2005/11/17
As multidões de Católicos que se manifestam
não têm que ser massas amorfas, como tantas outras…
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Para alguns analistas do fenómeno, só deveríamos regozijarmo-nos se houvesse garantia de que à quantidade corresponderia a qualidade.
Mas que espécie de qualidade?
A da boa apresentação pessoal?
A dos meios de fortuna?
A da influência social?
A da capacidade intelectual?
A das virtudes morais e cívicas?
Pelo que se via nas televisões e imagens da imprensa, diria que amostras tão numerosas de Católicos, e dados os motivos que as reuniam, eram seguramente muito representativas do que há de melhor nas populações espanhola e portuguesa.
A outros analistas do fenómeno, o que os choca ou preocupa são os maus e fracos pastores, que também os há naturalmente na Igreja Católica, os quais, a seus olhos, impedirão fatalmente a Santa Madre Igreja de cumprir, nestes nossos tempos, um papel de condutora e redentora da humanidade.
Dou como certo que o receio não seja de a Igreja não estar à altura de fazer condução e redenção políticas, partidárias…
Na verdade a Igreja, apesar de alguns “pastores”, tem desempenhado firmemente as suas responsabilidades de “Mãe e Mestra” nas áreas que lhe competem.
A tal ponto tem sido rocha firme que isso lhe vem valendo, desde sempre, ser odiada e menosprezada por bastantes; mas também louvada e querida de muitos outros, a começar pelos que estiveram presentes ou representados nas manifestações de Madrid e Lisboa, como pelas muitas e muitas dezenas de milhões que acompanharam ou receberam o Papa João Paulo II ao longo dos seus mais de 25 anos de Pontificado e de incessante peregrinar pelo Mundo inteiro.
Todas essas multidões, seja com o Papa Bento XVI, fosse com o Papa João Paulo II, procuravam e reclamavam, procuram e reclamam, exigiam e exigem tão empenhadamente o seu Magistério e as suas Presenças porque Eles representam exactamente o modelo de Bom Pastor.
A firmeza, determinação e clareza dos ensinamentos do Bom Pastor é o que principalmente importa, contra os maus “pastores” e as confusões que espalham.
Foi sempre assim, na História.
Mas eles continuam a ser uma minoria identificada pela grande maioria dos Católicos, cuja inteligência e fidelidade é, aliás, preciso não minimizar nem menosprezar,
António da Cruz Rodrigues (A.C.R.)
Etiquetas: Bento XVI, João Paulo II