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2005/11/10

Todos ou quase todos somos descendentes dos bárbaros de há dois mil anos 

Nos primeiros quinhentos anos da Era Cristã, o mundo mediterrânico sofreu as mais profundas e dolorosas transformações fundadoras da Europa moderna.

Foram os tempos das invasões do Império Romano pelos bárbaros, da sua romanização e cristianização gradual e da sua fixação, consolidação e triunfo.

Vencidos os Hunos e outros da mesma origem, que representavam a Ásia mais profunda, e vencidos pelo esforço, muitas vezes conjugado de Romanos e Germânicos, o Império Romano foi cedendo posições aos segundos (travessias destes e em massa do Danúbio e do Reno, de algum modo pacíficas).

Vamos encontrar Visigodos, Francos, Vândalos, Ostrogodos, Lombardos, etc., quase tranquilamente instalados em largos espaços do Império, espaços de que muitas vezes nem precisavam de expulsar os Romanos, que os ficaram a servir como funcionários e quadros de novas administrações; ou que incorporaram os bárbaros nas próprias forças armadas romanas, cada vez mais carentes de fontes de recrutamento.

Digamos que se foi caminhando, menos ou mais lentamente, para um novo tecido social e político caoticamente organizado…

A partir de algum momento, as guerras, mais que com os Romanos, passaram a ser entre os bárbaros, para consolidação do espaço de cada um destes povos. Até que definitivamente se estabelecem, bem definidos, os Estados que formaram a Europa moderna: os Estados Pontifícios (desaparecidos), a França, a Alemanha, a Áustria, a Itália (Reino Lombardo), os vários Reinos das Ilhas Britânicas, os Reinos Suevo e Visigótico da Península Ibérica, etc.

Principais factores da unidade e ordenamento político e cultural, atrás sumariamente referidos, o Cristianismo e a Igreja Católica.

Conclusão daqui, para o que se passa na Europa actual, com a recente “explosão” em França do tecido social imigrante, não tiro nenhuma, mesmo que pareça cómodo voltar a falar de invasões.

Só um comentário: o processo de arranque e consolidação da Europa moderna levou para cima de cinco séculos.

As comparações são por isso superficiais e não permitem, parece-me, fazer previsões de carácter analógico.

Em todo o caso, poderia perguntar-se: na História de há 2000/1500 anos, quem venceu, os Romanos ou os bárbaros?

Talvez todos.

A.C.R.

(continua)

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