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2007/08/08

À Legião Patriótica (2) 

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O "Vector" foi sempre considerado e sempre se considerou um movimento cívico de Direita, embora, para uns tantos, até mesmo de extrema-direita, sobretudo por uma certa esquerda que não sabe onde tem a sua mão esquerda, nem a direita.

Basta lembrar, para melhor sermos situados, que a maioria de todos nós vínhamos do Catolicismo Social; aceitávamos a Doutrina Social da Igreja formulada nos então cinquenta-sessenta últimos anos, desde Leão XIII, sobretudo; éramos, maioritariamente também, social-corporativistas, o que equivale a dizer que a nossa visão da política era tão social ou mais que a das esquerdas todas juntas,mesmo que acompanhadas de todas as direitas agnósticas ou ateias, socialmente mais avançadas e mais radicais que elas.

Mas éramos ao mesmo tempo de raízes profundamente portuguesas e nacionalistas.

Isto é, acreditávamos que a nação é a unidade sócio-política fundamental para alcançarmos o máximo de realização humana, individual e colectivamente, da nossa espécie, sem prejuízo dumas nações, em relação às outras,antes pelo contrário, e independentemente dos seus tamanhos e populações e das potencialidades de todas, para crescerem.

Entre parênteses: o que isto levanta de problemas, teóricos, filosóficos e históricos, Santo Deus!

Mas sem nunca, minimamente, passarmos pela possibilidade ou eventualidade de termos de renegar a entidade nação e a sua identidade, de que a Religião é a base e a raiz, como todos sabemos, mesmo os que o negam.

Por isso ou talvez por isso, o nacionalismo é uma área de pensamento tão rica, tão em constante renovação e diversificação, tão fecunda e tão aliciante para o que podemos considerar os teóricos do bom nacionalismo, como tentador para os construtores de teses perigosas do nacionalismo xenófobo, racista e da superioridade de certas nações e indivíduos sobre outras nações e indivíduos.

Assim vistas as coisas, espanta menos que o nacionalismo apareça evidente na génese das maiores catástrofes sociais e políticas do século XX.

A I e a II Guerras Mundiais (1914-18 e 1939-45) como o seu prolongamento, a Guerra-Fria (1947-1991), foram claramente gigantescos enfrentamentos nacionalistas, com Estados-Nações profundamente nacionalistas dum lado e doutro.

Visto nessa perspectiva, não admira também que alguns dos Estados-Nações mais explicitamente nacionalistas da Europa, por exemplo, se tenham mantido rigorosamente neutros na II Guerra Mundial, sobretudo, por dificuldade fundamentalmente de se alinharem dum lado ou doutro, tão difícil lhes seria definirem de que lado estava o melhor nacionalismo e por que lado seria o nacionalismo mais bem servido.

Creio bem que as dificuldades do nacionalismo como doutrina e projectos políticos ainda hoje provenham desse impasse, de que só Portugal e a Espanha tiveram a clara visão.

Não admira assim que muitos dos nossos nacionalistas, alinhados pessoalmente quer dum lado, quer do outro, tenham mantido até tarde problemas de consciência sobre o acerto do seu alinhamento, fosse qual fosse.

Caro Legião Patriótica, v. provocou-me, desafiou-me, e agora vaiter de continuar a aturar-me... Se assim quiser e puder, claro.

A.C.R.

Seia, 08.08.2007

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