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2006/12/13

Um notável livro
Do Dr. Fernando Amaro Monteiro
“Salazar e a Rainha – Advento da República – Restauração da Monarquia?” 


São 330 pgs. a partir de documentação do Arquivo Salazar, da Torre do Tombo, estudada pelo Autor “com a colaboração de Ana Rita Amaro Monteiro”, já na 2ª edição da editorial “Prefácio”, saída em Setembro deste ano.

São aliás riquíssimas páginas sobre os últimos anos da Monarquia (reinados de D. Carlos I e de D. Manuel II e o Regicídio) e sobre as tentativas de Restauração monárquica, de 1911 a 1926 e, talvez o mais interessante, o entendimento e os desentendimentos entre Salazar e as várias correntes políticas monárquicas, a partir de 1928, quando Salazar inicia o seu consulado, como Ministro da Finanças.

Salazar e os monárquicos preponderantes, seus contemporâneos, não haja dúvidas, tiveram muitas ocasiões de se conhecerem a fundo.

Sem esquecer o grande respeito e consideração de Salazar por D. Carlos I, por D. Manuel II, pela Rainha D. Amélia, viúva do primeiro, figuras que já no seu tempo eram o passado, Salazar ou é bajulado por muitos monárquicos, quiçá mais estadonovistas que monárquicos; ou visto com desconfiança e despeito por muitos outros, que não o pouparam a várias intentonas participadas ou apoiadas por radicais das esquerdas mais radicais.

Os segundos foram desesperando de ver restaurada a Monarquia por Salazar e, por isso, combateram-no acerbamente; os primeiros foram confiando sempre, embora, a partir de certa altura, com cada vez mais dúvidas de que Salazar acabasse por fazer a benesse de restaurar-lhes a Monarquia.

Confirmo o que há muito penso, que Salazar compreendeu bastante cedo que com os Monárquicos portugueses todos, divididos ou juntos, a Restauração da Monarquia seria sempre episódio efémero.

E, verdadeiramente, terá também compreendido igualmente cedo que, comprar-lhes as quezílias e os inimigos, através da transigência com uma Restauração artificial, seria herdar-lhes e responsabilizar o Regime por tudo isso – quezílias e inimigos – com inevitável enfraquecimento do Regime e das suas possibilidades de futuro.

O livro do Dr. Fernando Amaro Monteiro não me deixa ilusões sobre o desenlace duma Restauração, mesmo pacífica e bem dirigida, em curto prazo: a restauração da República.

A.C.R.

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