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2008/06/06

CONTA-ME COMO FOI… (21)
O PICANTE DE ENGANAR O NOVO MARIDO COM O MARIDO ANTIGO 

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A dama-madre também conhecida, entre algumas damas sem freio, desenfreadas portanto, por a “dama-velha”, apesar dos seus trinta e cinco anos, aliás completamente desinibidos… A dama-madre sentiu que se deixava pouco a pouco fascinar pelo seu antigo marido.

Por ele ou porque nele descobria um novo recurso para a sua vida, como que uma última e inesperada saída para a sua vida sem saídas?

A ponto – vamos lá – de sentir-se mesmo completamente desinteressada de sexo com ele.

Não é um paradoxo nem simples contradição descuidada…

Ele foi talvez o primeiro a duvidar, mas acabou por deixar-se convencer.

Os esforços que ela fez para consegui-lo!

E, para mais, fazê-los logrando fingir que não estava empenhada nisso…

Parece termos chegado a um mundo completamente estranho, mesmo alheio ao mundo em que vivemos ou em que julgávamos viver.

Um mundo de comportamentos desconhecidos e contagiantes, sem que por algum tempo percebamos o que nos faz mudar e donde vem essa espécie de contágio.

Apesar da imunidade que o seu convívio antigo, de vários anos de casados, deveria ter criado entre ambos, a verdade é esta: marido e mulher haviam-se entretanto deixado contagiar de nova e forte atracção mútua.

Ora espiga!

Julgarem-se aquelas duas almas curadas do que tanto por vezes os inquietara ou fizera sofrer, para descobrirem uma certa excitação que não conseguiam deixar de tomar pelo renascer do interesse antigo de um pelo outro!...

Ela, sempre desinibida, achava também naquilo o surpreendente e saboroso picante de sentir-se a enganar o marido novo com o marido antigo.

E nem por sombras tinha isso tudo o gosto de comida requentada!

Mas o mais surpreendente, sem tirar-lhe o sabor, antes pelo contrário, é que tudo se lhes afigurava inteiramente platónico, puro idealismo entre almas e entre corações… como entre os corpos.

O marido novo apercebeu-se disso e foi-lhe crescendo uma vontade furiosa de vingar-se.

Ao princípio era suportável, porque egoistamente deixou-se convencer pela ideia de que… talvez não tivesse de sentir ciúmes do antigo marido só porque este tivera sobre ela direitos de verdadeiro marido. A sua certeza religiosa, católica, de que o casamento deles não fora anulado pelo divórcio, dera-lhe de começo a ideia de que o adúltero fora, sim, ele próprio, possuindo-a a ela, uma mulher efectivamente casada com outro à face de Deus. Mas pouco durou a desculpa ou consolação. Depressa a raiva lhe voltou e de todo descontrolada, cegando-o sem lhe deixar um instante de paz e lucidez.

Percebeu ou julgou perceber que só vingando-se conseguiria sossegar.

Saiu praticamente de casa, deixou os amigos da jogatina entregues a si próprios, durante semanas, deixou também a mulher à solta, como ele dizia, e foi entregar-se ao mais descabelado furor sexual, como nunca se teria julgado capaz, sem poupar forças nem apetites, nem olhar a mulheres, novas, velhas, bonitas ou feias, apetitosas ou recalcitrantes e assim-assim.

Só lhe interessavam as medíocres vitórias do novo homem que descobrira em si, por muito desgostantes que tais vitórias até chegassem a ser.

A.C.R.

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