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2011/03/17

É difícil ter palavras 


É difícil encontrar palavras para comentar os fortes maremotos que assolaram o martirizado Japão e suas terríveis consequências.

É mais uma ocasião para reconhecer como as capacidades humanas são pequenas diante de certos fenómenos naturais que, com toda a razão, designamos tragédias, embora saibamos de antemão que, de vez em quando, ocorrem inexoravelmente.

É mais um acontecimento daqueles que nos faz reflectir sobre o sentido do sofrimento e da morte, num mundo de transitoriedade em que nos sabemos mortais e no qual estamos de passagem.

Acontecimento inexplicável, confuso, ou até revoltante, para quem não admite mais nada além deste mundo material e desta vida, julgando-se, por isso, juiz supremo do bem e do mal, do justo e do injusto, do que pode suceder e não pode: a famosa pretensão de dominar o futuro.

Acontecimento duro e doloroso, que não é um castigo nem uma condenação, que aceitam, com as portas da esperança abertas, todos aqueles que sabem que este mundo, tal como existe, não é definitivo, e a vida não acaba aqui. Este mundo não tem a última palavra. O sofrimento e a morte, seja em que circunstâncias fôr, têm um sentido salvífico e redentor, portanto, de vitória, precisamente sobre a morte.

IN HOC SIGNO VINCES!

Aos mortos a homenagem e o pesar. Por todos, vivos e mortos, oração. Que o Japão se levante de novo!

manuelbras@portugalmail.pt

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