<$BlogRSDUrl$>

2005/11/07

Fórum de Amizade Galiza-Portugal (FAGP)
“A Galiza, a Espanha e nós” 


Em 29 de Outubro último, Sábado, estivemos reunidos em Coimbra diversos elementos do FAGP.

Eram vários os pontos de ordem de trabalhos da assembleia geral, que não houve tempo para esgotar, pelo que ficou decidido convocar-se nova reunião a ter lugar em Dezembro.

Não resisto a comentar uma notícia que lá foi dada.

Refere-se a um artigo da “Visão” de 20 de Outubro, intitulado
“A Galiza, a Espanha e nós”, de Fernando Venâncio, apresentado pela revista como “Professor e ensaísta”.

Transcrevo os dois parágrafos do artigo que interessam, sendo os restantes de comentários pessoais do A. à notícia que ele próprio dá, contida nos dois parágrafos que passo a citar.

“Um dia se dirá que 12 de Junho de 2005 foi uma data histórica. No mais importante diário galego, La Voz de Galicia, apareceu, redigido em norma autonómica*, o artigo «Galicia e Portugal, un espacio de oportunidade». Assinavam-no José Sócrates, primeiro-ministro português, e Emilio Pérez Touriño, já então esperado presidente galego. Fizeram-no como homens de partido, socialista nos dois casos. E, contudo, esse documento, na sua precariedade partidária, foi o primeiro de uma «política galega» na quase milenar história do Estado português. Estranho? Sim e não.

”(…)

“No insólito documento de Sócrates e Touriño, a mais profunda intuição é esta: de toda a Espanha, aquilo que nos está mais próximo é a Galiza. É entre a Comunidade Autónoma e a nossa Região Norte que importa construir fortes laços económicos, culturais e humanos. A «política regional comunitária», lembram os dirigentes, prevê incentivos para isso. A contiguidade do idioma que falamos é patente. Poderiam ajuntar que entre a Corunha e Aveiro se acha a maior concentração populacional da Península e uma das mais jovens. Se os dinheiros de Bruxelas viessem espicaçar tão-só os ronceiros comboios do Porto a Vigo, já fariam obra.”

Fim de citação.

A igualmente famosa “política regional comunitária” creio que não passe da “cooperação transfronteiriça”, alimentada generosamente pela UE, suspeita de visar o objectivo federal europeu de desenvolver essas regiões fronteiriças, entendendo-se e tratando quanto possível directamente com elas, isto é, passando por cima dos Estados de que as mesmas ainda fazem parte e roubando aos Estados descaradamente essa parte da soberania que lhes resta.

Tudo indica que José Sócrates não sabe as implicações do
texto que terá subscrito, nem sabe nada – como o Autor do artigo da “Visão” – de algumas décadas de manifestações de vida, dum e outro lado da fronteira, de intelectuais e mesmo movimentos organizados, a favor da aproximação linguística, cultural e política da Galiza e de Portugal.

Sim, da Galiza e de Portugal e não apenas da Galiza e Norte de Portugal.

Essa da “união” Galiza e Norte de Portugal é esparrela em que só os ceguinhos da economia e alguns “intelectuais” de vistas curtas e sem perspectivas históricas vão caindo.

O Primeiro-Ministro de Portugal não pode cair nela, a não ser que queira reduzir tudo à historiazinha do comboio entre Porto e Vigo…

Há os que dizem que por algum lado se há-de começar a aproximação… Já assim pensavam os governos da Galiza do PP, presididos por Fraga Iribarne…

A novidade das declarações de Sócrates e Touriño é nenhuma!

Os socialistas de cá, pelos vistos também embarcam no programa de Manuel Fraga.

António da Cruz Rodrigues (A.C.R.)



*Trata-se do famoso “castrapo”, que não é português, nem castelhano, nem galego, mas uma espécie de esperanto … peninsular.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

  • Página inicial





  • Google
    Web Aliança Nacional