NATO, Reino Unido e EUA na Líbia é, para quem está a ver de fora, confusa, hesitante e aparentemente descoordenada. Resta saber se essas hesitações e descoordenações correspondem a limitações reais ou são fingidas e intencionais para lançar a confusão nos meios militares afectos a Khadafi e talvez também entre os rebeldes. Por vezes dá a sensação de que um ameaça mas o outro é que dá. Foi anunciado de início que a NATO tomaria o comando das operações e que os EUA ficariam "ao largo", mas de imediato os EUA lançaram sobre alvos de Khadafi 110 mísseis Tomhawack. Quando os ingleses ameaçam, entra a NATO. Quando a NATO ameaça, entram os EUA. Quando os EUA ameaçam, entra o Reino Unido.
Seja como for, e porque não se sabe ao certo o que está realmente por trás destas revoltas e revoluções, manda a prudência que o Ocidente lide cuidadosamente com as forças em parada, de modo a não se comprometer excessivamente com divisões e guerras internas destes países e destas regiões, procurando ser um agente de pacificação possível em regiões onde a vida humana pouco ou nada vale e as armas de fogo circulam como a poeira no ar, actuando de forma a garantir que os regimes que dali saírem, por um lado, não caiam nas mãos do Irão nem da Al-Qaeda, e, por outro, se identifiquem com as expectativas dos seus povos e prezem a liberdade. Neste momento, nada disto está garantido.
É necessário preparar os cenários possíveis e a forma de actuar de actuar do Ocidente em cada um deles. Como vê a UE esses cenários, quais são os seus interesses, como vai actuar em função disso? Ninguém sabe, talvez nem eles mesmo.
Do pulmão americano do Ocidente vão saindo algumas sugestões, deste ponto de vista, sobre a forma como lidar com a situação. Talvez possa ajudar os europeus.
http://www.heritage.org/Research/Reports/2011/04/The-Arab-Spring-Heritage-Foundation-Recommendations
manuelbras@portugalmail.pt
Etiquetas: Em defesa do Ocidente, União Europeia