2005/12/02
Ariel Sharon e Shimon Peres – os grandes visionários
Muito provavelmente Sharon voltará a ser primeiro-ministro de Israel após as legislativas de 28 de Março, segundo todas as sondagens já publicadas.
Mas é cedo para tirar indicações seguras, porque, para o efeito, pelos números conhecidos, isso implicará negociações que se afiguram difíceis, qualquer que seja a hipotética coligação com o Kadima que se considere.
Mas há outros dados novos da parte do Kadima, o novo partido de Sharon e do ex-trabalhista Shimon Peres, que mostram que o carácter altamente visionário que deu origem ao Kadima continua bem vivo.
Ao justificar o abandono do Partido Trabalhista pela necessidade de reforçar o processo de paz, Peres anunciou que nas conversações com Sharon “(decidimos) acrescentar ao Roteiro para a paz um triângulo económico constituído por Israel, a Jordânia e os palestinianos e tentar que este triângulo económico usufrua de um estatuto particular junto da União europeia.”
A ninguém como ao signatário deste poste poderia agradar mais o que acabo de citar.
Lembro as vezes que aqui tenho defendido ser a UE que possui as chaves verdadeiras da paz no Próximo Oriente, entre Judeus e Palestinianos, desde que decida convidá-los para seus membros, ao Estado de Israel e ao futuro Estado palestiniano (ver aqui e aqui, por exemplo).
Sharon e Peres não vão tão longe – limitam-se, para já, a reivindicar “um estatuto particular junto da UE” – mas acrescentam a Jordânia, o que, creio, enriquece e simplifica a solução, em vez de complicá-la ou empobrecê-la.
Será a UE capaz de um gesto, ao menos de esperança, para a proposta que o “triângulo” venha a concretizar?
Pode parecer muito duvidoso, talvez não tanto pela falta de visão dos responsáveis europeus e pela sua incapacidade de decisão, mas pelo medo de arriscarem o envolvimento da União Europeia no “vespeiro” do Próximo Oriente.
A Europa actual teme acima de tudo ver-se envolvida e forçada a intervenções militares, pior ainda, nas suas fronteiras, sem ter os EUA a cobrir-lhe as costas, no mínimo.
Talvez por isso, Shimon Peres procurou tranquilizar Judeus e Palestinianos… e Europeus, assegurando ainda, na mesma altura, que pretende mobilizar “recursos internacionais no sector governamental e privado” e promover discussões com os Estados unidos “para garantir a segurança da região face ao perigo iraniano e ao terrorismo”.
Quer dizer que para todos – salvo certos Europeus – só uma visão atlantista da geoestratégia mundial pode garantir a defesa e interesses do Ocidente, no sentido mais lato.
A.C.R.
Mas é cedo para tirar indicações seguras, porque, para o efeito, pelos números conhecidos, isso implicará negociações que se afiguram difíceis, qualquer que seja a hipotética coligação com o Kadima que se considere.
Mas há outros dados novos da parte do Kadima, o novo partido de Sharon e do ex-trabalhista Shimon Peres, que mostram que o carácter altamente visionário que deu origem ao Kadima continua bem vivo.
Ao justificar o abandono do Partido Trabalhista pela necessidade de reforçar o processo de paz, Peres anunciou que nas conversações com Sharon “(decidimos) acrescentar ao Roteiro para a paz um triângulo económico constituído por Israel, a Jordânia e os palestinianos e tentar que este triângulo económico usufrua de um estatuto particular junto da União europeia.”
A ninguém como ao signatário deste poste poderia agradar mais o que acabo de citar.
Lembro as vezes que aqui tenho defendido ser a UE que possui as chaves verdadeiras da paz no Próximo Oriente, entre Judeus e Palestinianos, desde que decida convidá-los para seus membros, ao Estado de Israel e ao futuro Estado palestiniano (ver aqui e aqui, por exemplo).
Sharon e Peres não vão tão longe – limitam-se, para já, a reivindicar “um estatuto particular junto da UE” – mas acrescentam a Jordânia, o que, creio, enriquece e simplifica a solução, em vez de complicá-la ou empobrecê-la.
Será a UE capaz de um gesto, ao menos de esperança, para a proposta que o “triângulo” venha a concretizar?
Pode parecer muito duvidoso, talvez não tanto pela falta de visão dos responsáveis europeus e pela sua incapacidade de decisão, mas pelo medo de arriscarem o envolvimento da União Europeia no “vespeiro” do Próximo Oriente.
A Europa actual teme acima de tudo ver-se envolvida e forçada a intervenções militares, pior ainda, nas suas fronteiras, sem ter os EUA a cobrir-lhe as costas, no mínimo.
Talvez por isso, Shimon Peres procurou tranquilizar Judeus e Palestinianos… e Europeus, assegurando ainda, na mesma altura, que pretende mobilizar “recursos internacionais no sector governamental e privado” e promover discussões com os Estados unidos “para garantir a segurança da região face ao perigo iraniano e ao terrorismo”.
Quer dizer que para todos – salvo certos Europeus – só uma visão atlantista da geoestratégia mundial pode garantir a defesa e interesses do Ocidente, no sentido mais lato.
A.C.R.
Etiquetas: Em defesa do Ocidente