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2005/11/29

Uma homenagem merecida 

Já aqui foi defendido um conceito mais amplo de guerra que o convencional, aquele a que a primeira metade do séc. XX nos habituou, com carros de combate, navios de guerra, submarinos, caças, bombardeiros e infantaria de espingarda ao ombro.

O terrorismo internacional, o declínio da civilização ocidental, especialmente da Europa, o choque de civilizações, levam-nos a pensar e, mais do que isso, a constatar, que tal confronto não se resolve só, nem talvez principalmente, com tropas uniformizadas, porque grande parte desse combate é civil e trava-se no dia-a-dia, no normal viver das pessoas.

E nem podemos sequer pensar que aquilo que às forças militares incumbe em favor da segurança de uma Nação, possa ser feito apenas no âmbito estrito do seu território. A nossa segurança e a nossa defesa, quer gostemos, quer não, passa pela segurança em determinados pontos nevrálgicos do globo, porque o terrorismo é um fenómeno global, interessante para os deslumbrados com uma certa “globalização” explicarem.

É por isso que o Sargento Roma Pereira morreu, efectivamente, pela Pátria, apesar de não ter morrido na Pátria, porque a nossa segurança está em jogo também ali. Merece, pois, a mesma homenagem que prestamos à memória de todos aqueles que em África combateram o terrorismo e defenderam Portugal, independentemente de haver políticos que não são dignos de tal gesta.

Para além da imortalidade que lhe é devida como dom do Criador, o Sargento Roma Pereira torna-se também imortal perante nós, portugueses, porque o seu gesto entrou para sempre na História.

Manuel Brás
manuelbras@portugalmail.pt

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