2006/12/22
Alerta X
Não há dia em que televisões, rádios e jornais não tenham notícias para dar do tempo que faz. Se não for o calor é o frio, se não for a chuva é porque não choveu. Há sempre um Alerta X, de qualquer cor para qualquer situação. O tempo varia, mas o pânico é o mesmo.
Se compararmos os noticiários de há dez ou vinte anos atrás a diferença é abissal. Hoje, qualquer chuvada ou ondulação marítima dá direito a um alerta qualquer.
O pânico é servido a pretexto das alterações climáticas e em nome de um fixismo climático. O clima, que não fez outra coisa senão mudar desde que a Terra existe, tinha agora que se submeter ao fixismo desenhado pelos utópicos de serviço, isto é, daqueles que pretendem à força que o clima não mude. Bem podem berrar que o clima é insensível, não vos ouve.
Já sei. Não é das mudanças climáticas naturais que falam. É das antropogénicas, isto é, das que, pretensiosamente, seriam provocadas pela acção devastadora do Homem: os gases de estufa libertados pela combustão de fósseis na indústria, na produção de energia eléctrica e nos motores dos veículos de combustão interna.
Na prática, o grande vilão é o dióxido de carbono. Há outros condenados, como os CFC – que já há vários anos deixaram se ser utilizados industrialmente –, o metano, o óxido nitroso… Mas todos se esquecem do vapor de água, que é, de longe, o que tem maior efeito de estufa (alguns estudiosos estimam a sua contribuição em cerca de 95%) e ignoram propositadamente que o CO2, que constitui 0,038% do volume da baixa troposfera – à superfície, onde nos encontramos – contribui na totalidade (natural + antropogénico) em 3,619% para esse efeito, sendo que a quota antropogénica vale apenas 0,117%. Seria bom que houvesse maior disponibilidade de dados sobre o peso real do vapor de água e do CO2 no efeito de estufa, mas, pelos vistos, é coisa que não interessa averiguar.
Como é possível que as alterações climáticas tenham causas maioritariamente antropogénicas, como alguns pretendem?
É, pois, difícil aceitar que o CO2, e ainda mais o antropogénico, tenha, na realidade, a importância que a comunicação social lhe atribui, sobretudo quando ignora o contributo do vapor de água e de outros factores que afectam, de ciência certa, a temperatura à superfície, como as variações da actividade solar, os raios cósmicos na formação de nuvens ou a dinâmica aerológica, isto é os movimentos de massas de ar, designadamente polares, e respectivas variações de pressão.
Nós, os cépticos, não dizemos que não existem alterações climáticas. Como poderia isso ser, se sempre tem havido? Os geocons é que pretendem travar – inutilmente – tais alterações, como se tal fosse possível. O que nós dizemos é que os dados existentes não permitem concluir que as actuais emissões de gases de estufa decorrentes das actividades humanas tenham um papel relevante no aumento da temperatura média à superfície da Terra durante o séc. XX, em cerca de 0,6ºC. Isto é, que tal aumento de temperatura, que não foi igual em todos os lugares, em alguns até diminuiu – é um valor médio, razão pela qual alguns contestam o adjectivo “global” – admite outras explicações através de causas naturais, que se integram dentro da dinâmica do clima terrestre ao longo dos últimos milénios.
Manuel Brás
manuelbras@portugalmail.pt
Se compararmos os noticiários de há dez ou vinte anos atrás a diferença é abissal. Hoje, qualquer chuvada ou ondulação marítima dá direito a um alerta qualquer.
O pânico é servido a pretexto das alterações climáticas e em nome de um fixismo climático. O clima, que não fez outra coisa senão mudar desde que a Terra existe, tinha agora que se submeter ao fixismo desenhado pelos utópicos de serviço, isto é, daqueles que pretendem à força que o clima não mude. Bem podem berrar que o clima é insensível, não vos ouve.
Já sei. Não é das mudanças climáticas naturais que falam. É das antropogénicas, isto é, das que, pretensiosamente, seriam provocadas pela acção devastadora do Homem: os gases de estufa libertados pela combustão de fósseis na indústria, na produção de energia eléctrica e nos motores dos veículos de combustão interna.
Na prática, o grande vilão é o dióxido de carbono. Há outros condenados, como os CFC – que já há vários anos deixaram se ser utilizados industrialmente –, o metano, o óxido nitroso… Mas todos se esquecem do vapor de água, que é, de longe, o que tem maior efeito de estufa (alguns estudiosos estimam a sua contribuição em cerca de 95%) e ignoram propositadamente que o CO2, que constitui 0,038% do volume da baixa troposfera – à superfície, onde nos encontramos – contribui na totalidade (natural + antropogénico) em 3,619% para esse efeito, sendo que a quota antropogénica vale apenas 0,117%. Seria bom que houvesse maior disponibilidade de dados sobre o peso real do vapor de água e do CO2 no efeito de estufa, mas, pelos vistos, é coisa que não interessa averiguar.
Como é possível que as alterações climáticas tenham causas maioritariamente antropogénicas, como alguns pretendem?
É, pois, difícil aceitar que o CO2, e ainda mais o antropogénico, tenha, na realidade, a importância que a comunicação social lhe atribui, sobretudo quando ignora o contributo do vapor de água e de outros factores que afectam, de ciência certa, a temperatura à superfície, como as variações da actividade solar, os raios cósmicos na formação de nuvens ou a dinâmica aerológica, isto é os movimentos de massas de ar, designadamente polares, e respectivas variações de pressão.
Nós, os cépticos, não dizemos que não existem alterações climáticas. Como poderia isso ser, se sempre tem havido? Os geocons é que pretendem travar – inutilmente – tais alterações, como se tal fosse possível. O que nós dizemos é que os dados existentes não permitem concluir que as actuais emissões de gases de estufa decorrentes das actividades humanas tenham um papel relevante no aumento da temperatura média à superfície da Terra durante o séc. XX, em cerca de 0,6ºC. Isto é, que tal aumento de temperatura, que não foi igual em todos os lugares, em alguns até diminuiu – é um valor médio, razão pela qual alguns contestam o adjectivo “global” – admite outras explicações através de causas naturais, que se integram dentro da dinâmica do clima terrestre ao longo dos últimos milénios.
Manuel Brás
manuelbras@portugalmail.pt
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