2005/11/29
Finalmente de novo o presidencialismo,
agora já sem cortinas de fumo… ou de medo.
Venho a seguir atentamente como regressa à cena política das candidaturas presidenciais, e mais forte que nunca, o tema da presidencialização do regime, que aqui tratámos sem esperar que outros o fizessem.
Agora são já em catadupa.
Puxou por ele decididamente, na semana passada, o Dr. Pinto Balsemão no Clube Português de Imprensa.
“Por desespero, realismo e sentido prático” – disse ele – um sistema presidencialista poderia servir melhor as necessidades de governo de um país que “está atrasado e que tem de andar mais depressa”.
Está aí tudo dito, até o “desespero” do povo português, que na minha opinião, e creio bem que na do Dr. Pinto Balsemão, chegou já ao ponto de seguir quem lhe proponha claramente o presidencialismo, do que, desde o princípio, me mostrei convicto, face às sondagens.
Não se estranhe, por isso, a crítica no mesmo acto expressa por P.B. contra a forma como a campanha presidencial está a decorrer.
Mesmo com o actual sistema político, terá assegurado P.B., o Presidente poderia ter um papel muito mais relevante para forjar os consensos de regime que considerar fundamentais.
É o que temos dito, menos diplomaticamente embora.
Mostre-se o candidato de direita decidido a prosseguir convictamente objectivos mesmo radicalmente reformadores do sistema político, e o Povo eleitor segui-lo-á sem hesitar, sejam quais forem os obstáculos levantados pela Constituição como existe, tenho salientado.
Pinto Balsemão, segundo a mesma noticia do que se terá passado no Clube Português de Imprensa, terá posto exactamente a mesma condição que há várias semanas apresentei aqui.
Isto é, que é em absoluto indispensável que o candidato apresente claramente ao eleitorado os seus propósitos, porque então, uma vez eleito, terá toda a legitimidade (e toda a força) para agir.
Precisamente o contrário, terá P.B. concluído, das coisas vagas que andamos a ouvir.
É evidente que a censura só pode dirigir-se a Cavaco Silva.
Os outros candidatos não contam para estes propósitos; são de esquerda e obtiveram tudo o que politicamente têm e a que chegaram no e pelo sistema político dissolvente e “empata” em que vamos vivendo e nos vamos arrastando.
Sanear a política portuguesa começará por aí.
Começará apenas.
Mas parece que Cavaco Silva não quer começos assim.
As críticas que lhe estão a ser feitas, com frequência cada vez maior, e as dúvidas também crescentes sobre o conteúdo da missão que diz propor-se, todas vindas do lado da política que conta, dificilmente anunciam algo de promissor para a resolução da “crise” nacional.
Dir-me-ão: E porque serão, então, cada vez mais favoráveis as sondagens a Cavaco Silva?
Só tenho uma resposta: Os eleitores esperam que o tão proclamado respeito, fetichismo de Cavaco Silva pela Constituição não passe duma promessa para não cumprir.
Mas enganam-se.
A.C.R.
Agora são já em catadupa.
Puxou por ele decididamente, na semana passada, o Dr. Pinto Balsemão no Clube Português de Imprensa.
“Por desespero, realismo e sentido prático” – disse ele – um sistema presidencialista poderia servir melhor as necessidades de governo de um país que “está atrasado e que tem de andar mais depressa”.
Está aí tudo dito, até o “desespero” do povo português, que na minha opinião, e creio bem que na do Dr. Pinto Balsemão, chegou já ao ponto de seguir quem lhe proponha claramente o presidencialismo, do que, desde o princípio, me mostrei convicto, face às sondagens.
Não se estranhe, por isso, a crítica no mesmo acto expressa por P.B. contra a forma como a campanha presidencial está a decorrer.
Mesmo com o actual sistema político, terá assegurado P.B., o Presidente poderia ter um papel muito mais relevante para forjar os consensos de regime que considerar fundamentais.
É o que temos dito, menos diplomaticamente embora.
Mostre-se o candidato de direita decidido a prosseguir convictamente objectivos mesmo radicalmente reformadores do sistema político, e o Povo eleitor segui-lo-á sem hesitar, sejam quais forem os obstáculos levantados pela Constituição como existe, tenho salientado.
Pinto Balsemão, segundo a mesma noticia do que se terá passado no Clube Português de Imprensa, terá posto exactamente a mesma condição que há várias semanas apresentei aqui.
Isto é, que é em absoluto indispensável que o candidato apresente claramente ao eleitorado os seus propósitos, porque então, uma vez eleito, terá toda a legitimidade (e toda a força) para agir.
Precisamente o contrário, terá P.B. concluído, das coisas vagas que andamos a ouvir.
É evidente que a censura só pode dirigir-se a Cavaco Silva.
Os outros candidatos não contam para estes propósitos; são de esquerda e obtiveram tudo o que politicamente têm e a que chegaram no e pelo sistema político dissolvente e “empata” em que vamos vivendo e nos vamos arrastando.
Sanear a política portuguesa começará por aí.
Começará apenas.
Mas parece que Cavaco Silva não quer começos assim.
As críticas que lhe estão a ser feitas, com frequência cada vez maior, e as dúvidas também crescentes sobre o conteúdo da missão que diz propor-se, todas vindas do lado da política que conta, dificilmente anunciam algo de promissor para a resolução da “crise” nacional.
Dir-me-ão: E porque serão, então, cada vez mais favoráveis as sondagens a Cavaco Silva?
Só tenho uma resposta: Os eleitores esperam que o tão proclamado respeito, fetichismo de Cavaco Silva pela Constituição não passe duma promessa para não cumprir.
Mas enganam-se.
A.C.R.