2007/11/01
Memórias das minhas Aldeias
Esquecimentos da História
Parte VII – N.º 18 – SALAZAR ANTI-DEMOCRATA?
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“Sem dúvida”, respondeu Rufino.
Mas acrescentando: "sobretudo anti-partidário e anti-partidos".
Segundo Rufino, por força de muitas passagens dos seus Discursos, entrevistas, artigos, comunicações ao País, não pode duvidar-se do anti-democratismo de Salazar que, talvez mais exactamente, seria antes um anti-igualitarismo.
Ele não acreditava que os homens nasçam iguais e, portanto, as diferenças e desigualdades sociais são inevitáveis.
Isso não impede a defesa intransigente, por Salazar e o seu regime político, da perfeita igualdade de direitos de todos os seres humanos abrangidos pelo Estado.
Com o que Salazar não podia, adiantava “mestre” Rufino, era com os partidos políticos que a seus olhos não passam de corporações de interesses ao serviço da luta pela conquista do poder, em benefício dos interesses… dalguns.
Com sorrisinhos irónicos… “mestre” Rufino concluía que Salazar deve ter sido o único estadista da História… pronto a acreditar na capacidade dum regime político, o seu, para desafiar e neutralizar os interesses dos cidadãos… organizados em partido para se locupletarem, se não for o controlo da sociedade por um regime com mão de ferro.
Enfim, Salazar um optimista inconcebível, como só Rufino podia ter descoberto!
Tão optimista, Salazar, que não poderia ser senão profundamente democrata.
E esta!
…
Torna mais fácil compreender a conclusão inevitável.
A necessária fachada democrática do seu anti-democratismo.
Foi a sua mais certeira previsão.
O comunismo seria vencido e os regimes democráticos espalhar-se-iam de ponta a ponta da Terra.
Mesmo o seu próprio regime anti-democrático, não tendo contribuído pouco para a vitória das democracias, foi-se consolidando passo a passo, convencidos os responsáveis de que não há, não havia, não haveria nada a fazer senão em democracia, isto é, senão sob falsas ou verdadeiras aparências democráticas.
Era assim pelo menos que Rufino via as coisas, proclamando convicto que da mesma forma as tinha visto Salazar.
Podemos confiar na lucidez de Rufino que também foi o primeiro, que se saiba, a dizer que, sem o programa político e social de Salazar, nunca teria Portugal encaixado tão bem no esquema democrático liberal, a partir de 1974…
Mas acrescentando: "sobretudo anti-partidário e anti-partidos".
Segundo Rufino, por força de muitas passagens dos seus Discursos, entrevistas, artigos, comunicações ao País, não pode duvidar-se do anti-democratismo de Salazar que, talvez mais exactamente, seria antes um anti-igualitarismo.
Ele não acreditava que os homens nasçam iguais e, portanto, as diferenças e desigualdades sociais são inevitáveis.
Isso não impede a defesa intransigente, por Salazar e o seu regime político, da perfeita igualdade de direitos de todos os seres humanos abrangidos pelo Estado.
Com o que Salazar não podia, adiantava “mestre” Rufino, era com os partidos políticos que a seus olhos não passam de corporações de interesses ao serviço da luta pela conquista do poder, em benefício dos interesses… dalguns.
Com sorrisinhos irónicos… “mestre” Rufino concluía que Salazar deve ter sido o único estadista da História… pronto a acreditar na capacidade dum regime político, o seu, para desafiar e neutralizar os interesses dos cidadãos… organizados em partido para se locupletarem, se não for o controlo da sociedade por um regime com mão de ferro.
Enfim, Salazar um optimista inconcebível, como só Rufino podia ter descoberto!
Tão optimista, Salazar, que não poderia ser senão profundamente democrata.
E esta!
…
Torna mais fácil compreender a conclusão inevitável.
A necessária fachada democrática do seu anti-democratismo.
Foi a sua mais certeira previsão.
O comunismo seria vencido e os regimes democráticos espalhar-se-iam de ponta a ponta da Terra.
Mesmo o seu próprio regime anti-democrático, não tendo contribuído pouco para a vitória das democracias, foi-se consolidando passo a passo, convencidos os responsáveis de que não há, não havia, não haveria nada a fazer senão em democracia, isto é, senão sob falsas ou verdadeiras aparências democráticas.
Era assim pelo menos que Rufino via as coisas, proclamando convicto que da mesma forma as tinha visto Salazar.
Podemos confiar na lucidez de Rufino que também foi o primeiro, que se saiba, a dizer que, sem o programa político e social de Salazar, nunca teria Portugal encaixado tão bem no esquema democrático liberal, a partir de 1974…
A.C.R.
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Etiquetas: Conta-me como foi..., Memórias das minhas Aldeias, Salazar